Quinta avenida, gente se empurrando por todos os lados. Japoneses, indianos, americanos, mexicanos, brasileiros e europeus. Praticamente qualquer ser humano da terra representado ali. Fiquei zonzo e as pernas reclamaram novamente da caminhada forçada. O pescoço quase quebra ao encarar o Empire State Bulding. Meio que movido as cegas e sem muito sentido, entrei no edifício mais alto da ilha e logo me vi numa fila interminável de gente querendo chegar ao topo. Tive que deixar oito dólares na portaria e para a minha surpresa, a cada novo corredor que a fila dobrava, maior parecia o caminho até o topo.
No elevador, uma senhora passou mal, e eu cada vez me sentia mais perdido e sem rumo naquela tarde ensolarada. Chegando ao observatório, você tem uma vista total da ilha. Bonita. Seria perfeito sentar sozinho no parapeito e ficar bebendo alguma coisa, violão no colo, mas a realidade é mais um monte de turistas se acotovelando para tirar a foto perfeita.
Depois de encarar a decida do prédio, novamente na quinta avenida, alcancei a biblioteca pública de NY. Estava em obras e tudo que pude apreciar foi um tapume azulado. Aos poucos aquela caminhada se perdia num mar de sentimentos. Uma saudade doente apertava o peito. Por vezes uma falta de perspectiva, saber que em breve teria que encarar novamente a rotina. Acordar cedo, trabalhar, viver numa cidade que engatinha tentando ter o glamour e brilho mas sem nunca sair da lama.
Sem muito saber o que estava fazendo, dobrei na 42 e cheguei na estação central de NY. O prédio como quase tudo nessa cidade, é imponente, alto e te faz sentir insignificante, talvez o lugar que um cara de fora da cidade deve se sentir. Insignificante e sem a menor chance de fazer parte desse mundo. Era hora do rush, as escadas da estação pareciam uma cachoeira de engravatados. Sentei pra um café ali, um pianista de jazz fazia uma versão tímida e melancólica de Life On Mars.
Mandei o tédio à merda e voltei para o meu caminho, agora rumo a Time Square. Lá eu encarei todos aqueles anúncios, toda a luz do mundo brilha ali. Arranjei um ingresso barato nas barracas de desconto. Queria assistir alguma peça na Broadway, mesmo sabendo que não seria grande cosia.
De certa forma me surpreendi. Tudo extremamente sincronizado, as vozes e as danças. A peça era uma ferida aberta no peito da mãe America. Nada de incrível, um enlatado para matar a fome e nada mais. Mesmo assim, foi saboroso e valeu o momento. Em seguida resolvi jantar uma pizza e sentado ali, no balcão sozinho, novamente me senti um nada no meio daquela cidade imensa. Voltei para o hotel, pensativo, o sono aquela noite foi pesado, mal consigo me lembrar de como cheguei à cama. Definitivamente eu gostaria de fazer parte desse mundo um dia. Eu e minha garota. Quem sabe?
quarta-feira, agosto 12, 2009
New York - Midtown - Coração do Mundo
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