sexta-feira, fevereiro 22, 2008

The Who - Who's Next? (1971)

Esse quarteto inglês é um dos poucos que faz frente aos Beatles, perde talvez por possuir uma carreira muito mais irregular, porém algumas obras primas do Rock saíram da cabeça desses quatro ingleses revoltados. Um guitarrista genioso e compositor de primeira. Um vocalista com excelente alcance, e um feeling perfeito. Um baterista monstro. E um baixista que está entre os melhores do mundo, com um temperamento pra lá de duvidoso.

Com outros álbuns simplesmente fenomenais, incluindo a conhecida Opera Rock – Tommy – foi no disco de 1971 que a perfeição finalmente foi alcançada. Muitos creditam este como o trabalha máximo da década de 70. Entre esses muitos, incluí-se este que escreve. Eu nunca pensaria que os sintetizadores, quase sempre extremamente mal utilizados, seriam chave deste soberbo trabalho. Nunca se ouviu um disco onde a banda soa tão alta e ainda sim cheia de detalhes e texturas.

É um trabalho de extremos. Raiva e sofrimento, humor e arrependimento, paixão e tumulto. Tudo isso misturado em uma química estranha e convidativa. Pulsada com a raiva de um coração jovem. Ao mesmo tempo que mostra que realmente o sonho acabou, a utopia colorida do poder da flor finalmente estava batida, e neste lixão onde vivem nossos adolescentes, a música acabou e nós não seremos enganados novamente.

Tecnicamente é até cruel falar de um disco tão completo. Enquanto nosso guitarrista cuidou de criar elaboradas composições e inventivas bases de guitarra, com diversas camadas de sons detalhando e crescendo com todo o sentimento que gira em torno do álbum, temos um vocalista que nunca esteve tão em forma, indo de interpretações suaves a gritos cheios de energia num piscar de olhos. A cozinha é uma história a parte. Talvez a melhor dupla de baixo e guitarra da história, no trabalho mais técnico e complexo da história do Rock, sem exageros. Keith, em suma, debulha viradas de bateria precisas durante quase todas as músicas, sem nunca soar exagerado ou tentando roubar o foco, de fato servindo a música. Enquanto John cria linhas de baixo mágicas e flutuantes, ele parece brincar com o instrumento e surpreende também não buscando roubar o foco e servindo a música de forma fantástica.

Destaques: vale tudo? Mas se for pra escolher algo: Baba O Riley, The Song Is Over (Linda), Behind Blue Eyes (Mesmo alguma bandinha de moda tentando estragar ainda é um clássico) e Won't Get Fooled Again (aff).

Isso é arte! Isso é Rock & Roll.



Vejam o gênio em fase de composição:



E agora a música servida por todos esse monstros de seus instrumentos:

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