Não sei se quero todos os prazeres da vida em cinco minutos infames de ilustre folia. Quero sentir nossos corpos tremerem de fogo e desejo todos os amanhãs que insistirem em raiar. Quero cheiro, suor e gemidos sincopados com o bater do meu coração penoso. Até o fim dos tempos. Esse desejo de reparação do que não aconteceu, a covardia dissolvida em promessas de jovens amantes, a parede desabada a base de bombadas da mais devassa das fodas. Sou constantemente atropelado por esse trem, a cada fitada dessa índia mítica. Doce devaneio derretido que nasceu e cresceu na cidade esquecida em meio a vales escuros. Nos encaixamos na mais perfeita simetria perdida, um perfeito retrato da geração perdida em néon e poeira. Um sonho que não será interrompido por guilhotina alguma.
quarta-feira, fevereiro 06, 2008
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