Eu juro que não guardo rancor algum. Só não quero sentar na mesma mesa de bar de alguns que trabalhei no passado. Não quero nem olhar nos olhos. Vocês quiseram me apagar. Não culpo. Acontece, e eu não fiz muito para evitar. O problema não é esse. O problema é o pesar que jogaram no meu coração. Eu não tava assim, ácido, a uns dois meses atrás. Eu era outra pessoa, agora ao menor sinal de depressão me atiro no chão. Mas preciso deixar a tristeza do que não foi esse emprego pra trás. Não posso me transformar nesse monstro novamente. Tenho sonhos, tenho sonhos que tijolo a tijolo se aproximam da realidade. E não posso virar um monstro, tenho minha garota, tenho minha vida inteira. Não quero guardar mágoa de quem me apagou como se apaga rascunho mal feito.
Muitas vezes eu choro, de cantinho, sem ninguém ver. Quando chega alguém, eu levanto rapidinho e ninguém percebe nada. Eu, sei que amo a raposa como nunca amei ninguém, mas to virando um disco quebrado. Acho que to me repetindo, me tornando alguém chato, amargo pela queda abrupta. E fico escorrendo entre as garrafas que nem me amparam mais. Não quero. Eu vou dar a volta por cima. Mas sinto ela distante, sinto ela se enfasando da minha apatia.
Fico imaginando se ela ainda me ama. Eu acredito que sim, acredito na sinceridade dela. Mas ao mesmo tempo tenho esse sentimento forte que to me tornando algo ruim. Deixo claro, ela não é mais uma boceta na minha vida. Ela é tudo. Eu não quero nunca deixar de ser um pingo pra ela. Ao mesmo tempo tenho certeza que esse rancor que eu juro não ter, já tá me correndo e me fazendo de lixo.
Eu desapareço feito pó na estrada. E ela é feito lua pra mim. Para o resto de nossos dias, quero respirar o mesmo ar que ela.
Não quero dispersar, e quero amanhã ser o homem que ela ama. Não quero me perder em loucura. Não mesmo, quanto ao trampo, uma hora aparece, até lá a gente se vira. Eu prometo que vou dar um jeito, da mesma maneira que a insônia me segura aqui, olho arregalado e cabeça perdida, eu amanhã vou lutar contra esse amargo que não sai da boca, em busca do eu que é o ele que ela tanto ama. Não vou perder.
sábado, fevereiro 21, 2009
Sobre amor, sonhos e desemprego.
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