domingo, abril 27, 2008

química diabólica.

E essa química que quase me fode a cabeça. É como se as partículas, dissolvidas em minha corrente sanguínea dessem um gás, um choque de duzentos e vinte por hora, qualquer pequeno gesto a minha volta é incrível. A rua, movimentada, centro da cidade, lotado de gente, shows e barracas para todos os lados. Minha amada, meus amigos, os amigos dela, o estase químico. Tolice minha! Artificialidade pra que? Se o estado de plenitude já havia sido alcançado com essa pequena que se aninha em meu corpo. E o desespero? Medo de voltar a ser aquele pequeno renegado! O medo de não ser eu. A boca seca, a vontade desesperada de ser o que mais devia ser... ser o que eu achava ser possível ser. E ir contra toda e qualquer boa lógica de ter o prazer natural, a droga natural e perfeita que é o amor. Queria chorar, chorar de vergonha por ter fracassado. Caí, tombei feito saco de merda no chão, me desesperei, as construções tombaram sobre mim, as pessoas se tornaram assustadoras, tudo que queria era ela! O tempo todo ela, e distancia dessa química traiçoeira. Me sento na rua cheirando mijo do centro próximo ao teatro municipal, tentando achar ar pra voltar aquele prédio vil. Preciso voltar pra ela, volto... um esforço.. suor... morte.... saio de lá com ela.. e como um bebe.. com medo de um mundo maior do que se imagina, fujo.... fujo para o refúgio que é o lar... química traiçoeira... se me derrubou essa vez, será a ultima, pois ELA me vale mais do que isso. Nós valemos mais do que essa merda industrial... não vou me deixar tombado! Me desculpe raposa, me perdoe por ter fraquejado, mas saiba que essa fraqueza será força pra não cair mais.

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