segunda-feira, julho 30, 2007

Powder Keg - Alejandro González Iñárritu (2001)



Direção: Alejandro González Iñárritu (Babel, 21 Gramas, Amores Brutos)

Curta sensacional.

Não achei versão legendada, mas não é muito difícil de entender.

Roberto Carlos - O Inimitavel (1968)

Espero que não me xinguem de herege e que não torçam o nariz com simples preconceito contra um dos grandes artistas da música Pop nacional. Está até certo que o rei até tem sido valorizado recentemente com algumas bandas nacionais dizendo que ele é clara referência para o som de hoje.

O trabalho de 1968 é pós jovem guarda, a febre do iê-iê-iê já tinha passado e agora novas musicalidades começavam a ser exploradas, aqui o estilo flerta muito com o a soul music. Ainda sim, claro, alguns resquícios do inicio da carreira aparecem ali ou aqui, como em "É meu, é meu, é meu", uma faixa que caberia fácil nos trabalhos anteriores, guiada por um violão rancheiro e uma gaitinha a la Lennon.

"Ninguém vai tirar você de mim" é um dos pontos mais altos, uma levada com bastante swing e uma sonoridade muito bem acabada. "Quase Fui Lhe Procurar" é o presságio do que Roberto faria na fase mais romântica.

A banda que acompanha o Rei neste trabalho é ninguém menos que Renato e Seus Blue Caps além de seu já tradicional tecladista Lafayette. Sendo um trabalho instrumental primoroso.

Por mais que o Rei seja muito negado, e muito apedrejado pela fase romântica e católica, além da parceria perpétua com a Rede Globo, ele foi um dos compositores, interpretes e artistas da música brasileira mais vanguardistas e que deixou marcas importantíssimas. Muito de hoje se deve a ele.

Destaques: "Ninguém vai tirar você de mim", "As canções que você fez pra mim", "Eu te amo, te amo, te amo" e "Se Você Pensa".


quinta-feira, julho 26, 2007

O que aconteceu conosco?

Achei essa página com alguns desenhos muito interessantes.

Pessoalmente adorei o "tragédia e estátisticas".

http://www.pantherhouse.com/newshelton/what-happened-to-us/

O que acharam?

Sociedade Vazia

Um dia, sozinho em um quarto, em um silêncio tão absoluto que posso escutar minhas células planejando a próxima tentativa de me matar, um silêncio tão fúnebre que escuto a borboleta cair morta do lado de fora da janela. Conseguiria contar quantas vezes o padrão do papel de parede se repete, ou mesmo achar figuras desenhada na fumaça que sai de meu charuto. O brandy não tem mais o gosto de vitória, nem mesmo o gosto de derrota, apenas desce rasgando minhas entranhas e causando uma sensação de deslocamento. Nem mesmo meus amigos de outra hora, Bandeira, Andrade, nossa querida Lispector ou Williams tem palavras de consolo. Suas idéias me parecem tão vazias agora. E foi justamente no vazio que tudo começou: Eu não senti nada, quando vi que não sentia mais nada, logo percebi que não era mais nem ao menos uma sombra, visto que sombras tem a irônia de nos imitar, eu, nem mesmo isso. Humilhado e reduzido a um corpo que ocupa espaço, que o ocupa o mesmo vazio que me destruiu.

Inspira e expira, um ciclo sádico no mínimo: respiramos para viver, ao respirar matamos algumas besteiras que não se dão bem com o oxigénio, não bastasse esse ato de violência contra si próprio, soltamos todo o ar, todo o sacrifício para deixarmos a vida escapar e termos que recomeçar tudo de novo, é como se nascessemos e morressemos para cara vão ciclo de respiração. E nesse caminhar, me afasto cada vez mais de quem eu sou, e de quem eu gosto.

Queria eu poder constatar que a sociedade não é vazia, mas infelizmente ela é...

quarta-feira, julho 25, 2007

Radiohead - Kid A (2000)

Kid A é o quarto álbum da banda Radiohead, o sucessor do clássico absoluto OK Computer, foi lançado em meados de Outubro de 2000, e foi um sucesso de vendas, graças a grande expectativa em torno do que viria depois da obra prima de 1997. Três anos é muito tempo de espera, e como nenhum single ou video foi lançado para a promoção deste disco, muito foi especulado, e inclusive um suspeito vazamento do disco na Internet ajudaram a criar um ar de mistério e interesse em torno desta obra.

Apesar de ter sido um sucesso comercial e ter ganho prémios como o Grammy (melhor álbum alternativo) poucos críticos se arriscam a explicar o porque disso. É um dos trabalho mais desafiadores de se entender, ausência de guitarra, distanciamento, melancolia, experimentação ao máximo, são fatores que ajudam e muito a ser o trabalho de difícil assimilação.

Uma ode contra a sociedade moderna, um protesto contra a deselegância burra pré-colapso do capitalismo. Mas não mais da forma seca que transformava o ouvinte em um andróide paranóico que a vida consumista ironicamente o consumia. Assim chegando a algo muito mais próximo do mundo real do que antes: algo árido, tenso, pós-rock, ermo.

Infelizmente, ironicamente e graciosamente se me pedissem para tentar resumir a sociedade moderna para um extraterrestre eu lhe mostraria esse disco.

Destaques: Everything Is The Right Place, The National Anthem, How to Disappear Completely e Idiotheque.

terça-feira, julho 24, 2007

Medos Privados Em Lugares Públicos - Coeurs (Alain Resnais)

Direção - Alain Resnais (Hiroshima Mon Amour, O Ano Passado Em Marienbad, Muriel e Amores Parisienses)

Primeiro gostaria de registrar a surpresa que foi assistir esse filme, a poucos dias eu assisti "Paris, Te Amo" e esse filme consegue ser exatamente a antítese dele. Se na coleção de curtas do outro é mostrado o amor nas mais diversas formas, este longa aqui mostra a solidão que assola o mundo moderno.

É um filme bastante vivo, ele mostra a vida sem fantasias, uma vida muitas vezes cruel e que está tendendo cada vez mais para o isolamento de cada um, parece que as pessoas tem medo de se relacionar, e muito pior, que cada um apenas liga para si e não dá a menor importância para os que o cercam. Tenho pensado muito neste tema, o que fez com que meu interesse pelo filme fosse imenso, e eu ficasse imerso do inicio ao fim.

Todos os personagens do filme estão em busca de algo, cada um a sua maneira, porém buscando o mesmo fim, que é preencher um vazio inexplicável. Os cenários tem um ar de falsos, como se fosse para acentuar ainda mais o quão deslocadas essas pessoas estão. Outro fator interessante é a neve, uma constante no longa. Esse ar de falsidade e frieza dão uma atmosfera perfeita para o desenrolar da trama.

Se no passado Resnais filmou de forma crua as cenas horríveis da tragédia de Hiroshima, agora ele foi um plano mais fundo, e filmou as entranhas destruídas de uma sociedade que se afunda em futilidades e tenta basear sua fé em bens materiais.

Talvez seja um dos filmes mais tristes que eu já vi, me deu uma vontade imensa de achar o roteiro da peça de teatro que originou este longa. Quem sabe uma montagem nacional? Delírios a parte.

Está nos cinemas, provavelmente por pouco tempo, melhor correrem.

TOP Filmes - E os Coppola levam o tri.

Inspirado no pedido de um amigo, resolvi fazer um pequeno top de filmes que me marcaram de alguma forma, um breve comentário tenta explicar o porque do lugar do filme na lista.

1 - O Poderoso Chefão - Francis Ford Coppola

Sem comentário. É o maior de todos.

2 - Taxi Driver - Martin Scorsese

O filme que me inspirou a ser ator, precisa mais?

3 - Band Of Outsiders - Godard

Sem contar que deu nome a minha banda, foi um dos primeiros filmes do Godard que eu vi, foi muito importante pra minha formação.

4 - Encontros e Desencontros - Sofia Coppola

Em termos pessoais, é o filme que mais mexeu comigo, e talvez o que eu mais tenha visto na vida. Até hoje nenhum outro me tocou tanto. Just Like Honey.

5 - Os Sonhadores - Bertolucci

Novamente chega a uma posição alta pela importância que teve pra mim, foi um dos primeiros filmes mais "out" que eu vi no cinema.

6 - E La Nave Va - Fellini

Eu simplesmente adoro esse filme. Já foi comentando no blog.

7 - Cidade Dos Sonhos - Lynch

Me levou a loucura! Mais do que eu já era.

8 - Apocalipse Now - Francis Ford Coppola

Se o cinema serve para criar climas e mexer com o espectador, essa é a prova maior.

9 - Um Corpo Que Cai - Hitchcock

Um dos meus suspenses preferidos. Vá conferir agora.

10 - A Lei do Desejo - Almodóvar

Foi muito difícil escolher um filme do Almodóvar, sinceramente Má Educação, Hable Con Ella, Volver, Tudo Sobre Minha Mãe são filmes fabulosos também.

Menções honrosas: O Fabuloso Destino de Amelie Polain, Era Uma Vez No Oeste, Meu Odio Será Sua Herança, A Felicidade Não Se Compra, Perdidos Na Noite, A Ciência do Sono e muitos outros.

segunda-feira, julho 23, 2007

Beth Orton - Comfort Of Strangers (2006)

Beth Orton foi audaciosa ao misturar a beleza delicada do folk tradicional com as batidas eletrônicas do trip-hop, criando uma nova e bastante distinta mistura de sons e ritmos. A inglesa antes de se lançar na carreira solo, fez em 1995 uma parceria com nada menos do que o Chemical Brothers, na ótima canção “Alive: Alone” e em 1996 lançou seu aclamado primeiro disco “Trailer Park”, que contém seu maior sucesso comercial, a linda “She Cries Your Name”. Beth não teve pressa e levou aproximadamente três anos para lançar o seu próximo álbum, “Central Reservation”, que em um circuito mais fechado atingiu o patamar de disco cult. O primeiro single, “Stolen Car” chegou a fazer até um certo sucesso nas rádios americanas. Depois de mais um hiato de três anos, Beth lançou o já aguardado por seus fiéis fãs “Daybreaker”, que não conseguiu repetir o impacto de seus primeiros trabalhos, sendo um disco mais previsível e quase que comum para os padrões atuais.

De lá para cá, Beth voltou a trabalhar com o Chemical Brothers e também realizou uma parceria com o cantor folk Ryan Adams. Porém, já se passavam quase quatro anos de seu último trabalho de estúdio, e eis que no inicio de 2006 fomos presenteados com um sublime legado de quatorze canções gravadas em pouco mais de duas semanas. “Comfort Of Strangers” merece ser analisado primeiro pela sua arte gráfica, que é sem dúvida alguma uma das capas mais bonitas dos últimos tempos: uma linda pintura a óleo de uma casa de campo com seu lago e um belo arco íris no meio, o contraste de luz e sombra passa a idéia perfeita de como o disco soa.

É muito bom saber que as qualidades que mitificaram seus dois primeiros trabalhos estão de volta: sensibilidade aliada a muitas idéias novas e interessantes em seu estilo peculiar de música, tome como exemplo a belíssima faixa de abertura “Worms”. O disco é uma fusão da delicadeza acústica de violões, pianos e cordas com os ritmos intricados e muitas vezes surpreendentes, como podemos perceber em “Countenance”. É engraçado dizer, mas é um som complexo e ao mesmo tempo prazerosamente digestível. Claro que a voz doce e as letras engajadas de Orton são um dos grandes destaques. A produção ficou por conta de Jim O'Rourke, que é responsável pelas misturas de ritmos e toda a complexa sonoridade do álbum.

“Shadow of a Doubt” é forte e, como marca registrada de Beth, deixa-nos com uma sensação agradável de esperança, mesmo que uma esperança quase nostálgica. Aliás, essa idéia mostrada na capa do raio de sol rompendo as densas nuvens é uma imagem constante durante a audição de “Comfort Of Strangers”, como em “Shopping Trolley” que tem um clima todo peculiar, com guitarras marcantes e a bateria nos levando cada vez mais longe. Esses são apenas alguns dos muitos grandes momentos deste já grande disco de 2006.

Pode-se dizer que “Comfort Of Strangers” é um novo começo para Beth: é um trabalho simples no todo, e também simplesmente um dos sues melhores trabalhos.


sábado, julho 21, 2007

Estaria o amor se tornando banal?

Tendo uma deliciosa conversa com minha amável amiga Erika, analisávamos o amor, o que acontece com ele hoje em dia?

Que o sexo se tornou algo pífio, que infelizmente poucos ainda tratam como algo realmente lindo que acontece entre duas pessoas em um momento muito especial, eu tenho quase certa. O que mais me assusta é se o amor esteja tomando rumos similares, afinal o que é o amor? Pergunta bastante complicada, agora, creio que os grandes veículos da mídia aliados a constante isolação que o ser humano vem promovendo pode sim amplificar e porque não matar o amor romântico. Mesmo porque o romance mesmo já vem cambaleando a algum tempo. Claro falo com uma visão unilateral e que não representa a verdade, sim o mundo que me cerca, ficaria muito feliz de constatar que a coisa não anda tão mal.

Foi mais um desabafo do que uma dissertação a respeito.

Um salve aos românticos.

quarta-feira, julho 18, 2007

Beck - Sea Change (2002)

Existem artistas que as vezes resistimos por diversos motivos a gostar da música deles, por vezes negamos sua qualidade ou simplesmente ignoramos os pontos positivos e buscamos as falhas. Pois aí, ainda mais para um cabeça dura como eu, é difícil que essa música conquiste seu devido espaço. Porém, as vezes, a qualidade do cara vem na forma de um tapa tão feroz na sua cara que você só consegue responder com um tímido e concordante balançar da cabeça; de fato você foi muito burro durante o tempo em que negava ele três vezes ao dia.

Beck teve exatamente esse efeito em meu universo musical. Eu sempre torci o nariz para esse "americano metido a revolucionário da música". Quando certo dia escutando uma rádio online, ouço um folk acústico carregado por um arranjo de cordas de chorar. Algo que não se via desde Space Odditty ou Nick Drake. Doido para saber o que era, quando vi meu mundo desabou. Beck. Não entendi nada, corri atrás e descobri esse álbum, essa pérola, perdida. Sea Change, como o próprio nome sugere, mostra um Beck em constante mudança, constante evolução, constante busca pelo novo, pela sonoridade perdida.

A música que me arrasou foi Lonesome Tears, quarta faixa deste álbum, que é um glossário definitivo de como produzir um disco Folk, levado por uma guitarra acústica e arranjos sublimes de cordas, efeitos, pequenos ruídos, detalhes que compõem um todo perto da perfeição.

Acabei por depois reconhecer a qualidade deste cantor e descobri uma discografia cheia de trabalhos interessantes.

Corram atrás desse disco. É de uma magia linda. Algo triste, profundo, que toca.

Destaques: Lonesome Tears, The Golden Age, Paper Tiger, Guess I'm Going Fine e Round The Bend.

terça-feira, julho 17, 2007

abaixo ao sonho.

merda.

agora foi.

morte a imaginação.

E La Nave Va (1983)

Direção - Fellini (Piada de mal gosto tentar escolher os preferidos, porém: A Doce Vida, Oito e Meio, A Estrada da Vida, As Noites de Cabiria, Julieta dos Espíritos, ainda preciso ver mais coisas dele.)

Creio que o primeiro grande fato que chama atenção deste incrível filme é que foi rodado inteiro dentro do estúdio, justamente o cineasta do país que levou o cinema para as ruas, e Fellini ainda faz questão de mostrar ao espectador que é rodado dentro do estúdio.

Curiosidades a parte, é um dos filmes mais interessantes do cineasta. A sinopse é bastante simples, uma famosa cantora de opera morreu, e seu desejo era ser enterrada na ilha onde nasceu. Os amigos então embarcam todos em um navio e partem para este fúnebre cortejo. Um repórter abordo trata de nos apresentar as mais bizarras e exóticas figuras que estão abordo. Essa é a premissa inicial, o resto é história, vale a pena ser conferido.

Existem paralelos que podem ser traçados, o filme é quase o decreto do fim de uma era do cinema, sutilmente mostra que o cinema passava por modificações drásticas e que nunca mais seria o mesmo.

Destaque para a linda trilha sonora.

Pelo menos o Rinoceronte dá um leite magnifico.

segunda-feira, julho 16, 2007

Carro-peixe.

Saio de manhã, carrego o mundo nas costas, elas doem e se dobram feito as pobres palmeiras no litoral da Indonésia, descarrego tudo no carro e saio em meio a tempestade para buscar minha felicidade. A chuva só aumenta, aumenta, aumenta, logo me vejo submerso, os carros nadam como peixes, é lindo. O som da gaita de fole preenche todo o ambiente.

Sinto me um comandante de uma náu, minha nave se chamaria Vida. Bravamente luto para leva-la até o porto mais distante, onde verei minha amada partir. Pergunto para Alice onde devo ir e como sempre ela me manda seguir o coelho branco. Vá e pergunte você mesmo para Alice, eu sei que ela sabe. Que a lógica e proporção não significam nada no meu mundo. Mesmo quando falo de trás para frente. Roma.

Corria eu algum risco? Quando chegar ao porto distante saberei.

quarta-feira, julho 11, 2007

Nick Drake - Five Leaves Left (1969)

Se corre sangue na sua veia, Nick Drake é capaz de fazer você se arrepiar até a alma. Existe aquele pequeno grupo de músicos que durante sua carreira, nunca foram reconhecidos e tratados com devido respeito. Mesmo Velvet Underground, Joy Division, Syd Barret e Big Star só foram reconhecidos depois de muito tempo. São pessoas, bandas, almas muito a frente do seu tempo, uma percepção torta da realidade, que as vezes não é de fácil compreensão.

Nick Drake, começou a se dedicar a música em 1967, ao mesmo tempo que começou um interesse profundo por literatura. E em 68 depois de se apresentar em alguns festivais de folk, arranjou um contrato para gravar um disco. Aqui que nasce o Five Leaves Left disco lançado no ano seguinte.

O tímido rapaz de mais de 1,90 de altura, criou uma seleta coleção de melodias e harmonias que carregavam um profundo tom de tristeza, e uma beleza extremamente rara. É um disco ímpar, algo que surge uma vez a cada década. Vale cada faixa, cada palavra cantada, cada nota tocada.

Destaques: River Man, Fruit Tree, Day Is Done e Three Hours.

terça-feira, julho 10, 2007

Kula Shaker - Strangefolks (2007)

Se passaram quase 10 anos e finalmente a banda mais cools das ditas britpop lança um novo disco. Apenas o terceiro da curta discografia da banda, a banda mistura guitarras bem bacanas e algum toque oriental, e muito Beatles. Do estouro do Britpop, a banda que mais se aproxima dos Beatles em termos músicais, influências mais diretas e claras, é de longe o Kula Shaker. Existe uma coletânea muito boa da banda, Kollected, para quem quiser conhecer o trabalho passado.

Esse disco está interessante, com algum canções bem legais mesmo, porém, é sempre estranho ouvir uma banda voltar. Sempre tem aquele gosto de será que não é porque a grana apertou? Alias esse gostinho fica um pouco mais forte ao longo da audição do álbum, que por vezes parece um trabalho bem fraco para uma banda que devia algo a muitos anos.

Fool That I Am é a faixa mais me chamou a atenção nas primeiras audições. Você quase se engana achando que é um trabalho perdido dos Beatles no começo, depois ela cai em teclados bem legais. Uma linda balada.

Falta uma faixa tão forte como Mystical Machine Gun ou Shower Your Love.

Destaques: Die For Love, Fool That I Am e Second Sight.

Alexi Murdoch - Orange Sky

"I Had A Dream Beneath The Orange Sky"

Simples e belo.

Baixei o disco desse cara ai. Tenho ouvido bastante, é aquele som pra você curtir, tranquilo debaixo de uma árvore. Sabe, queria ser amigo desse cara, tipo, ir com uma galera pra praia, campo ou que seja, e no final do dia, ele soltar umas músicas assim, em roda. Bom ai foi a dica.

segunda-feira, julho 09, 2007

The Stooges - The Stooges (1969)

"All Right"

Enquanto muitos ainda curtiam toda a "Flower Power" alguns já começavam a mostrar o lado sujo e soturno do sexo, drogas e rock n' roll. Assim como "Velvet Undeground", eles faziam um som muito a frente da sua época. Algo cru, direto e alto, quanto mais alto e mais sujo era melhor. Tudo porque quero ser seu cachorro. Logo na segunda faixa do álbum de abertura, Iggy gritava a todo os pulmões "I Wanna Be Your Dog". Pais do punk, alternativo, indie, e praticamente todos os estilos de rock que vieram depois. São basicamente junto com Velvet, Beatles, Stones e Bowie a base para o que ouvimos no rock hoje.

Exagero? Na verdade acho que estou até sendo um pouco modesto, se tratando do Iguana e sua trupe. O disco de estreia deles é uma sucessão de grandes músicas. Mixagens estranhas, sentimentos controversos, e principalmente muita originalidade.

Momento ilustrado: Lembro-me até hoje, um amigo meu do colégio, era daqueles super tímidos, que a galera da sala adorava pegar no pé, pela aparência um tanto quanto nerd. Depois das ferias ele voltou outro, tinha mais personalidade, andava cheio de estilo, encarava quem zoava ele, e sempre com um discman e seus fones. Todos estranharam, perguntei a ele depois de alguns dias: "Cara, que se tá escutando?" e ele respondeu seco: "No fun, porra, agora não enche", quando eu disse que curtia Stooges, ficamos amigos. Hahaha. Salve Ricardo! Saudades cara.

Coloque-se em 1969, tomando essa porrada de som na cabeça, muitos Ricardos surgiram daí.

Destaques: 1969, No Fun, I Wanna Be Your Dog. São as mais conhecidas, mas o disco é fantástico. Real Cool Time é minha preferida do momento.

sexta-feira, julho 06, 2007

The Smiths - The Queen Is Dead (1986)

Se antes os Sex Pistols deram um soco na cara da Rainha da Inglaterra ao cantar o hino "God Save The Queen" em uma versão escrachada e incabível para os padrões britânicos agora o Smiths enterrava a Rainha de vez ao lançar um disco com o titulo "The Queen Is Dead". É o terceiro álbum da banda, e por muitos considerado seu trabalho supremo. Muitas listas de renomadas revistas e críticos sempre apontam este disco entre os melhores, quando não o melhor disco da história.

O disco foi gravado durante o longo ano de 1985, onde uma extensa turne britânica e norte-americana dividiam o tempo da banda com as gravações. O stress da agenda lotada e os vários problemas decorrentes do mesmo, do abuso de drogas, de problemas com a gravadora acabaram por desgastar muito o ambiente que acabaria com o desmanche da maior banda da década perdida, eles não chegariam a completar o próximo álbum como uma banda só.

Este grande trabalho começa com The Queen Is Dead, talvez a faixa mais agitada do disco. Um ataque direto a Rainha, bastante cru, talvez esta seja sua força. I Know It's Over é talvez uma das baladas mais tristes e bonitas escritas na história. There Is A Light That Never Goes Out é tocada ainda hoje repetidas vezes pelos aparelhos de som mundo a fora. Bigmouth Strikes Again, além de ter uma cover que muitos louvam pelo Placebo, ainda é tema de muitas danceterias alternativas. Enfim um disco para se escutar do início ao fim.

Destaques: The Queen Is Dead, I Know It's Over, Cemetary Gates, Bigmouth Strikes Again, The Boy With The Torn In His Side, There Is A Light That Never Goes Out, Some Girls Are Bigger Than Others. Sim eu ia citar todas, mas vamos nos segurar um pouco.

quinta-feira, julho 05, 2007

PJ Harvey - Novo Álbum.

Agora é oficial e tem data de lançamento, o novo disco da PJ vai sair em dia 24 de Setembro, claro se não vazar antes na rede. Vai se chamar White Chalk. Agora é ficar atento para qualquer música nova que seja liberada ou "vazada".

Esse disco será o sucessor de Uh Huh Her, de 2004, e é o sétimo trabalho de estúdio da cantora. Como um fanático pela cantora, espero um trabalho melhor ainda que o anterior. Mais informações serão postadas neste blog.



Fonte: http://www.pjharvey.net/

Peixe Grande - Big Fish (2003)

Direção - Tim Burton (A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça, Edward Mãos de Tesoura, Batman e Batman - O Retorno.)

Os filmes que tratam o imaginário da pessoa em geral me encantam. Ainda mais quando o diretor consegue captar de forma bela ou bizarra a cabeça humana. Temos exemplos como: "O Eterno Brilho de Uma Mente Sem Lembranças" que mostra o lado mais reservado e muitas vezes pouco explorado da cabeça, temos "A Ciência do Sono" novamente abordando o mesmo temo, o que não é raro afinal ambos foram dirigidos por Michel Gondry. Exemplos não faltam, porém, poucos filmes captaram a magnitude que é a visão de uma pessoa que encara a vida com o que ela oferece de melhor.

A história centra em Ed Bloom um jovem que sempre encarou a vida como uma grande aventura. E as coisas nunca foram muito normais para Ed. No filme Bloom já está bastante velho, doente, e este se reencontra com seu filho, que sempre teve vergonha das histórias fantasiosas que seu pai contava. Em seu leito, já bastante doente, Ed tem sua ultima chance de contar sua vida ao seu filho. Contar mais seria estragar o filme.

Talvez o ponto mais alto no filme é a atuação de Albert Finney como o velho Bloom e sem a menor sombra de duvidas a fotografia e os efeitos visuais. Esses dois últimos são muito fortes e extremamente necessários para tornar de fato a vida de Ed em uma aventura. Jessica Lange (Broken Flowers e Cabo do Medo) também dá um show de interpretação como esposa de Ed. Ewan McGregor representa o jovem Ed nas histórias contadas, é um ator que eu dificilmente consigo esquecer das péssimas atuações na franquia Star Wars, porém, faz um belo trabalho aqui.

Gosto de encarar esse filme como uma pequena lição, afinal, as coisas são sempre ordinárias, o que as torna especiais é a maneira que olhamos para elas. Essencial.

quarta-feira, julho 04, 2007

Breve Dialogo.

DESTINO
Está atrasada.

MORTE
(aproxima-se com passos curtos, quase como se tivesse medo do outro)
Tem certeza que quer fazer isso? Não vejo mal algum nestas pessoas, pra que pregar um jogo com a vida deles, tudo bem, ninguém é perfeito, mas acho que é muito sadismo de sua parte querer jogar com esses jovens.

DESTINO
Sadismo? (breve risada) Sabe que prefiro o sarcasmo querida. E o Sonho, também está de conspiração contra meu ser?

MORTE
Você sabe que ele odeia tanto como eu brincadeiras de tão mal gosto como essa.

segunda-feira, julho 02, 2007

Portishead - Dummy (1994)

Se podemos sintetizar o que o Portishead é em poucas palavras seria algo como uma mistura de batidas quebradas e soturnas com uma vocalista no sentido mais clássico da palavra, com um vocal único e linhas melódicas bastante características.

O disco é levado por essas batidas intrincadas e com climas bastante densos, variando momentos de beleza pura com momentos de tensão. Beth costuma sempre levar seus vocais por caminhos melancólicos e quase sempre inusitados. Os arranjos de Geoff são um legado a parte, talvez um dos pontos mais altos dá música eletrónica. Sem esquecer as guitarras sempre muito bem colocadas Adrian.

Um comentário engraçado é o fato que nos shows da banda, é sempre espaço para um público, quieto, contemplativo e que carrega sempre uma ligeira depressão que combina perfeito com toda o clima criado pela trupe.

Glory Box é a faixa mais conhecida do disco e também é um dos destaques, ela é um sampler sobre um música do Isaac Hayes (músico do mais alto dos altos níveis, a música é Help Me Love). Mesmo sendo um álbum pesado, denso, triste é um trabalho sensacional.

Destaques: Sour Times, Wandering Stars, It's a Fire, Roads e Glory Box.