Acabou! Agora tenho vida novamente.
quinta-feira, dezembro 03, 2009
terça-feira, novembro 17, 2009
Remix da Lista da NME
1. Arcade Fire - "Funeral"
2. Radiohead - "In Rainbows"
3. PJ Harvey - "Stories From the City, Stories From the Sea"
4. The Strokes - "Is This It"
5. Blur - "Think Tank"
6. Arcade Fire - "Neon Bible"
7. Radiohead - "Kid A"
8. Queens Of The Stone Age - "Songs For The Deaf"
9. Arctic Monkeys - "Whatever People Say I Am, That's What I'm Not"
10. The Libertines - "Up The Bracket"
11. Yeah Yeah Yeahs - "Fever To Tell"
12. Interpol - "Turn On The Bright Lights"
13. The Shins - "Wincing The Night Away"
14. The Streets - "A Grand Don't Come For Free"
15. The Coral - "The Coral"
16. Jay-Z - "The Blueprint"
17. The Rapture - "Echoes"
18. Amy Winehouse - "Back To Black"
19. Johnny Cash - "Man Comes Around"
20. At The Drive In - "Relationship Of Command"
21. Grandaddy - "The Sophtware Slump"
22. Babyshambles - "Down In Albion"
23. Ryan Adams - "Gold"
24. Vampire Weekend - "Vampire Weekend"
25. Wilco - "Yankee Hotel Foxtrot"
terça-feira, novembro 10, 2009
Juliet Naked
Juliet Naked. Um disco de um músico recluso. Imaginem o Salinger lançando um livro depois de anos e anos de reclusão em sua cabana nas montanhas? Ou imaginem que o Jeff Buckley não morreu, vive até hoje em uma pequena casa no leito do Rio Mississipi, e lança algum material do nada?
O imaginário de Hornby era puro declínio depois de Alta Fidelidade, a idade chegou e a energia se perdeu. Talvez ele tenha encontrado paz em meio as demônios e não precisava mais esvaziar a alma. Eu pedi a um amigo que escrevesse um blog. O cara detonou, foram alguns meses de textos de primeira. Ele se apaixonou e aquietou a alma. O blog? Puro lixo agora.
Hornby voltou em grande forma com esse novo livro. Livro? Do disco, do músico recluso, sobre o amor sem ser romântico, um quê de 500 dias com ela. Sobre o crescer e não achar sentido, não rumar em direção de algo. De envelhecer sem fazer memória de algo. De não viver um grande amor, ou de não achar um grande amor. De tantas outras coisas. O livro é foda. Essas frases desconexas dizem mais do que um texto estruturado.
Uma volta ao blog? A volta do Hornby a boa literatura?
E essas pessoas? Surpreendendo sempre da forma mais inusitada. Estou com uma azia de matar e quero falar de outras coisas. Quero falar sobre 500 dias com ela, quero falar sobre outros livros e mais música. Me cobrem, não quero perder esse espaço.
terça-feira, outubro 13, 2009
Adventuraland (2009)
Nunca liguei para esse diretor Greg Mottola. Superbad passou longe da minha estante de filmes. Cheguei nesse Adventureland com expectativas de ser apenas uma comédia adolescente simples e pequena. E não é verdade que me surpreendi? O filme é um retrato mais do que convincente de como um grupo de jovens lida com os anseios desencontrados no final da década de 80. O resgate da época é memorável.
Tudo se passa em 1987. Um garoto, feliz pela graduação, acredita que vai viajar e cursar a melhor faculdade do país. Ledo engano, o pai acabou de perder o emprego e redução de gastos. O moleque se vê preso nos subúrbios.
No desenrolar da história: além de toda a nostalgia deliciosa de reviver esse período intenso de nossas vidas, diversos valores ganham destaque. É cada detalhe compondo a caracterização de época. O relacionamento entre o protagonista e seu par é convincente e de cara criamos relação com as personagens. É honesto, problemas dos jovens, conflito com os pais, relacionamentos frustrados e sonho destruído. Tudo sincero e bem feito.
Único ponto extremamente negativo. De onde tiraram essa Kristen Stewart, a menina é uma porta. Enquanto temos talentos como Ellen Page, e acabamos tendo que aturar uma atriz bem fraca num papel importante do filme. Reparem que a garota passa a mão nos cabelos em todas as cenas, é uma espécie de tique nervoso. Que a garota ache sua arte em outro lugar.
sexta-feira, setembro 25, 2009
Vai ser um puta show bacana.
A gente está tomando no cu para fazer esse som dar certo. Eu tava pensando em fazer esse show bêbado. Todos nós, beber umas antes, ouvindo Off The Wall do Michael. Até a hora de entrar no boteco sujo e tocar quase uma hora do que tentamos fazer de melhor. Acho que de qualquer forma vai ser foda.
A imagem tá uma merda. Vou arrumar uma melhor.
segunda-feira, setembro 21, 2009
Merda, muita merda. Queria não sonha com isso. Queria saber que não vai dar certo, mas no fundo eu não sei. Queria sumir esse gostinho da boca. Preciso urgente parar com essa merda toda. Que chutem meu rabo antes que eu sonhe demais com esse negócio de banda.
Ah, é foda, no band is that good anyway.
Não fala antes de saber, mas a verdade é, povinho burro, só gosta de obaobaê. E isso não é comigo.
Agenda lotada até 2010? E se eu tocar seu Chico? Tem espaço aí tio?
Imagina só: os quatro patetas descendo a Augusta, todo mundo indiferente. Olha a cara deles, o brilho idiota que antecede o fracasso. Os quatro voltando sozinhos pra casa. No meio de toda aquela gente tagarela. E olha ele de novo sem grana alguma. Todo fodido. O amor que temos pela banda é uma puta feia. Uma porra de uma cicatriz na mão. Ainda acreditamos em alguma coisa. Os quatro falando e andando sozinhos por aí. Acho que é falta de sossego pra ficar parado. Talvez melhor fosse ficar calados.
sexta-feira, setembro 18, 2009
se você pensa que pelas manhãs vou acordar e praticar uma caminhada, olhe antes minha cara de mau humor, e pense novamente. vou me afundar ainda mais na cama. tamanha a preguiça que me acompanha nesses dias. mas não pense que não vou queimar calorias, na cama, com minha garota, nenhum jogging supera.
será que é tão díficil assim fechar a boca?
eu juro que estou tentando. hoje acho que foi o melhor dia. espero que amanhã seja melhor ainda.
sentei durante horas com essa tela em branco na frente, esse tracinho preto piscando, e nenhuma palavra pulando na tela.
crise ou não, estou pensando em escrever um conto, sei lá, não sei se a minha coisa é ficar falando da minha vida.
uma coisa que eu fazia naturalmente bem quando criança era inventar histórias, completas, com trama, ritmo e tudo mais. e como tudo que temos de bom quando criança, foi podado. não pode fazer isso, não pode fazer aquilo. mas é questão de tempo, vou tentar.
sexta-feira, setembro 11, 2009
9 - 9 - 9 - Brincadeira dos Beatles
Fácil fácil isso muda em dez minutos.
1. Melhor disco: Revolver
2. Melhor música: “A Day in the Life”
3. Melhor música John: “A Day in the Life”
4. Melhor música Paul: “For No One”
5. Melhor música George: “Something”
6. Melhor música Ringo: “Don’t Pass Me By”
7. Melhor beatle: George
8. Melhor lado: O lado A do Revolver
9. Melhor capa: Abbey Road
10. Melhor cover: “You Really Got To Hold On Me”
11. Melhor cover da Motown: “You Really Got To Hold On Me”
12. Melhor cover deles por outros: “We Can Work It Out”, com o Stevie Wonder
13. Melhor cover deles pela Motown: “We Can Work It Out”, com o Stevie Wonder
14 Melhor filme: A Hard Day’s Night
15. Melhor bateria: “A Day in the Life”
16. Melhor baixo: “Something”
17. Melhor guitarra: “And Your Bird Can Sing”
18. Melhor vocal: “Oh! Darling”
19. Melhor cítara: “Within You Without You”
20. Melhor piano: “Sexy Sadie”
21. Melhor verso: “When I hold you in my arms, and I put my finger on your trigger”
22. Melhor disco solo: All Things Must Pass, do George
23. Melhor música solo: “Someplace Else”, do George
Parece que a brincadeira surgiu aqui: link
Já andei esse terminal inteiro umas três vezes. De ponta a ponta deve ter uns quinhentos metros. Já passei pela loja de revistas e pela cafeteria inúmeras vezes. Agora que me rendi ao tédio e sentei na cafeteria fiquei observando esse aeroporto imenso e como esse lugar é triste. Totalmente transitório, não guarda nenhuma peculiaridade.
Pedi um café sem gosto, mesmo odiando cafés, e pedi um cookie. Me fez lembrar os tempos lá nos Estados Unidos. Os aeroportos por lá são verdadeiros shoppings e nunca faltava o que fazer ou ver. Pelo menos dava pra se perder em livrarias imensas ou nas delis com os deliciosos baguels.
Não que sejam acolhedores, os aeroportos lá são tão impessoais quanto os daqui. Mas como tudo com o pessoal lá de cima, o dinheiro ameniza o sentimento de que seu tempo está sendo totalmente jogado fora.
O café acabou em três minutos e meio, e o biscoito não durou muito mais do que isso. Ainda me faltam três horas pro avião decolar. Tédio, tédio e tédio. A mensagem robótica sobre a gripe suína já virou um mantra.
Esqueci de citar que levei uma bronca danada por dormir feito um mendigo no banco do saguão. Estava uma delícia, apoiei a cabeça na pasta e a papelada e esse tijolo de notebook eram o mais perfeito dos travesseiros. Mas, nesse país, um trabalhador descansar não pode agora invadir a fazenda de roubar terras pode. É barbudo filha da puta, sua hora tá chegando.
I got my mind set on you! I got my mind set on you.
São quase 17h. Se o por do sol não cegasse meus olhos seria uma vista bonita.
quarta-feira, setembro 09, 2009
Hoje mandei muita gente à merda. Não cuspi na cara. Só desencanei de levar em consideração algumas pessoas. Tava andando quase parado na 9 de Julho e um motoqueiro trombou com o carro. Filhas da puta, ainda vão dominar as ruas. Algo como Mad Max, um futuro apocalíptico.
Eu odeio frescura, e essa porra de lugar tá cheia. Não chego a estar revoltado, mesmo porque nossa geração de merda não tem motivo pra se revoltar. Nascemos com a porra de um diploma no rabo e toda a luta já ganha por nossos pais.
Cartão de crédito, um demônio sem igual. Se não tomar cuidado ele te mata devagarinho. Eu tenho um puta medo. Assisti aquele a “A Onda”. O cinema tá melhorando. No ano já foram algumas pequenas joias.
O Lutador, Arraste-me Para o Inferno e A Onda são exemplos de filmes do caralho que passaram nas telas.
E as troianas? Quero ver do que se trata isso no teatro. Esse ano eu quase não fui ao teatro. Me afastei demais disso. Trauma, arrependimento, ou medo. Acho que o negócio é música mesmo. Mas o calendário de shows mundial é anda uma lástima. Queria mesmo ver o Neil Young, mas ele não deve vir não. Ou o Macca, quem sabe ano que vem?
terça-feira, setembro 08, 2009
Hoje caiu o mundo. Uma tempestade daquelas. Lavou a alma de muita gente. Eu matei o trabalho, estava em Osasco acompanhado um serviço, no horário do almoço deixei tudo meio engatilhado, e me mandei para casa, enfiei a cara na cama, em plena tarde. Eu era basicamente um rei. Que luxuria, de barriga pra cima em plena terça feira à tarde.
E o show na sexta passada? O lugar era um buraco. Tinha umas armas na parede, e o pessoal saiu de um bueiro qualquer para nos assistir. Isso foi ótimo! O show, pouco ligando, fazendo a música para nós mesmos. Dá até vontade de viver desse negócio de música. Até, porque, até onde eu sei é sobreviver, e eu prefiro viver desse negócio computação.
Vendido? Talvez. Alma lavada? Pela chuva dessa tarde. Vou voltar pro buraco, e fazer outro show qualquer dia desses. E aviso vocês.
Acho, veja bem, acho que vou voltar a escrever com mais freqüência por aqui. Por hora uma foto pseudo roque em roú estar.
quarta-feira, agosto 26, 2009
E se foram meus dias nos Estados Unidos. Minha opinião sobre eles mudou bastante. Se antes eu tinha um pouco de desprezo ou talvez inveja mesmo. Agora admiro e respeito um povo trabalhador e orgulhoso de seu país. Tem muita merda que turista não vê. Eu tentei estar com o povo e não apenas circular pelo lado bonita coisa. Sabendo por onde andar qualquer cidade do Brasil é primeiro mundo, aqui o negócio é um pouco diferente. Tem muita desigualdade e existe um preconceito imenso com novos estrangeiros. Eles se esquecem que um dia todos foram estrangeiros. Hoje, os latinos, chineses, os que vêm do leste europeu, sofrem com o estigma de serem eternamente colocados em subempregos. Raramente vemos um imigrante ocupar um lugar bom na sociedade. Talvez porque a América é a terra dos sonhos e das oportunidades. Talvez porque a chama da estátua da liberdade ainda seja um guia no firmamento de muitos. Não vou entrar no mérito do assunto que muitos deles, estão melhor aqui do que em seus países. Isso sem dúvida é verdade. Mas a que preço?
quinta-feira, agosto 20, 2009
Glimpse of San Francisco
Acordei no meio da noite com o som da escória sendo varrida lá fora. Estou no meio de um buraco onde um bando de viciado em pedra tenta se reabilitar, porém, quando voltam pras ruas caem logo no vício novamente. Então no meio da noite a polícia passa varrendo eles da rua para não espantar os turistas. Nem Deus sabe o que acontece com esses perdidos. Parece o som de um caminhão pesado, da janela não consigo ver nada. O quarto está quase escuro, com exceção do piloto azul da televisão. Luz suficiente para que eu sempre acorde achando que estou sendo abduzido por alguma porra de alienígena.
Acontece que essa porra de America só serviu pra comer porcaria. Fiquei meio puto com minha saúde que despencou alguns pontos por aqui. Por mais que você tente, os americanos não tendem ao saudável. Tentei jantar uma salada com frango hoje. Que é exatamente o que se imagina por uma Chicken Salad. Sem molho era uma lástima, com molho deve ser tão calórico como um hambúrguer. Sem falar que o frango veio frito. Preciso urgente entrar na linha.
segunda-feira, agosto 17, 2009
Entre Boston e San Francisco
Estou cruzando a América do Norte de costa a costa em um avião cheio de chineses e crianças birrentas. Nada contra os chinas, o problema é que os filhas da mãe trouxerem duas malas grandes para cada membro da família de sete. E enfim, as pessoas deviam aprender a despachar as malas, deve ter bastante espaço no compartimento de carga.
Lá se foi uma semana em Boston. A saudade aperta, sinto falta da minha garota e da minha casa. Acho que sinto mais falta ainda da casa que ainda está por vir. Meu canto, meu teto, minha mulher lá dentro. Fiquei literalmente no meio do nada durante essa semana. Em uma cidade chamada Acton. Quarenta minutos de Boston, suficientes para tornar o lugar chato, parado, e completamente sem vida.
Durante o treinamento minha cabeça ficava longe: hora na minha mulher, hora na minha futura casa, ou vezes em qualquer bobeira mesmo. Pouco fiz que realmente acrescentasse em algo. E mesmo assim passei com louvor na prova. Os caras lá não sabem de nada. Se tivesse medido meu esforço em aprender, eu estaria perto de zero. Enfim, o Phil é um cara bacana, durante muito tempo viveu de música, hoje vende segurança de computador, tem uma harvley e parece viver uma vida boa ali no meio do nada.
Uma das piores coisas de viajar de avião é dividir o apoio de braço. O chicano de merda sentado ao meu lado, faz questão de botar o braço lá e tirar o meu. Se as leis fossem mais favoráveis eu dava um tiro na cara dele.
Ao chegar em Frisco quero ver se começo alguns hábitos mais saudáveis. Quero fazer um pouco de exercício, uma caminhada é um bom começo. E quem sabe comer mais vegetais e coisas do tipo. Ainda faltam três horas e essa lata velha não para de sacudir. O idiota ocupa o apoio de braço e eu realmente quero voltar pra casa e para a minha garota. Vou tentar dormir um pouco.
quinta-feira, agosto 13, 2009
New York - Central Park - O Centro de tudo.
Saltei do metrô imundo na 72 e ao encarar a luz do dia um arrepio percorreu minha coluna. Logo ali, na minha frente, repousa imponente o edifício Dakota. Última casa de Lennon, cena do crime que tirou a vida de um dos maiores compositores da história. Não deixa de ser emocionante caminhar até o memorial do Lennon, ver pessoas chorando e flores sendo diariamente entregues ao ídolo.
Caminhando sentido uptown com a alma pesada, um peso carregado de tristeza e angústia, outra construção toma conta da cena. O museu de história natural guarda entre diversas atrações os fósseis de alguns dinossauros. Você entra lá, observa uma ossada gigante em uma pose heróica e dá de ombros, não tem muito mais o que ver ali.
De passo lento e desmedido de firmeza atravesso o parque, observando as pessoas correrem, os jovens amantes se declarem, a paz no meio da ilha de caos, diretamente do outro lado do parque fica o outro grande museu. O MET. Para quem quer gastar pouco é uma boa opção, a recomendação é $20, mas você paga quanto quiser, eu paguei $1.
O passeio começa pela área da Roma e Grécia antiga. Armaduras, estátuas de mármore, túmulos, armas e mais um monte de coisa. Entretenimento bom. Depois temos a sessão da idade média e muito barroco, muita criado mudo trabalhado, e alguns quadros. Pra impressionar, me deparei com uma estátua de matar. Fiquei horas admirando a escultura, na minha ignorância que mais me aproxima de um gorila do que um ser humano. Não sei o nome ou o artista, só sei que fiquei horas encarando aquele pedaço de pedra.
Em seguida encarei mais arte européia, mais barroco, mais tapetes, móveis e entalhos na madeira. Até chegar à sessão dedicada ao Egito antigo. Impressiona. Um templo inteiro ali, pra você entrar e se perder. Na real, você gasta seu tempo, sem se sentir um inútil. Mas quando para e pensa por um segundo, a gente só continua o passeio por falta de perspectiva.
No segundo andar encarei a sessão dos grandes pintores europeus. Puta que pariu, quase cai de quatro. Encarei pela primeira vez, ao alcance dos meus dedos, um Van Gogh, ou um Picasso. Ou tantos outros. Existem algumas pinturas de cair o cu no chão. De olhar e soltar uma exclamação qualquer. Não sei explicar, mas você olha, e percebe tudo que o cara tentou expressar naquela porra. É foda. Se tiver tempo posto alguma das pinturas que me ferraram a cabeça.
Encarei ainda rapidamente o pedaço de arte moderna. Lixo. Odeio.
Ao sair do museu, já passava bastante do meio dia. Ou melhor, estava mais para as seis do que outra coisa. Deitei na grama do parque, descansei, olhei o tempo passar. Desci a quinta até a parte das grifes, o Rockfeller Center, peguei uma cerveja e sentei ali, onde o natal é celebrado com fervor. O dia caia rapidamente, meu tempo na grande maçã estava perto do fim. Uma passeata celebrando os imigrantes do Panamá fazia algo próximo de um carnaval causando um barulho infernal. O inconfundível cheiro de urina do metrô me recebeu de braços abertos, pronto para encerrar esse final de semana em NYC.
quarta-feira, agosto 12, 2009
New York - Midtown - Coração do Mundo
Quinta avenida, gente se empurrando por todos os lados. Japoneses, indianos, americanos, mexicanos, brasileiros e europeus. Praticamente qualquer ser humano da terra representado ali. Fiquei zonzo e as pernas reclamaram novamente da caminhada forçada. O pescoço quase quebra ao encarar o Empire State Bulding. Meio que movido as cegas e sem muito sentido, entrei no edifício mais alto da ilha e logo me vi numa fila interminável de gente querendo chegar ao topo. Tive que deixar oito dólares na portaria e para a minha surpresa, a cada novo corredor que a fila dobrava, maior parecia o caminho até o topo.
No elevador, uma senhora passou mal, e eu cada vez me sentia mais perdido e sem rumo naquela tarde ensolarada. Chegando ao observatório, você tem uma vista total da ilha. Bonita. Seria perfeito sentar sozinho no parapeito e ficar bebendo alguma coisa, violão no colo, mas a realidade é mais um monte de turistas se acotovelando para tirar a foto perfeita.
Depois de encarar a decida do prédio, novamente na quinta avenida, alcancei a biblioteca pública de NY. Estava em obras e tudo que pude apreciar foi um tapume azulado. Aos poucos aquela caminhada se perdia num mar de sentimentos. Uma saudade doente apertava o peito. Por vezes uma falta de perspectiva, saber que em breve teria que encarar novamente a rotina. Acordar cedo, trabalhar, viver numa cidade que engatinha tentando ter o glamour e brilho mas sem nunca sair da lama.
Sem muito saber o que estava fazendo, dobrei na 42 e cheguei na estação central de NY. O prédio como quase tudo nessa cidade, é imponente, alto e te faz sentir insignificante, talvez o lugar que um cara de fora da cidade deve se sentir. Insignificante e sem a menor chance de fazer parte desse mundo. Era hora do rush, as escadas da estação pareciam uma cachoeira de engravatados. Sentei pra um café ali, um pianista de jazz fazia uma versão tímida e melancólica de Life On Mars.
Mandei o tédio à merda e voltei para o meu caminho, agora rumo a Time Square. Lá eu encarei todos aqueles anúncios, toda a luz do mundo brilha ali. Arranjei um ingresso barato nas barracas de desconto. Queria assistir alguma peça na Broadway, mesmo sabendo que não seria grande cosia.
De certa forma me surpreendi. Tudo extremamente sincronizado, as vozes e as danças. A peça era uma ferida aberta no peito da mãe America. Nada de incrível, um enlatado para matar a fome e nada mais. Mesmo assim, foi saboroso e valeu o momento. Em seguida resolvi jantar uma pizza e sentado ali, no balcão sozinho, novamente me senti um nada no meio daquela cidade imensa. Voltei para o hotel, pensativo, o sono aquela noite foi pesado, mal consigo me lembrar de como cheguei à cama. Definitivamente eu gostaria de fazer parte desse mundo um dia. Eu e minha garota. Quem sabe?
terça-feira, agosto 11, 2009
New York - Villages – Charme e vida.
Cai um tanto quanto torto da cama, a cabeça flutuava perdida entre a terra dos sonhos e meu velho hotel em Tribeca. Com uma tosse chata peguei um resto de cerveja já amanhecida e quente, o gole seco me serviu de despertador. Observei as pessoas se acotovelando pela saída do metrô, o sol forte era um verdadeiro porre. Depois de vestir as primeiras peças de roupa que achei, sai e me enfiei no mar de gente que escorria em direção ao metrô.
A grande maçã iria me engolir mais, e hoje era hora de conhecer os Villages e quem sabe me aventurar na Midtown. Na própria estação, suja como a Central do Brasil, comprei um Bagel e logo estava sacudindo no labirinto de túneis que correm por debaixo da cidade. Desci logo ali na 1st Ave e fiz um passeio agradável pelo East Village.
Os parques, as pessoas correndo e esquecendo a vida, os veteranos de guerra:
“eu lutei por você no Vietnã, tem um centavo sobrando?”
Tudo coexistindo com uma harmonia delicada. O Tompkins Square Park é pequeno, extremamente arborizado e melancólico, acho que foi esquecido ali, os poucos visitantes são outsiders. Me senti bem ali, a essa altura com sede, tive que buscar mais uma cerveja e continuar o passeio.
Depois de arranjar uma gelada na St. Marks Street dobrei a 4th Av e segui até a Union Square, absorto pelo movimento, acabei caindo em uma feira de rua simpática, logo ali na University St, e foi ali que me perdi por horas em barracas de CDs usados e novos. Fiquei literalmente horas vendo CDs do Dylan, da Billie, do Bowie, do Velvet, horas perdido.
O melhor estava guardado para alguns passos a mais ao sul. Ao chegar na Washington Square simplesmente desabei. Jazz de ótima qualidade, ao vivo ali na praça, esqueci da vida e sentei, curtindo as dores nas minhas pernas.
Ainda tive tempo de esfriar os pés na fonte central da praça, e depois passando pelo grande arco, mais uma surpresa, um coral de gospel, ali, fazendo valer cada suor derramado na caminhada. Fodido.
A 6th Ave se transformou na minha trilha rumo ao norte da ilha. Caminhei com o espírito renovado até a 23rd street e dobrei rumo a 5th Ave, com fome já pensava em me descolar um hambúrguer e tomar mais uma cerveja. E aos poucos começava a encarar a NY frenética da Midtown.
New York - Lower Manhatan – O começo
Lower Manhantan
Se começar logo cedo, pegue uma rua menos balada como a Church Street e caminhe sem pressa. Comece ali pela altura da Canal St. e vá sentido downtown. Aproveite o clima, comece a entender o fervor da cidade. Você vai chegar aonde outrora ficava o imponente World Trade Center, hoje um imenso jardim de obras que ainda atraí um bocado de turistas.
Dobre na Vessel St. acompanhando as obras e sentido rio Hudson, logo mais você chegará no World Financial Center, e se for horário de almoço, procuro pelo PJ Clark’s sente-se no balcão, peça uma boa cerveja (eu recomendo Blue Moon) e relaxe, em breve provará um dos melhores hambúrgueres da cidade.
Após a refeição, procure o Battery Park City e siga por sua bela margem. Um dos cartões postais da cidade logo estará a vista, a estátua da liberdade, e é logo no final do parque de onde partem as balsas para as visitas.
Na saída do parque é possível deslumbrar o começo da Broadway. Estique as pernas e prepare-se para uma longa caminhada, Passando pelo famoso búfalo de bronze, a Wall St, diversas igrejas e por fim o City Hall. Aqui é possível se desviar pelo parque e seguir rumo a ponte do Broklin. São dois quilômetros de uma caminhada agradável, com uma das mais belas vistas da cidade.
Do outro lado, vale um passeio pela região abaixo da ponte. A Water Street, por exemplo, abriga alguns cafés estilo europeu e os deliciosos chocolates de Jaques Torres. Na volta, pegue o metrô ali perto da Washington Bridge, ou melhor ainda, caminhe pela ponte vizinha e acabe tendo vistas privilegiadas do bairro chinês ao cruzar o rio.
Caminhe, sentido uptown, como quem não quer nada pela Bowery e observe o movimento frenético desse bairro que muito lembra a nossa velha 25 de março em São Paulo. Na altura da Delancey dobre a direita e descubra uma nova faceta da cidade. O lower east side é um bairro alternativo. Casas de show, restaurantes em buracos inimagináveis, e bastante gente na rua. Aproveite e pare para um cupcake na Babycakes NYC (248 Broome St.)
Eu sei que deve estar cansado, mas force um pouco mais as pernas e não deixe passar a oportunidade de caminhar pela Houston sentido Soho. Tome um café na Lafayet Street. É um bairro universitário, muitas opções para beber ou comer, por ali ficam os cinemas mais alternativos e na 4th street a renomada loja de música Other Music.
Se você teve fôlego para tudo isso, relaxe por essas ruas, descanse e pegue o metrô para seu hotel. Lembre-se que na próxima etapa, começamos da 4th street e vamos conhecer os Villages, Chelsea, e a Midtown que é onde tudo acontece.
New York fucking city.
Estou em um trem, deixando Nova Iorque para trás e um pedaço do meu coração com ela. A cidade simplesmente me engoliu, cheguei e foram pouco mais de dois dias aonde conheci praticamente tudo ao sul dos dois grandes museus.
Enquanto o trem serpenteia vagaroso pelos subúrbios várias coisas me surgem n a cabeça. Minha garota lá em São Paulo, meu pai em seu fim de vida, minha mãe firme e fiel ao lado dele. Tudo fica distorcido como o meu reflexo na água da fonte após minha moeda mergulhar na forma de um desejo.
Eu não sei se consigo falar de NY sem ser emotivo demais, de certa forma me senti em casa, não precisei de mapas, não precisei de guias, nem de planos. Planos eu até tinha, partindo de lower manhantan conhecer tudo que fosse possível.
Agora, algumas boas milhas de distância já me separam da grande maçã, observo sua imponência se tornar cada vez menor no horizonte. Não foi possível ir até o Apollo Theater, ou outros inúmeros lugares, haverá uma próxima vez, e com certeza minha garota, minha mulher estará ao meu lado.
“I’m going to San Francisco, where the Sun keeps shining /
but for sure I left my heart on New York”
segunda-feira, agosto 10, 2009
Top - New York
Top 5 – NY
1 - Washington Square Park – Música ao vivo e uma fonte maravilhosa.
2 – Battery Park City – Um lugar agradável, comida muito boa perto (PJ Clarks) e sempre tem algo acontecendo.
3 – MET – Museu no central park, tem tudo. Egito, Roma,Grécia, Picasso, Van Gogh, só para ficar em alguns.
4 – East Village – Lojas alternativas, CDs que você nunca imaginou, sebos de livro, lugares absurdos pra tomar ou comer algo.
5 – Dakota Bulding – Pode parecer bobo, mas é de soluçar lágrimas ver aonde Lennon foi assassinado, e em seguida, prestar homenagem no Strawberry Fields.
Top 5 – CDs comprados
1 – Nick Drake – Bryter Layter- $5 na feira. Mais hein?
2 – The La’s - The La’s - $5 na feira. Duas vezes: Mais hein?
3 – Radiohead – In Rainbows
4 – Grizzly Bears – Veckatimest
5 – MGMT – Oracular Spectacular
domingo, agosto 09, 2009
Duas coisas que SP ganha bonito de NY.
1 – Comida – Ok, com certeza alguém vai me tacar predas, mas é verdade, nossa pizza é melhor, nossos lanches são melhores e até nosso sushi é melhor. Mas não estou falando mal, se SP é a número 1 em gastronomia, NY está em segundo.
2 – Cinema – Perguntando pelo reduto dos filmes independentes e europeus me indicaram o melhor cinema da cidade, que está anos luz do nosso velho reduto na paulista.
De resto, o lugar é foda demais, a cidade te engole, você tenta e quanto mais tenta mais vê que não chegou a uma lasca do que ela tem a oferecer, como vai ser foda elaborar todas as coisas boas, só dou esse aperitivo que é o que SP ganha de NY.
sábado, agosto 08, 2009
EUA - 0.1
27 mil pés de atitude, lá em cima, com o tempo horrível e o avião sacudindo demais eu achei que ia morrer. Era caminho de Minnesota para Nova Iorque, os dias ali na pacata cidade de Minneapolis tinham sido curtos e bucólicos. Me perdia olhando para o rio Mississipi, logo ali, onde ele nasce e ainda é extremamente limpo. Pensava em como seria bom estar no mesmo lugar em companhia especial que ficara no Brasil.
Tomava uma ou outra cerveja, por hora, Blue Moon a minha favorita. E caminhando a esmo por uma pequena praça me deparei com uma banda tocando, sol, pessoas sentadas, crianças brincando, e porra, é disso que eu sinto falta. É verdade, os americanos, venderam um sonho, the american way of life, porém eles não querem empurrar uma besteira qualquer, eles simplesmente em alguns aspectos sabem muito bem o que é viver de forma boa, você sua família e seus amigos.
Fiquei realmente meio emotivo enquanto aquela lata velha se debatia nos céus e ameaçava mergulhar em uma última e vertiginosa queda. Pensei várias vezes que ainda quero eu, minha garota, e um lugar assim.
O avião fez seu pouso, como esperado, em La Guardia, um aeroporto para vôos locais em NYC. E logo que coloquei o pé pra fora, pude sentir o ritmo pulsante da capital do mundo. Tomei o Q33 ali mesmo na frente do aeroporto, joguei alguns cents numa espécie de funil e a luz verde. Sentei ali perto da porta e comecei a ver uma cidade com casas bonitas, ruas limpas, mas ainda não era NYC. Peguei o metrô no ponto final e sacudi naquele clássico tantas vezes representado no cinema. Sem muita noção das coisas, saltei na Canal St. e quando alcancei as ruas estava no meio do que vemos todos os dias na TV. Prédios de entortar pescoço, os taxis amarelos e as pessoas andando apressadas, com grandes copos de café na mão. Mais uma vez um aperto no peito, eu ali, e minha garota longe, porém sem muito tempo para pensar, avistei meu hotel do outro lado da rua. E então comecei meu primeiro dia na capital do mundo...
quinta-feira, julho 23, 2009
Minha garganta tá chiando. Deixei a tv ligada porque caiu um puta silêncio por aqui. Me deu uma puta vontade de beber conhaque ou uísque como eu bebia. Ficar um pouco em silêncio, sem dever nada a ninguém. Esse frio tá convidativo, yeah baby, ando meio estático. Claro, tem muita coisa que tá dando certo e que quero muito, mas de resto, não sei se anseio por algo além. At every occasion one brilliant day funeral... peço tanto o inverno que ele veio forte hoje de noite. E olha que tá uma puta lua vacilante sobre a paulista, minha garganta chiando e a música que tá entalada aqui dentro que não sai. Deve ser o frio.
segunda-feira, julho 20, 2009
Nova música do Radiohead
Não sei, assim só enche o saco hahaha mas radiohead é radiohead melhor que 99% das coisas atuais.
terça-feira, julho 14, 2009
Tava curtindo o som do Reed. Entrando no clima de um cara que representa New York da melhor forma possível. Baby, you are so vicious! Cacete e as madrugadas que me comem vivo, quando eu sei que ela está por perto eu durmo feito pedra, agora essa saudade mata a ferro. Mas voltando a música, fiquei imaginando, essa baby do Lou, devia ser putinha punky, junky, tatuada, trespassada por alfinetes, suja, depravada e promíscua. Não sendo machista, mas a música tem esse clima. E só assim pra ser esse puta rock fodido. É muitos tentam, e o homem com três acordes detona.
segunda-feira, julho 13, 2009
domingo, julho 12, 2009
Perplexo. Tenho algumas coisas a falar, e não sei direito por onde começar. Estava discutindo possíveis lugares para tocar com o pessoal da banda, e eles falaram, você é que costuma ir a baladas, você que sabe dos esquemas. Parei e fiquei assim, perplexo, não querendo parecer velho, mas na minha época, era eu, o Uidol e o Vítor, as vezes o Alain ou o Marcelo. Nós ficávamos bêbados, vez ou outra um era encontrado do lado de fora deitado na sargeta, conhecíamos meio mundo, e sempre era do caralho. Hoje eu realmente não sei mais o que rola. Passei na porta de algumas baladas, e filas, pessoas estranhas e tudo parecendo destoado. Se alguém souber de um lugar que uma banda de Indie Rock possa tocar, me avise por favor, porque vou começar a caçar. Indie Rock, não fui eu que inventei isso, pra mim, nossa banda toca Rock, mas como eu prefiro evitar quem ainda vive de Raul e Born To Be Wild, acho que é válido uma abordagem mais atual. E bom, em menos de uma semana, acredito que teremos em mãos o nosso EP. Como um grande apoiador da música livre (mp3 de tudo pra todos), estará disponível aqui, acolá e em todos os lugares possíveis.
quinta-feira, julho 09, 2009
Dia treze eu e os caras entramos no estúdio. Vamos gravar seis músicas nossas. Quem me conhece sabe o quanto isso significa pra mim. Vai ser do caralho, vamos sentar lá e fazer o melhor. Mas o que eu não consigo tirar da cabeça é a atmosfera que eu já antevejo. O ambiente neblinado com cigarro e maconha. As latinhas de cerveja se empilhando pelos cantos e toda atenção ali, no som. Posso antever a voz amarga do Edu, aleitada em uísque barato, pouco sono e angústia no peito. Se tem uma coisa que rola e é foda é essa química, esse momento único que é botar uma música sua num pedaço de plástico. Agora na verdade isso é romantismo, na real é jogar sua música ali, num arquivo, para qualquer um escutar.
Pela música, pelas vozes, pelo clima sério de fazer um trabalho bom, imagino que vai ser um grande passo para nós. Acho que lá pelo fim dos cinco dias de gravação, estaremos os quatro sentados, uma lata gelada na mão, na boca uma tensão quase imperceptível disfarçada pela cerveja, nos ouvidos o prazer de ouvir nosso som soando como sempre devia ter soado.
quinta-feira, julho 02, 2009
Achei que depois de velho, ou algo assim, eu romântico assumido teria aprendido. Mas não, não mesmo. Coração burro, nasce tapado e morre cego. É isso aí, eu prometi, jurei de pé juntos que nunca mais me apaixonaria. Amaldiçoei o amor. Salivei feito porco raivoso quando me falavam disso. E hoje, ela me faz ficar cada vez mais perdidamente apaixonado por qualquer bobeira que faz. Seja um beijo despercebido ou carinho despretensioso, tudo me faz ficar cada vez mais perdidamente apaixonado.
Eu me enrolo nos lençóis desejando que fosse em seu corpo. Eu faço a barba, ostentando orgulho no espelho sabendo que vou vê-la. E na verdade, eu nem sei como tudo começou. É continuo sendo eu. Só que dessa vez o cupido vesgo por sorte acertou os dois.
…
Agora preciso desabafar um medo tenebroso que me assola. Cacete, em menos de um mês, pego um avião para os Estados Unidos, terra do Fante, do Salinger, do Dylan e do Velvet. Mas uma angústia do cão não deixa de me foder. To perdidinho, entalado até a garganta, eu não confio nada nessas latas voadoras, deixo claro. Se pudesse, iria de carro.
quarta-feira, julho 01, 2009
Em janeiro agora eu e a Fer fizemos uma viagem pela Argentina e Chile. Muito ainda está colado na memória, e eu sempre me prometi escrever algo mais detalhado sobre a viagem. Pena que muito do que tenho prometido para o blog esteja indo para no limbo. Porém, é quase impossível, todos os dias me vem cenas dessa viagem foda. Desses deliciosos 26 dias a esmo, perdidos ao sul de nosso continente. Não quero botar ordem, começar do começo e terminar no fim, quero brincar com as lembranças.
A idéia veio no meio de 2008, planos, roteiros, pesquisa de preço, desejos e por fim escorregamos para o Sul. Por um acaso financeiro, qualquer fosse a viagem seria mais barata indo para Buenos Aires, e de lá dar o rumo desejado. A Fer já conhecia a capital portenha, eu não, então resolvemos resumir em alguns dias e depois partir para o vazio do interior argentino.
A capital argentina tem seu charme, é impossível esquecer nossa primeira refeição, um bife ancho com papas fritas genial. Foi de lamber os lábios, em plena avenida nove julho, próximo ao albergue milhouse, até hoje sinto vontade de voltar lá e repetir a dose. Mas dando um pequeno passo atrás, vale lembrar o quanto de grana você perder se não for esperto no aeroporto. De taxi ou ônibus especial sai quase cem pesos. O segredo é caminhar um pouquinho, ali próximo da agência grande do banco nação, e esperar o circular da cidade. Pouco mais de três pesos e uma hora e meia depois você desce no centro de Buenos Aires, mais demorado, porém os valores são descabíveis de comparação.
Ficamos em um hotelzinho ali no centro mesmo. El Argentino engraçado, ele parecia congelado no tempo, tudo tinha um ar do passado, era aconchegante, ali no coração de Buenos Aires, passeamos, rodamos tudo que tem que de especial, não sei exatamente o porque, mas a cidade estava completamente deserta, digna de um filme de catástrofe. Tivemos momentos lindos, e outros tristes, foi um momento gostoso, sentir o vento na cara do que estava por vir.
A verdade é que nosso roteiro foi totalmente feito no improviso. Tínhamos um plano claro de rumar ao sul, as passagens estavam caras demais, então fomos rumo a Santiago. Nas primeiras noite sofri, no ônibus passei um frio de travar os dentes. A nossa primeira parada era Córdoba, e foi um turismo bem fast food, chegamos pela manhã e partimos pela noite. A cidade é linda, e lembro claramente que tem um meio fio mais alto do que o normal, em um dia inteiro batendo perna, isso faz uma diferença absurda. A cidade tem um charme meio esquecido, do tipo uma roda gigante abandonada, fazia um calor de derreter o cérebro. Dali o próximo destino seria Mendonça. E depois Chile. Muito aconteceu... viajar é foda, escrevi tudo isso só pelo gostinho de relembrar e para deitar a cabeça e quem sabe sonhar com uma próxima...
sexta-feira, junho 26, 2009
terça-feira, junho 23, 2009
Está uma puta monotonia, de fundo, só o barulho do ar. Mecânico, chato, constante. Um burburinho constante enche o ar. Meu dente está me matando. A luz azulada da tela do computador se perde no ambiente pastiche do escritório. Minha cabeça tá longe, provavelmente perdida em alguma viela na Espanha. Não consigo me concentrar como deveria. Ou o dente lateja ou a cadeira engasga em um rangido de arrepiar a espinha. Quando a mente se desliga por um tempo, imagino um passeio sem proposito, eu e minha garota, mãos dadas na Europa. Minha perna não para quieto, bato ela sem interesse ao som de um blues esquecido. Sinto uma puta falta de escrever aqui, mas tem tantas idéias, tanta vida, que as palavras faltam. Não sei se é a falta de estar por baixo. Isso é passado, não tenho mais o que lamentar. Talvez seja a inquietude de estar mudando. Mas enfim, as palavras não vem. Eu quero com todas as forças essa vida que estou lutando para ter. Eu já perdi o vício bom de beber, quem me conhece das antigas nem acreditar acredita. Eu estou em transição. Talvez uma longa e constante transição para um tão almejado estado de paz alinhada ao corpo dela. Mas quem vai saber? Sei que quero tentar escrever mais por aqui. Sei que quero gravar minha banda. Sei que quero tocar com minha banda por aí. Sei que a Europa me chama. Sei que vou para Nova Iorque em pouco mais de um mês. Sei que amo minha garota e quero nossa casa. Sei que meu dente está latejando a ponto de explodir. Tantas coisas, que não consigo cuspir no papel. Então, vou tentar manter isso da forma mais clara. Quero voltar pra cá, quero escrever, quero tudo. No meio tempo, vamos vivendo esse sonho que se torna mais gostoso a cada dia. Obrigado garota, grande parte é culpa sua. O resto é acaso.
sábado, junho 20, 2009
Apenas o Fim - Cinema Nacional.
Apenas o fim. Não é nada novo, porém inova na mesmice do cinema nacional. A formula já tinha sido aproveitada algumas dezenas de vezes no passado. Mesmo a edição com flashes em preto e branco, não é nada novo. Mas fiquei com o filme na cabeça, batendo em algum neurônio retardado algo que eu não conseguia compreender. Caiu a ficha durante o sono. O filme é puramente humano, não é filme brasileiro feito pra gringo. São dois seres humanos passando por uma situação que todos passamos e tendo que lidar com aquilo, na frente da câmera.
Não é o oprimido da favela tendo que roubar pra sobreviver, muito menos um casal global fazendo palhaçadas para ganhar dinheiro. É um filme que podia ser eu, podia ser você, podia ser qualquer um. Impossível não comparar com Antes do Amanhecer ou de sua sequência, ou mesmo de momentos afiados do Woody Allen, é tudo isso mesmo, e mais um pouco.
Não preciso falar mais do que isso. Um casal discutindo apenas o fim do relacionamento. Simples assim, tocante, com uma trilha sonora boa, o tempo certo de filme, a locação de fazer inveja a cidades estrangeiras, tudo no lugar, como devia ser. Um puta filme.
quarta-feira, junho 10, 2009
sábado, maio 30, 2009
Eu receberia as piores notícias de seus lindos lábios
Tenho lido muito menos do que eu gostaria. De certa forma, estou meio tomado por diversas atividades. Mas cavuquei um tempinho para escrever sobre esse livro.
“O amor é sexualmente transmissível.”
É difícil falar, eu demorei pra ler, mastiguei quase que em câmera lenta. Um romance sobre o amor. Não um romance que envolve amor, e sim um romance sobre o amor. História comum, ordinária. Chega a ser engraçado, tudo no livro é extremamente sútil. Nada escancarado. Aos poucos você está mergulhado nessa tênue história que envolve um fotógrafo apático, um pastor fervoroso e uma ex puta completamente maluca. E essa mulher, sensual ao extremo, capaz de curvar o mundo aos pés dela. Ela cria um redemoinho numa pequena cidade no interior do Pará.
Não existe certo, não existe errado. Nem mesmo linearidade na estória. É tudo extremamente fluído. Você se perde nos pequenos causos desses personagens. Inclusive se perde ao ponto de não saber o que é ficção e o que foi puxado da realidade. O livro funde-se com a vida real de uma forma impressionante. Sexo, suor, fluídos, porra, sangue e lágrima, tudo ali transborda de forma crível.
Pra quem não conhece. Aquino é um jornalista, repórter e roteirista dos bons. Escreveu “O Invasor” que acabou virando filme. É literatura brasileira contemporânea de altíssimo nível.
É de matar, mas frases como essa, ganham o livro:
"Falamos, falamos, falamos. E mesmo assim faltou dizer tanta coisa. E escutar também. Ela nunca disse que me amava. Jamais ouvi de seus lindos lábios a sentença que pronunciei algumas vezes."
Fascinante.
terça-feira, maio 12, 2009
Está um puta calor no Rio. O quarto de hotel abafado, decadente ao máximo, decadente como o Perdido na Tradução. Faz tempo que não sento e abro as tripas em algumas palavras. Faz um tempo que só corro. Tem muita coisa caótica acontecendo e por isso mesmo tenho me sentido meio anestesiado. Hoje eu sai, fui até Copacabana e não senti nada. É foda não sentir nada, porque o nada sempre vem acompanhado de mais nada. Tomei uma cerveja demorada olhando a mesma praia que encanta tanta gente. E não conseguia dizer se era o sol espalhado no mar, se era o pé enterrado na areia ou ainda se era o total deslocamento de saber que não faço a menor parte deste lugar.
Eu não quero falar hoje do que está bom na minha vida. Muita coisa está bom. Muita coisa está realmente muito bom. Seria me repetir, seria desgastar o que tenho de mais precioso. Hoje o assunto não é ela. Dela tenho o prazer de saber que o futuro nos reserva muita felicidade. Quero falar hoje deste espaço abandonado. Tenho estado realmente muito pouco por aqui. Ou estou mergulhado de cabeça nesse melhor romance da minha vida, ou estou na minha banda, ou ainda trabalhando, enfim raramente estou comigo mesmo. Raramente encontro tempo pra sentar, eu e eu mesmo, e pensar em todos os pormenores.
Queria escrever mais, mas por hora a fonte tem drenado. Alguma hora eu acho o fio condutor novamente. Essa delicadeza nem sempre funciona. Mesmo aqui, sozinho nessa cidade, não tenho a inspiração necessária pra falar de tudo que gostaria. Apenas pra pedir ao destino, não mude nada na minha vida, ela está perfeita como está.
sexta-feira, abril 24, 2009
Minha banda.
Show da banda George! (http://www.myspace.com/georgeband)
Entrada Franca
Dia 9 de Maio.
Fã Conveniências,
Av. dos Bandeirantes, 4050, ao lado do Posto Shell, junto ao acesso para o aeroporto Congonhas
Fone (11) 9139-2644
horário do show 22:00 h
A Fã é um conceito diferente, + que conveniências, na hora do show, viramos um boteco com porçoes maravilhosas e sanduiches e muita cerveja
domingo, abril 05, 2009
Esse fim de semana a minha garota e eu assistimos um filme metido a independente. Cinema arte. Não digo que é por isso que ela seja minha garota, mas sim porque ela entendeu tudo. Arte rasa, e sentimento vazio. Ela sempre entende tudo. Pois é.
Passado alguns anos já, depois que superei a minha fase bêbada, e que agora tento forçar um cantinho meu, de verdade, nesse mundo, é justamente ela que me dá a força necessária. Eu sou muito loucamente apaixonado pra caralho pela garota. Tenho trabalhado, e agora de uma forma muito mais séria do que antes. Acho que até meu rancor e senhor de poucos amigos tem ficado no passado. Eu acho que ela me carregou para um cantinho mais ensolarado da cidade. Tive uma tarde foda com ela ontem. Engraçado que lembro tudo sem som. Estávamos no metrô da consolação, ela chegou num vestidinho preto que a deixa sexy pra caramba, eu lhe dei o livro perdido da Clarah, ela pareceu curtir pra caralho. Dentro escrevi uma carta, ou algo como isso, é foda escrever pra quem a gente gosta. Depois lembro de um braço perdido na efervescente paulista. Ali, logo numa ruazinha menor, a 20 metros da avenida gritante. Lembro da boca dela escorrendo na minha durante o filme, e lembro do nosso caminhar abraçados igual a capa do disco Dylan. Por isso que ela é a minha garota.
E para completar, hoje escapei rumo a leste pra mergulhar ao seu lado em um sofá velho e largado na sala de uma casa qualquer. E eu odeio meu celular, precisava falar com ela, e a porcaria dava um erro de conexão que eu nunca tinha visto. Me peguei em um orelhão em plena Radial Leste dando um jeito de falar com ela.
São essas coisinhas. Foda, vão preenchendo o tempo curto. E vão encantando. Eu hoje não tenho tempo de escrever tudo que queria. Mas tenho vivido muito do que queria ter escrito. Sinceramente não sei. Agora, tenho me preocupado no máximo em como vai ser amanhã, em como vou dar um jeitinho de mostrar o quanto eu sou apaixonado pela minha garota, e em como dar um jeito para os sonhos continuarem a se aproximar.
segunda-feira, março 30, 2009
Eu nem me toquei do gosto de sangue na boca. Acho que nem percebi a quantidade de jazz obscuros que cantarolei durante a caminha de volta pra casa. Parei num boteco e pedi uma dose de whisky, dizia ser Red Label mas tinha gosto do velho oito vagabundo. Eu então comecei a sacar qual é que é dessa porra de solidão. Total estado de abstinência. Era algo como estar de trás de um desses possantes dos anos sessenta dirigindo a mil numa Highway acidentada através do deserto. As vezes temos que encarar a fronteira, e mesmo morrendo de medo atravessar. Sinto como se todas as armas estivesse apontadas para a minha carcaça. Gestos de adeus, foda, tudo que vem vai. Não aconteceu nada, na verdade foi uma pequena besteira. Minha garota não se sentiu bem, dor no peito, e isso me assustou pra cacete. Me vi sozinho, egoísta? Não, pois me assustou pra caralho ver ela sozinha sabe-se lá aonde. Não aconteceu porra nenhuma, e nem vai acontecer, mas tudo isso me botou um baque do cacete. Acho que foi dessas coisas que chegam antes da hora, sem avisar, arrombando porta adentro e mandando tudo a merda. Eu só consegui parar quando percebi que tava sem espelho retrovisor. Percebi que é foda, é foda e não tem volta, to com ela e não vai acontecer nada. Absolutamente nada. Eu tava precisando de vida, e vida é sentimento. Caralho, me sinto vivo e isso me assusta. Eu, pelo menos, tenho o deserto todo pela frente.
domingo, março 29, 2009
Merda, uma puta ressaca do caralho. Quero lembrar de tudo, saber de tudo, mas na verdade to totalmente por for a do que foram as últimas semanas. Uma puta sensação boa no corpo. Mas na verdade tá tudo indo rápido demais. Se eu pular do carro agora, quebro a cara no asfalto. Novo emprego, novas responsabilidades. Estou a mil por hora. Uma correria que me deixa meio tonto. Não sei se estou centrado. Mas sei que tudo que quero tá mais perto. Eu e a raposa vamos noivar. Em breve, vamos ter nosso canto, eu ainda quero um porta chapéu pra pendurar na porta da frente.
Eu fiquei olhando pra ela outro dia, parada numa esquina me esperando. Tão pequenininha, vários homens passam e olham. O jeitinho dela, é fantástico, tenho muita sorte de ser o homem dela. Essa correria, essa vida a mil, não vai me deixar perder o foco que é a raposa, nós vamos ser felizes pra cacete.
segunda-feira, março 23, 2009
sexta-feira, março 13, 2009
Quem Quer Ser Milionário? - Danny Boyle
Quem Quer Ser Milionário? - Slumdog Millionaire
Direção - Danny Boyle (Trainspotting, Cova Rasa, Alerta Solar e Extermínio)
Ou você compra a viagem do filme, ou sai frustrado. Eu comprei. A montagem do filme é muito boa, apesar de nada revolucionária. Prende bastante a maneira que a história é contada. Tem quem ache o filme raso demais. Eu achei na medida. Tem quem ache o final brega e vazio demais. Eu curti. Agora, a parte da fotografia e o forte apelo visual do filme são realmente de primeira. A história é simples: garoto pobre, que trabalha servindo chá numa imensa operadora de call center, consegue chegar e participar de um programa de TV que lhe dá a chance de ser milionário, quando na verdade, tudo que ele quer é finalmente ficar com o seu amor. História simples, bem dirigida. Recomendo.
quinta-feira, março 12, 2009
E assim começou o cara...
Tinha acabado de arrumar meu primeiro emprego. A grana tava começando a entrar, pude sair da periferia. Morava numa kitchnet na República. Junto com as putas. O cubículo mal dava espaço pra cama e fogão. Muitas vezes o bife queimava, o cano da máquina estourava e inundava a casa, e a maioria das vezes de madrugada. Pela janela via os malandros da noite, cheios de ginga, catavam as mulatas no boteco com jeito. E eu naquele buraco, roupa suja, lixo, um amontoado de desordem escondendo minha cama. Eu tinha uma vitrola velha, tocava algum clássico dos negros, curtia o som na minha, acendia um cigarro atrás do outro até esfriar a cabeça. Até desencanar daquele apê de merda e cair no sono no meio da sujeira mesmo.
Na porta da frente moravam três putas. Uma negra escultural que na verdade cheirava formol, passava o dia alisando a juba. Uma ruiva gordinha e uma albina magrela. Passavam o dia todo fumando maconha e vez ou outra vinham contar dos fregueses pra mim.
Eram três piranhas, porém eram piranhas de respeito e só vendiam o corpo em troca de grana boa. Viviam ali por opção, aposto que podiam descolar algum lugar na Angelica ou mesmo em Pinheiros. Mas curtiam viver ali na boca. Tinham droga, tinham toda a paz do mundo pra foder com permissão de deus e o diabo.
Foi numa noite, depois de muito trampo. Tava numa época fodida, fumava mais do que o normal, e as perspectivas não eram animadoras. Na porta estava a ruiva gordinha. Abri a porta do jeito que tava e convidei a moça pra entrar. Disse sem rodeios que precisava de um favor meu. Trazia consigo uma bela garrafa de pinga artesanal. Foi logo servindo generosas doses e chorando seus problemas no meu colo. Se aquela puta trabalhasse com a devoção que me pedia aquela favor, descolava até o papa como presidente. Era sexta e eu tava pensando em jogar um bilhar, mas fui deixando a puta desaguar suas mágoas. Era bom, bebia pinga da boa, ouvia a puta falar de sua situação humilhante e quem sabe descolava uma transa. Ela usava um top justíssimo, estava bêbada, parecia amistosa comigo. Perfeito. Me servia pinga. Que mais eu podia querer? Ela tinha se chapado rápido e tava bem liberada. Balbuciava besteiras, falava que queria ser como a Bettie Page, e que seria estrela de cinema. E eu roçava meu quadril contra suas coxas. Eu sentia uma vontade danada de lambê-la inteira. Tinha uma cor de mel, mas a safada queria chorar.
Me atraquei com ela meio a força. Resistência e finalmente ela liberou geral. Me beijava por todos os cantos do corpo. Sua boca tinha gosto de pinga. Eu era um moleque saído da Cidade Tiradentes, eu nunca tinha me atracado com uma ruiva daquelas. Sei que meti feito louco. Sem proteção nem nada. Esporrei os dezoito anos de punheta acumulada naquela vagabunda. Depois, eu voltei pra pinga, ela num canto, eu no outro. Ela era uma puta chorona, tinha voltado aos lamentos, gaguejava. Aquilo me broxou um pouco. Aquele cheiro doído mesmo após a transa fodidamente boa. Eu tava bêbado, matei a pinga numa tacada só. Lembrei o que um camarada do bar disse. Puta é puta, namorada é namorada. Gelei, e quis prestar atenção no que a ruiva murmurava em seu canto. A vagabunda tinha gonorreia, e agora o idiota aqui também. O cara tinha razão. Puta é puta.
segunda-feira, março 02, 2009
segunda-feira, fevereiro 23, 2009
sobre os perdidos na noite
Eu gosto muito disso, sou viciado na minha mulher, ela enche a cama na melhor maneira possível de dizer. E aqui estamos nós, carnaval, acabamos de foder, e foi uma foda boa pra cacete. E agora ela tá ali, dormindo, desmaiou, e eu aqui, mais acordado do que nunca. Tamo num hotel de quinta categoria. Paredes amarelas, ventilador de teto barulhento, gambiarra no banheiro e gravuras do Dali de decoração. Pensando melhor podia ser bem pior, mas convenhamos, é um hotel decadente que cobra cinquenta pila a noite. Não tem água e eu to com uma puta sede, e ela tava com sede mas depois da trepada apagou total, me deixou falando sozinho. Rodei umas duas vezes na cama, senti o peso da noite que ainda está por começar e me levantei. Agora sentado aqui no notebook refaço mentalmente a noite. Tem um amigo meu que tropeça a cada degrau e cada vez mais se afunda na miséria. O cara hoje encheu a cara e ficou com aquela cara de coitado, de quem lamenta cada segundo de vida, e lamenta a própria falta de coragem de dar cabo em tudo. Ele cospe que devia ter morrido certa vez que tava se afogando no mar e foi salvo por duas pessoas. Cospe que debocha da vida e que devia ser castigado por isso. Ele cospe a amargura que é passar noites em claro sozinho, tendo a luz azulada do monitor refletida na parede mofada de seu quarto. Tendo putas de terceira aninhadas em seus braços, tendo o peso de se arrastar por aí em busca da próxima etapa, que com certeza será pior que a anterior. Ele é um artista. Ele devia falar de cada tombo, de cada visita ao hospital e de cada soco na cara. Na música, na literatura, no diabo que ele queira, mas ele não pode deixar de expor suas feridas para que apodrecem em praça pública. A poucas horas ele fumava um béque na mesa conosco. E agora deve estar debruçado sobre alguma revista de mulher pelada, matando a ânsia de ser homem que adormece no seu pau. Ele como tantos, não tem uma mulher linda ao seu lado, não tem como se virar e aninhar num corpo liso e quente, encochar uma bunda convidativa e adormecer ou não tendo sonhos perversos. São esses caras que rastejam pela noite e rascunham com suas vidas em busca de sentido. Eu sinto um certo orgulho de ser amigo desse cara. Agora, eu que não tenho essa vida perdida para viver, vou tentar adormecer ao lado da garota, vou deitar e tentar apagar até amanhã. Mas a insônia vai me segurar, talvez eu volte, ou talvez eu a acorde.
sábado, fevereiro 21, 2009
Leonad Cohen - I'm Your Man
If you want a lover
Ill do anything you ask me to
And if you want another kind of love
Ill wear a mask for you
If you want a partner
Take my hand
Or if you want to strike me down in anger
Here I stand
Im your man
If you want a boxer
I will step into the ring for you
And if you want a doctor
Ill examine every inch of you
If you want a driver
Climb inside
Or if you want to take me for a ride
You know you can
Im your man
Ah, the moons too bright
The chains too tight
The beast wont go to sleep
Ive been running through these promises to you
That I made and I could not keep
Ah but a man never got a woman back
Not by begging on his knees
Or Id crawl to you baby
And Id fall at your feet
And Id howl at your beauty
Like a dog in heat
And Id claw at your heart
And Id tear at your sheet
Id say please, please
Im your man
And if youve got to sleep
A moment on the road
I will steer for you
And if you want to work the street alone
Ill disappear for you
If you want a father for your child
Or only want to walk with me a while
Across the sand
Im your man
If you want a lover
Ill do anything you ask me to
And if you want another kind of love
Ill wear a mask for you
Sobre amor, sonhos e desemprego.
Eu juro que não guardo rancor algum. Só não quero sentar na mesma mesa de bar de alguns que trabalhei no passado. Não quero nem olhar nos olhos. Vocês quiseram me apagar. Não culpo. Acontece, e eu não fiz muito para evitar. O problema não é esse. O problema é o pesar que jogaram no meu coração. Eu não tava assim, ácido, a uns dois meses atrás. Eu era outra pessoa, agora ao menor sinal de depressão me atiro no chão. Mas preciso deixar a tristeza do que não foi esse emprego pra trás. Não posso me transformar nesse monstro novamente. Tenho sonhos, tenho sonhos que tijolo a tijolo se aproximam da realidade. E não posso virar um monstro, tenho minha garota, tenho minha vida inteira. Não quero guardar mágoa de quem me apagou como se apaga rascunho mal feito.
Muitas vezes eu choro, de cantinho, sem ninguém ver. Quando chega alguém, eu levanto rapidinho e ninguém percebe nada. Eu, sei que amo a raposa como nunca amei ninguém, mas to virando um disco quebrado. Acho que to me repetindo, me tornando alguém chato, amargo pela queda abrupta. E fico escorrendo entre as garrafas que nem me amparam mais. Não quero. Eu vou dar a volta por cima. Mas sinto ela distante, sinto ela se enfasando da minha apatia.
Fico imaginando se ela ainda me ama. Eu acredito que sim, acredito na sinceridade dela. Mas ao mesmo tempo tenho esse sentimento forte que to me tornando algo ruim. Deixo claro, ela não é mais uma boceta na minha vida. Ela é tudo. Eu não quero nunca deixar de ser um pingo pra ela. Ao mesmo tempo tenho certeza que esse rancor que eu juro não ter, já tá me correndo e me fazendo de lixo.
Eu desapareço feito pó na estrada. E ela é feito lua pra mim. Para o resto de nossos dias, quero respirar o mesmo ar que ela.
Não quero dispersar, e quero amanhã ser o homem que ela ama. Não quero me perder em loucura. Não mesmo, quanto ao trampo, uma hora aparece, até lá a gente se vira. Eu prometo que vou dar um jeito, da mesma maneira que a insônia me segura aqui, olho arregalado e cabeça perdida, eu amanhã vou lutar contra esse amargo que não sai da boca, em busca do eu que é o ele que ela tanto ama. Não vou perder.
quarta-feira, fevereiro 18, 2009
Quer dizer, eu ando angustiado, não consigo escrever o que gostaria de escrever. No entanto, tenho que escrever algo pra me agarrar no resto de sanidade que tenho. Talvez ontem uma nova oportunidade tenha começado a brilhar, mas por hora são 45 dias de total falta de perspectiva de como sustentar meu futuro apê e minha garota. As vezes fico numa vontade imensa de ficar em casa, juntar os pedaços em que me fragmentei nos últimos meses. As vezes eu nem estou em mim, sou aquele maluco descontrolado, aquele caótico e ensandecido cara que cospe fogo em que chega perto. Mas agora é agora, e eu estou aprendendo a controlar esse pequeno monstro. Sentado na padaria, podia ficar horas com uma cerveja e a luz esverdeada da televisão transmitindo um jogo de futebol. Sofrendo. Mas não é isso que está faltando, muito pelo contrário, isso é justamente o que não devo buscar. Vou me agarrar nessa pequena oportunidade que começou a germinar ontem. Minha vida anda tão, mais tão bagunçada que desencanei completamente de tentar entender. Engraçado que essa bagunça foi causada pela falta de atividade. Pela falta de um trabalho. Nunca liguei pra essa coisa de trabalho, mas bastou ter zelo por alguém, que me sinto completamente inútil na situação atual. Não aguento mais essa bagunça, mesmo. Preciso mudar logo a cara disso tudo. Ainda não consegui, mas vou dar um jeito. Enquanto isso, mais músicas sobre o descompasso da vida. Vou lá.
terça-feira, fevereiro 17, 2009
É, eu ando com a cabeça em outro lugar mesmo. Mês passado, ano passado, foi um ano lindo. Tenho certeza do que estou falando. Foi o ano mais foda da minha vida inteira até hoje. Acordei diversas vezes e estava tudo claro. Até as baladas do Elvis fizeram sentido. Enfim toda a lenga lenga do romance se fez clara. Garotas, recolham as barracas que o coração foi vendido a preço de ouro pra garota perfeita. Não existe mais espaço pra ninguém. Estou escrevendo disso porque acordei sem ar. Precisava do puta beijo dela. Porque acordei suspirando e ficando puto de ver a cama vazia. Cá estou eu, meio tonto, imaginando como será nossa casa. Decidi duas coisas fúteis, mas foda-se, quero mesmo assim. Primeiro, um poster do filme Bande À Part, por que não outro? Porque esse filme é foda e tem significado na minha jovem experiência de amante do cinema. Segundo, um suporte de casacos e chapéus bem estiloso, de preferencia com mais do que dobro da minha idade.
Aguenta aí, já volto.
Aonde eu estava? Na casa, sim, na casa nessa odiosa e amável cidade. Não sei, tenho essa relação sádica com São Paulo. Essa porra é sufocante. Odeio o barulho, odeio o formigueiro que obriga andar quase que por sobre as pessoas. Eu bem que queria paz, silêncio e tranquilidade. Mas nunca viveria num lugar pasmo e morto como uma cidade de interior. Meu deus, to sem ar e queria falar muito mais. Queria falar da viagem, da perdição por terras ao sul. Mas não quero falar, quero ser egoísta e guardar esse pequeno tesouro só comigo. Só eu e a minha garota vamos ter acesso a essa joia rara. Não gostei de compartilhar. Eu sei que devia escrever, escrever e escrever mais um pouco. Mas é foda, me sinto um inútil por não servir a um puto de cidadão como funcionário. E porque? Não sei, me considero um bom cara, boa formação, culto, empenhado, as vezes, é posso ter um outro defeito, mas quem não tem?
To ficando com sono. Acho que vou me jogar na cama e esperar algumas horas até a entrevista de emprego. O misterioso emprego. Acreditem ou não, fui chamado pra um lugar misterioso que não pode ser revelado até determinada etapa desse processo de castração do meu tempo livre. Não posso reclamar porque quero minha casa, meu poster e meu suporte chapéus, e isso tudo curta grana, então vender a alma um pouco em troca de tudo isso parece justo. Me desejem sorte.
domingo, fevereiro 15, 2009
sexta-feira, fevereiro 06, 2009
Sul - Parte 1
Acabou com um enorme vazio.
Era começo de ano e eu ouvi daquele velho japonês que estava despedido, que eles estavam precisando repensar o departamento, que infelizmente não tinha como me colocar no novo quadro, então eu fui, e a próxima coisa que me aconteceu foi uma viagem pela América do sul. Vagando por aí à toa ao lado da mulher que amo.
Não sei se venho aqui contar uma história de um fracasso, de uma busca ou simplesmente um conto de amor. O que quero dizer com essa pequena estória é que existe uma inquietude em todos nós, e ela não pode ser ignorada de forma alguma.
Começar pelo fim pode ser clichê, mas sinto uma enorme necessidade de desabafar o vazio agudo que me incomoda desde que despertamos desse sonho. Esse silêncio do quarto grita o tempo todo. Agora ela está de volta ao trabalho e eu vou passar a maior parte do tempo só. No começo é fácil, arrumamos o que fazer, botamos em ordem pendências, mais depois começa a ficar difícil. E esses poucos dias de viagem fazem uma falta danada.
Mas vamos ao fracasso, ou não. Foi tudo planeja meticulosamente, com mochila nas costas o destino era Ushuaia, a cidade mais ao sul do mundo. A passagem até Buenos Aires estava comprada a alguns meses e o resto seria feito na base do improviso. Mas nem tudo saiu como pretendíamos, principalmente quando algumas previsões falharam e o que seria uma viagem mítica ao sul tornou-se uma quase impossível jornada para dois jovens.
Eu sei que faltou um pouco de culhão para mandar muita coisa a merda e ir de carona, sem ter lugar para ficar ou mesmo arriscar de dormir no relento. Mas quando do lado caminha a sua amada, pesa. Pesa muito uma decisão dessas. Um sentimento de guarda baixa e buscamos de certa forma um conforto minimo, uma segurança mínima. Isso não tira o mérito de uma viagem maravilhosa. Cheia de encanto e que realizou o impossível. Uniu mais ainda dois jovens.
Saindo do vazio desse quarto velho, aonde tantas recordações de infância repousam, vamos direto para a década de 50. Uma avenida de ouro. Uma pequena Europa encravada no mundo novo. Buenos Aires carregava toda a áurea dourada do velho continente. Nosso hotel tinha uma entrada majestosa com duas portas de quase três metros de altura. Adornos talhado a mão pelos melhores marceneiros. Escadaria de mármore branco e corrimões de ferro fundido, trabalhado e retorcido em perfeita harmônia. Hoje, não passa de um fantasma velho do passado. Como que coberto de pó e adormecido em uma época inexistente o hotel sobrevive em tempos da praticidade do plástico.
Foi ali, em um quarto velho, no final do corredor. Ali tivemos nossa primeira noite em solo portenho. Em meio ao glamour acinzentado e o fervor de nossa paixão fizemos amor ali. Era um gozo pela liberdade, pela nossa vida ainda não vivida e pela jornada que estava começando. A cama velha rangia, o pé direito alto deixava espaço de sobra para nossas ambições.
Buenos Aires se tornou pequena para nós. Passeamos por suas ruas, por sua grandiosa arquitetura, por seu porto, por sua periferia. Andamos apaixonados e nosso desejo estava ao sul. Era apenas o começo. O duro golpe veio logo ali. Veio logo ao pisar no ringue, beijamos a lona praticamente no segundo após ouvir o gongo anunciar a luta. É uma facada ver sua amada chorando desolada por um sonho ser rasgado em nossa frente sem que pudéssemos fazer nada.
Se foi a crise, se foi a situação econômica precária do terceiro mundo, se foi má fé portenha, se foi o diabo se divertindo a nossas custas nunca vamos saber, porém o que era um custo passou a ser duas vezes mais, logo no primeiro dia. Teríamos que buscar alguma alternativa. Faríamos o roteiro de trás pra frente. Quem sabe descer pelo interior seja mais barato, uma vez que em época de férias Buenos Aires inteira viaja, e obviamente as passagens ficam mais salgadas. E com a confiança abalada mas não destruída partimos para Córdoba, em busca do Chile, e futuramente do sul extremo.
segunda-feira, fevereiro 02, 2009
quinta-feira, janeiro 15, 2009
Não sei o que leva uma pessoa a contar uma história. Sei que quem sou eu, onde eu nasci, como passei toda a porcaria da minha infância, quem são meus pais, podem até ser um bom começo, mas eu não tenho o menor saco pra falar disso. Eu só quero contar sobre esse turbilhão que está revirando parte da minha vida. E, afinal das contas, é o que de fato interessa.
Vou começar contando meu primeiro dia de trabalho neste recém começado ano. Eu estava chegando a minha mesa, carregando no peito uma nova camiseta e pronto para iniciar novos projetos e enfim um novo ano. Apesar de toda a alegria, o prazer de trabalhar com algo que eu pude escolher, que me apetece, meu objetivo sincero nunca foi o coletivo. Eu nunca vesti a camisa daquela empresa, era apenas eu fazendo minha mínima parte, e eles bancando meus sonhos. Eu achava que era assim que o mundo funcionava. Naquela manhã em específico, meus pensamentos se fixavam alternadamente nas férias que tiraria em quinze dias, e na minha casa que estava saindo do chão, tijolo a tijolo e em pouco mais de um ano seria um sonho concreto. No engasgo surdo de um feliz ano novo, feliz vida nova, recebi a notícia que o diretor principal queria me ver. Pensava acima de tudo na liberdade que tinha conseguido nos últimos anos. Na estrada que se estenderia a minha frente logo que tomasse minhas férias. Um emprego é importante. Ainda mais do que dinheiro. É uma âncora que nos mantêm fixos durante períodos de mudanças. Amanhecia, eu sempre chego cedo no trabalho, a cidade ainda retomava seu ritmo, ainda de ressaca, e eu adentrava a sala do chefe. Cumprimentos, sorrisos falsos, talvez uma promoção, ele parecia estar de bom humor. E eu estava demitido. Nada de conversa, de alerta, de perguntas. Era um papel pálido na mesa, uma caneta postada ao lado, e o chão ruindo – eu estava sendo chutado de meu trabalho.
Enfim, era um dia quente de verão, sei que fiquei quase uma hora ouvindo a perdição dos jovens, a falta de comprometimento, a falta de paixão. Fazia um calor de derreter, principalmente dentro daquela sala idiota.
Era muito cedo para voltar pra casa, por isso fui mesmo a pé até o boteco da esquina. Liguei para a minha garota, contei, aperto no peito. Como ficariam nossos sonhos. Ela cofia em mim. Eu não posso deixar de confiar em mim mesmo. Tomei um trago na esquina e voltei pra casa. Humilhado, regressando a casa e ao estado de uma criança que depende dos pais novamente.
Poxa, aí começou a chover pra cacete. Um dilúvio de verdade. As pessoas corriam apressadas para seus trabalhos. E eu me via sozinho, me sentia o mais solitário dos solitários. Eu acho que estava a ponto de chorar. Sei lá por quê. Mas aí, acho que bateu, eu estou apenas começando, daria um jeito. Tomei chuva e fui pra casa. Desde então, me botei a revisar a vida. E estou feliz pra burro de ter encontrar uma garota com a minha, de ter uma banda como a minha. E principalmente, feliz ao ponto de chorar, de saber que tudo que eu sonhei e continuo sonhando, ainda está plenamente ao alcance. Não posso falar que estou cem por cento. Mas a estrada começa amanhã. Rumo a Patagônia, vai ser foda. Eu vou contar tudo aqui. Mas desse trauma, fica apenas a saudade das coisas boas. Mal acabo de contar e tenho que admitir que a vida é feita de tombos também.
quinta-feira, janeiro 08, 2009
Isso aqui não está abandonado. Perdi o emprego, tenho passado algumas noites em claro, pensando como vou fazer, tem minha casa que ainda tá sendo construída, tem a banda, tem tanta coisa que não pode parar. A única coisa pelo visto que não para é minha cabeça. Tá a mil. Ao mesmo tempo acho que estou em estado de suspensão. Salva minha garota, eterno porto seguro. O resto é mar revoltoso. Semana que vem vou sumir para a Argentina, mochila nas costas, garota ao lado, e estrada a frente. Quero ir até o fim do mundo. Quero achar sentido para todo o resto. Sentido para mim eu tenho, mas prô mundo eu não vejo sentido algum. Sinto uma falta do teatro, sinto falta do reconhecimento por um trabalho bem feito. Tô com música nova, e to a mil. Já disse, desculpem se por um tempo, esse espaço for menos utilizado.