Dia treze eu e os caras entramos no estúdio. Vamos gravar seis músicas nossas. Quem me conhece sabe o quanto isso significa pra mim. Vai ser do caralho, vamos sentar lá e fazer o melhor. Mas o que eu não consigo tirar da cabeça é a atmosfera que eu já antevejo. O ambiente neblinado com cigarro e maconha. As latinhas de cerveja se empilhando pelos cantos e toda atenção ali, no som. Posso antever a voz amarga do Edu, aleitada em uísque barato, pouco sono e angústia no peito. Se tem uma coisa que rola e é foda é essa química, esse momento único que é botar uma música sua num pedaço de plástico. Agora na verdade isso é romantismo, na real é jogar sua música ali, num arquivo, para qualquer um escutar.
Pela música, pelas vozes, pelo clima sério de fazer um trabalho bom, imagino que vai ser um grande passo para nós. Acho que lá pelo fim dos cinco dias de gravação, estaremos os quatro sentados, uma lata gelada na mão, na boca uma tensão quase imperceptível disfarçada pela cerveja, nos ouvidos o prazer de ouvir nosso som soando como sempre devia ter soado.
quinta-feira, julho 09, 2009
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