Saltei do metrô imundo na 72 e ao encarar a luz do dia um arrepio percorreu minha coluna. Logo ali, na minha frente, repousa imponente o edifício Dakota. Última casa de Lennon, cena do crime que tirou a vida de um dos maiores compositores da história. Não deixa de ser emocionante caminhar até o memorial do Lennon, ver pessoas chorando e flores sendo diariamente entregues ao ídolo.
Caminhando sentido uptown com a alma pesada, um peso carregado de tristeza e angústia, outra construção toma conta da cena. O museu de história natural guarda entre diversas atrações os fósseis de alguns dinossauros. Você entra lá, observa uma ossada gigante em uma pose heróica e dá de ombros, não tem muito mais o que ver ali.
De passo lento e desmedido de firmeza atravesso o parque, observando as pessoas correrem, os jovens amantes se declarem, a paz no meio da ilha de caos, diretamente do outro lado do parque fica o outro grande museu. O MET. Para quem quer gastar pouco é uma boa opção, a recomendação é $20, mas você paga quanto quiser, eu paguei $1.
O passeio começa pela área da Roma e Grécia antiga. Armaduras, estátuas de mármore, túmulos, armas e mais um monte de coisa. Entretenimento bom. Depois temos a sessão da idade média e muito barroco, muita criado mudo trabalhado, e alguns quadros. Pra impressionar, me deparei com uma estátua de matar. Fiquei horas admirando a escultura, na minha ignorância que mais me aproxima de um gorila do que um ser humano. Não sei o nome ou o artista, só sei que fiquei horas encarando aquele pedaço de pedra.
Em seguida encarei mais arte européia, mais barroco, mais tapetes, móveis e entalhos na madeira. Até chegar à sessão dedicada ao Egito antigo. Impressiona. Um templo inteiro ali, pra você entrar e se perder. Na real, você gasta seu tempo, sem se sentir um inútil. Mas quando para e pensa por um segundo, a gente só continua o passeio por falta de perspectiva.
No segundo andar encarei a sessão dos grandes pintores europeus. Puta que pariu, quase cai de quatro. Encarei pela primeira vez, ao alcance dos meus dedos, um Van Gogh, ou um Picasso. Ou tantos outros. Existem algumas pinturas de cair o cu no chão. De olhar e soltar uma exclamação qualquer. Não sei explicar, mas você olha, e percebe tudo que o cara tentou expressar naquela porra. É foda. Se tiver tempo posto alguma das pinturas que me ferraram a cabeça.
Encarei ainda rapidamente o pedaço de arte moderna. Lixo. Odeio.
Ao sair do museu, já passava bastante do meio dia. Ou melhor, estava mais para as seis do que outra coisa. Deitei na grama do parque, descansei, olhei o tempo passar. Desci a quinta até a parte das grifes, o Rockfeller Center, peguei uma cerveja e sentei ali, onde o natal é celebrado com fervor. O dia caia rapidamente, meu tempo na grande maçã estava perto do fim. Uma passeata celebrando os imigrantes do Panamá fazia algo próximo de um carnaval causando um barulho infernal. O inconfundível cheiro de urina do metrô me recebeu de braços abertos, pronto para encerrar esse final de semana em NYC.
quinta-feira, agosto 13, 2009
New York - Central Park - O Centro de tudo.
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