quarta-feira, fevereiro 06, 2008

As cinzas do vale que ficou para trás.

Não sei se quero todos os prazeres da vida em cinco minutos infames de ilustre folia. Quero sentir nossos corpos tremerem de fogo e desejo todos os amanhãs que insistirem em raiar. Quero cheiro, suor e gemidos sincopados com o bater do meu coração penoso. Até o fim dos tempos. Esse desejo de reparação do que não aconteceu, a covardia dissolvida em promessas de jovens amantes, a parede desabada a base de bombadas da mais devassa das fodas. Sou constantemente atropelado por esse trem, a cada fitada dessa índia mítica. Doce devaneio derretido que nasceu e cresceu na cidade esquecida em meio a vales escuros. Nos encaixamos na mais perfeita simetria perdida, um perfeito retrato da geração perdida em néon e poeira. Um sonho que não será interrompido por guilhotina alguma.

Nenhum comentário: