Preciso de ar! Do mesmo jeito que o tempo, cruel e sem a menor pena me ataca, a minha ânsia por digitar até os dedos sangrarem me faz continuar. A nuvem vai passar, mesmo porque, aqui sentado no escuro, totalmente tenso de um dia de cão no escritório, deixo o som da cidade me fazer música nos ouvidos. Um namorado grita pela namorada da calçada, ela deve morar no prédio da frente em algum andar baixo, um ou outro carro desliza as rodas pelo asfalto molhado, um ou outro passo perdido na noite adentra o prédio, a televisão dos pais traz um zumbido irritante. Me prometo a minha amada e a minha religião, religião que se reza com uma caneta e um papel.
Desculpem o transtorno, volto em breve.
quarta-feira, abril 16, 2008
A Nuvem
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