segunda-feira, junho 23, 2008

é foda, o negócio é foda. primeiro eu concluí minha faculdade, depois, com gás renovado encarei o desafio que está sendo tocar uma banda pra frente ao mesmo tempo que toco minha paixão pelos luz da ribalta. então percebo que meu pique para as baladas caiu vertiginosamente. o excesso com o álcool, tornou-se finalmente excesso. aquietou-se. meus amigos começaram a sumir, convites para casamentos, novas pessoas. eu me vejo crescendo e botando um irremediável ponto final ã minha vidinha desfrutável e leviana do passado. crescer e amadurecer, palavras antes distantes, agora fato. minha querida adolescência está nas memórias do campinho de futebol, das noites vibradas em qualquer porão com música alta; meu pelotão do boteco está oficialmente dispensado.

são quase vinte e quatro anos desde que o mundo deixou de ser nada e passou a criar formas e sentimentos sempre novos. observo e contemplo tudo feito criança ainda. tenho a impressão clara que mal comecei a crescer, mas logo já estou passando de um quarto de minha vida. isso é se chegar aos oitenta, fato que procuro nem pensar muito. o sonho americano tão odiado começa a subliminar-se na minha frente. minhas amigas não mais cheiram pó e sim engordam e vivem o drama do casamento, meus amigos, antes jogado aos bueiros, agora engravatados buscam assinar os contratos de suas próprias casas.

na verdade não é porra nenhuma disso. isso é apenas um pesadelo maldito. sou muito jovem ainda, sim mudanças aparecem, e encarar elas de peito aberto advento ao que vier é o certo. minhas baladinhas ainda não morreram, minha queda mortal pela vodca permanece e pode perguntar ao êxtase do gozo, eu estou ainda aí, agora buscando meu sonho, ao lado da minha amada. acredito que a felicidade entre cama, mesa banho e a vida conjugal existe, não como dois malditos vendidos, e sim como dois que formam um e que tem apego e desejo único por serem os únicos donos de suas vidas. do mesmo jeito que eu não participei de nenhuma porcaria de baile de debutante, que é uma espécie de rito para a vidinha pseudo adolescente adulto, não quero despedidas de solteiro ou cerimônias de ajuntamento, nada de alegorias de uma vida social em decline. comigo será feito do nosso jeito, ou morte a quem se opor.

peço então a vida, que não me negue a lua, nem a vodca nem a música, que me joguem sempre de volta ao pó, o qual todos vieram e irão retornar, me recuso a ter um ápice de vida social, me recuso a acomodar, e agora? como fico? nem tudo acabo! nem a festa tem fim, que o ápice venha como uma constante daqui até o dia que eu morrer.

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