Está uma puta monotonia, de fundo, só o barulho do ar. Mecânico, chato, constante. Um burburinho constante enche o ar. Meu dente está me matando. A luz azulada da tela do computador se perde no ambiente pastiche do escritório. Minha cabeça tá longe, provavelmente perdida em alguma viela na Espanha. Não consigo me concentrar como deveria. Ou o dente lateja ou a cadeira engasga em um rangido de arrepiar a espinha. Quando a mente se desliga por um tempo, imagino um passeio sem proposito, eu e minha garota, mãos dadas na Europa. Minha perna não para quieto, bato ela sem interesse ao som de um blues esquecido. Sinto uma puta falta de escrever aqui, mas tem tantas idéias, tanta vida, que as palavras faltam. Não sei se é a falta de estar por baixo. Isso é passado, não tenho mais o que lamentar. Talvez seja a inquietude de estar mudando. Mas enfim, as palavras não vem. Eu quero com todas as forças essa vida que estou lutando para ter. Eu já perdi o vício bom de beber, quem me conhece das antigas nem acreditar acredita. Eu estou em transição. Talvez uma longa e constante transição para um tão almejado estado de paz alinhada ao corpo dela. Mas quem vai saber? Sei que quero tentar escrever mais por aqui. Sei que quero gravar minha banda. Sei que quero tocar com minha banda por aí. Sei que a Europa me chama. Sei que vou para Nova Iorque em pouco mais de um mês. Sei que amo minha garota e quero nossa casa. Sei que meu dente está latejando a ponto de explodir. Tantas coisas, que não consigo cuspir no papel. Então, vou tentar manter isso da forma mais clara. Quero voltar pra cá, quero escrever, quero tudo. No meio tempo, vamos vivendo esse sonho que se torna mais gostoso a cada dia. Obrigado garota, grande parte é culpa sua. O resto é acaso.
terça-feira, junho 23, 2009
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