Esqueci todas as poesias vividas em meu pequeno universo. Que essa seja a poesia número um, e também seja a derradeira nota do instrumento vivencial. Não deixarei que retalhem mais pedaços do mesmo tecido em minha pacata vida, buscarei outras cores e transformarei essa colcha de retalhos em uma verdadeira alegoria de carnaval. Lhe digo, trago dentro de seu coração, todo o universo que ainda está por ser criado neste imaginário complexo que é a realidade. É, neste porto que é a vida, cheio de chegadas e partidas, levarei tudo comigo. Enfim serei livre! Mais do que meus pés descalços permitem, ou muito mais do que minha visão míope consegue tocar. Esqueci esse grande e castigador sol e abracei a idéia que a vida não é pouco e nem demais, é o que deve ser. De tão brilhante que é a vida, chega a cegar, queimar, doer, roer e encantar. Beijarei toda e qualquer puta. Amarei toda e qualquer moça de família. Me apaixonarei por toda e qualquer alma vadia. Enquanto somos constantemente jogados e abandonados no mar revoltoso que é o destino. Que religião mais cheia de fé pagã e incerta. Vai noite, vem cobre-me com suas estrelas e me conforta com a sensação de insignificância perante o absoluto. Que me seja carinhosa e diga Amém a minha prece magoada. Choro a Terra, choro a Mãe, choro a Irmã. Distorcido em caos televisivo e delirante. Vai grande circo, ò grande circo, me convida pra dançar a valsa tortuosa. Eu vou ser a mais abstrata das flores, pra talvez conquistar a fugaz garota dos livros. E os anos passam. Quero ser ator de todos os palcos, e quero ser humano em todas as praças. Despi-me não de roupa mas de desculpas escorregadias. Sou isso, fraco e real. Um louco que sabe de sua insanidade. Um bobo que sente o beijo de todo e qualquer encontro em apenas um leve toque do lábio amado. Que esse infindável desfile tenha algum propósito, é tudo que desejo, um insignificante propósito. Minha alma canta, minha alma aguá, minha alma depende, minha alma sol. Todos os amantes gostam de Vodca e solidão acompanhada.
sexta-feira, dezembro 28, 2007
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Um comentário:
TÃO CHEIO DE VIDA... TE INVEJO.
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