É, eu ando com a cabeça em outro lugar mesmo. Mês passado, ano passado, foi um ano lindo. Tenho certeza do que estou falando. Foi o ano mais foda da minha vida inteira até hoje. Acordei diversas vezes e estava tudo claro. Até as baladas do Elvis fizeram sentido. Enfim toda a lenga lenga do romance se fez clara. Garotas, recolham as barracas que o coração foi vendido a preço de ouro pra garota perfeita. Não existe mais espaço pra ninguém. Estou escrevendo disso porque acordei sem ar. Precisava do puta beijo dela. Porque acordei suspirando e ficando puto de ver a cama vazia. Cá estou eu, meio tonto, imaginando como será nossa casa. Decidi duas coisas fúteis, mas foda-se, quero mesmo assim. Primeiro, um poster do filme Bande À Part, por que não outro? Porque esse filme é foda e tem significado na minha jovem experiência de amante do cinema. Segundo, um suporte de casacos e chapéus bem estiloso, de preferencia com mais do que dobro da minha idade.
Aguenta aí, já volto.
Aonde eu estava? Na casa, sim, na casa nessa odiosa e amável cidade. Não sei, tenho essa relação sádica com São Paulo. Essa porra é sufocante. Odeio o barulho, odeio o formigueiro que obriga andar quase que por sobre as pessoas. Eu bem que queria paz, silêncio e tranquilidade. Mas nunca viveria num lugar pasmo e morto como uma cidade de interior. Meu deus, to sem ar e queria falar muito mais. Queria falar da viagem, da perdição por terras ao sul. Mas não quero falar, quero ser egoísta e guardar esse pequeno tesouro só comigo. Só eu e a minha garota vamos ter acesso a essa joia rara. Não gostei de compartilhar. Eu sei que devia escrever, escrever e escrever mais um pouco. Mas é foda, me sinto um inútil por não servir a um puto de cidadão como funcionário. E porque? Não sei, me considero um bom cara, boa formação, culto, empenhado, as vezes, é posso ter um outro defeito, mas quem não tem?
To ficando com sono. Acho que vou me jogar na cama e esperar algumas horas até a entrevista de emprego. O misterioso emprego. Acreditem ou não, fui chamado pra um lugar misterioso que não pode ser revelado até determinada etapa desse processo de castração do meu tempo livre. Não posso reclamar porque quero minha casa, meu poster e meu suporte chapéus, e isso tudo curta grana, então vender a alma um pouco em troca de tudo isso parece justo. Me desejem sorte.
terça-feira, fevereiro 17, 2009
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