segunda-feira, junho 09, 2008

John Fante - Escrevendo a vida.

Um moleque, garoto que só, filho de um pedreiro italiano e uma mãe extremamente religiosa. Nasceu no Colorado em 1909, cresceu em meio a pobreza e ao preconceito típico aos estrangeiros naquela época. Existia somente uma meta, uma meta que quase o conduzia a insanidade, ele queria ser escritor.

Seu sonho o conduziu até a Califórnia. Lá, trabalhava no que aparecia, muitas vezes se submetendo a situações degradantes. Vivia jogando-se em quartos de hotel de quinta categoria e seu talento de escritor só começou a aflorar com a publicações de pequenos contos na revista “The American Mercury”. Nessa altura já existia muito do que viria a ser o seu alter-ego, “Arturo Bandini”.

É nesse ambiente dúbio que um dos maiores novelistas norte-americanos surgiu e cresceu. Apesar de um começo quase meteórico, com dois romances de sucesso, logo caiu no esquecimento, tendo obras rejeitadas e uma família pra cuidar. Havia se casado com sua fiel mulher e teve quatro filho, viver de escrever romances e contos não estava funcionando. De maneira quase irônica, Fante achou a maneira mais nojenta de ganhar dinheiro, escrever roteiros para Hollywood.

Mesmo detestando escrever roteiros, de certa forma conseguiu criar uma sustentabilidade e assim conseguiu uma casa pra sua família em Malibu. E somente doze anos depois lançou outro romance. “Full of Life”.

Porém o Inferno só tinha esquentado os pés de Fante, o garoto que sonhava ser escritor teve complicações sérias com diabetes e acabou por ter uma perna amputada e por fim mergulhar na escuridão de ficar cego. E foi o velho safado que salvou a pele de Fante com a republicação de suas obras, Bukowski foi parte responsável pelo redescobrimento dos trabalhos de Fante. Isso foi suficiente para um último suspiro desse escritor, que em seu leito ditou seu último livro para sua esposa. “Sonhos de Bunker Hill”. John Fante morreu em 1983. E desde então seus livros tem sido alvo de novas edições e finalmente tem sido reconhecidos como primor de literatura.

Em suma, o cara é extremamente foda, e principalmente os romances que são protagonizados pelo Bandini são obrigatórios para qualquer um ler. Procure: Pergunte ao Pó, Espere a Primavera Bandini, Estrada para Los Angeles, Sonhos de Bunker Hill.

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