Cheguei no parque, disposto a guerrear, e como um milagre, água virara vinho. Lá estava ela, deitada no seu costumeiro local, lendo alguma besteira de auto ajuda. Não chore seu covarde. Olha... ela precisa de ajuda, ela pode confiar em mim. Eu sou o cara pra oferecer ajuda, tenho tudo que ela precisa. Leio as mesmas coisas, sou um cara cool, posso até ser metido a francês se assim ela desejar. Eu acho que vou ficar por aqui, me deixar ser percebido por ela. Imagino eu chegando... tocando em seu ombro, com um sorriso nossa cumplicidade seria máxima. Seria como o acreditar que cada estrela é uma aurora.
Me aproximei e deitei com o pretexto de tomar sol, minha boca tremia, e a voz escapava, cantarolando canções tristes. cada nota devia estar batendo forte no estômago dela, sim, eu, o grande cantor devia estar fazendo algum efeito nela, essa minha melodia azeda devia estar jogando ela em órbita. Em breve ela estaria aos prantos. Mas calma minha francesinha, você pode confiar em mim, você pode vir quando bem entender, eu estarei por aí. Sempre tem uma aurora pra me referenciar.
Ela falou comigo! Certo como dois e dois são cinco. A voz dela era como vinho, era como um trago de cigarro, e como sempre meu bolso estava cheio dos últimos cigarros que eu poderia conseguir, fui eu quem fui a órbita. Ela disse assim, disse que gostava muito de Bowie e perguntou se eu, sim eu mesmo, queria ir assistir o céu com ela. Num momento de felicidade suprema eu olhei pro parque, todos estavam queimando. E eu estava realizado.
terça-feira, abril 29, 2008
5 - Jesus, Etc...
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