segunda-feira, dezembro 03, 2007

Desrelacionamentos Inumanos

É tudo vermelho, uma delícia na verdade, é quentinho, temos nosso alimento na dose certa. Se tivermos a sorte da mãe ser responsável, não teremos mal algum vindo para nossos primeiros momentos como ser humano. Me remete ao útero nossa primeira relação, e talvez a mais profunda delas, humana. É um limite metafísico quase imperceptível, porém separado por abismos de vivências, características e vontades. Cada qual com sua peculiaridade e sua loucura, com seu tortuoso modo de percepção do mundo. Não estou me referindo ao relacionamento entre os Judeus e os Árabes, ou entre os brasileiros e os argentinos, muito menos dos matemáticos e das letristas, estou me referindo ao relacionamento do individuo para com o seu semelhante no menor dos campos possíveis.

Tenho até medo, ou melhor quase me enlouquece o fato de estar devaneando a respeito de algo tão sútil como a troca de sentimentos e emoções, algo tão misterioso e mágico, que tentamos passar através de falhas tentativas de representação oral, gestual ou de qualquer outra forma. É um pouco utópico, mas gosto de acreditar cegamente que todo o contado de um ser com a realidade envolve sentimento e emoção. E acho que é justo pensar em algo assim, afinal para entender a sútil arte de se relacionar com outro ser, devemos primeiro entender como nos relacionamos com a realidade que nos cerca e com nós mesmos. E como um ciclo vicioso, voltamos ao sentimento e a emoção, pois como nos relacionamos com o mundo, sentindo-o com nossos cinco dons maravilhoso, e interpretando e vivenciando-os com nossas emoções.

Essas emoções e sentimentos são combustível base para qualquer relação, eles nos dão o sentido de prazer e desprazer. Acho que começamos a chegar a algo mais complicado, quando tento imaginar que toda essa parte emotivo é mera conseqüência dos valores que atribuímos a maioria das vezes inconscientemente acabo por desacreditar em uma possível harmonia entre tantos valores e pseudo realidades criadas.

Sempre acabo me voltando a minha amada Grécia, lá muito foi descoberto, e infelizmente deixado por lá mesmo, é uma pena que tão pouco tenha sido aprendido. Platão (~300 AC) tinha pensado em tanta coisa relacionado a esse meu surto de realizar mais este aborto mental, ele mesmo dizia que a realidade era interpretada por cada indivíduo e que a chave para uma harmonia era cimentar muito bem isso como alicerce de nossa sociedade.

Toda essa divagação é pelo sofrimento que venho tido com relacionamento humano, tendo uma constante vontade de chorar e explodir em mil pedaços.

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