quinta-feira, janeiro 31, 2008

Perplexidade?

Estou perplexo, como posso ter realizado tanto em tão pouco tempo. Acho que parte é culpa da eterna mutação que me assola. Me adaptando constantemente ao vento que sopra por todos os lados, e nunca chegando ao âmago de existir. Sim, sobrevivo sobre rabiscos de um projeto de vida tortuoso. Não me encanta o fato de não saber exatamente o que sou. Quem não virá a ser um acaso perdido no mar de possibilidades? Só sei que a eternidade é cada instante que vivo.

quarta-feira, janeiro 30, 2008

Eros

Minha força é saber que muitos dos meus defeitos sustentam o que sou. Não tenho o menor medo da escuridão trazida pelas tempestades, pois sou escuro como a noite. Nem quero que pensem que ser simples é pouco caso, pois está atrelado a muito trabalho. E essa busca hedionda por entendimento, demora demais para acostumar-se com a idéia que a vida vai muito além de qualquer entendimento, é necessário por vezes viver o inexplicável. Então o que é que me mantém escrevendo, se a busca por entendimento não se faz jus? Acredito que seja a quantidade cada vez maior de perguntas que brotam em meu peito aberto. Acho que inventar a verdade fantasiada é o maior trunfo de quem quer viver como rei. Me livrem de viver passivamente as explicações pastorais sobre o universo. Prefiro eu, dono de mim, inventar minha verdade. Simples como: eu acredito no amor, pois logo, fez se o amor. Porém amor é pouco, é quase nada diante do que eu desejo. O que eu desejo tem nome, cheiro e textura. Tem o cabelo de um leãozinho e a boca de uma índia. Indaga sobre a mesma falta de sentido que avassala aqueles que tentem por excelência, ou não, serem seres humanos. Foda-se o que acontece no mundo, tendo o que eu desejo, basta saber o que acontece em nós dois. Não vou me deixar levar pela ânsia de acertar, vou me deixar levar por ela. Quero é capturar e sequestrar a instância do tempo, e assim me trancar no nada, longe do barulho, das regras e da sociedade, pra lá, levarei apenas ela. É... só mesmo na abstração máxima que o amor faz da vida, que se sente, que se capta essa interrogação vibrante e única. Tornar o incontável, medido dentro de um olhar, bem maior que a vida em si. É tão difícil materializar o amor, essa estrela que dança no ar feito uma bailarina. Acho que só chegamos perto de tornar tangível quando sentimos o arrepio fugaz que nos percorrer ao menor toque dos dedos dela. Esse texto quebrado e sem sentido, só pode ser finalizado com as palavras de Clarice: “Minhas desequilibradas palavras são o luxo do meu silêncio”.

terça-feira, janeiro 29, 2008

John Lennon - Plastic Ono Band (1970)

1970 foi um ano foda para a música, o sonho finalmente tinha acabado, os Beatles oficialmente estavam separados, os primeiros discos solos começavam aparecer, e não era de se espantar em ver trabalhos elaborados e cheios de qualidade. A auto censura dentro do quarteto de Liverpool devia ser tanta que músicas sensacionais aparecerem nestes primeiros trabalhos solos, são em grande parte dos casos sugestões para os próprios Beatles negadas. Basta dizer que temos neste ano McCarney, All Things Must Pass e Plastic Ono Band. Três dos maiores álbuns de carreira solo da história.

Por hoje vou me ater ao primeiro trabalho pós Beatles do John. É um trabalho pra lá de introspectivo, tratando de vários traumas da infância do garoto Lennon. O que vemos aqui são gritos primais contra instituições e ídolos. Canções com letras afiadas como Working Class Hero, que joga sua crítica ácida sobre a sociedade. Ou mesmo a superação e busca por novas crenças como em God aonde John desabafa não acreditar nem mesmo nos Beatles.

O disco tem diversas faixas levadas no piano, violão e com um clima pra lá de intimista, mesmo assim achando alguns lugares para guitarras gritantes e gritos de liberdade. Uma curiosidade interessante é o fato de se observar de fato as divergências musicas que cada Beatle começava a tomar logo no ínicio da carreira, e mesmo assim conseguir achar diversos fios condutores.

Destaques: Mother, Isolation, God, Working Class Hero, Well Well Well, I Found Out e Hold On

Próxima parada - Apiaí

Sinto-me abalado, afinal, minha grande paixão que é o mundo, sob a escuridão, está sendo defrontada por outra. O que é ótimo. Quando nos vestimos naquela manhã quente de feriado, ela me olhava com os olhos brilhantes. Beijei-a. E desse momento em diante, passamos por um longo e profundo silêncio. Apertei-a forte contra meio peito, e tinha pressa de que aquele momento não acabasse. Queria voltar pro aconchego da cama e das carícias dela. A janela tinha ficado aberta, era bom saber que a manhã escorria adentro do quarto e que nossos corpos combinavam de forma tão primorosa um com o outro.

Era incrível como não buscávamos a amarga filosofia que se tira da grandeza eloqüente de tempos memoráveis do passado. E sentia-me roubado, assaltado por lembranças de uma vida que não mais pertencia somente a mim. A volta das mais tenazes e suaves alegrias: cheiros de verão, céu da metrópole, silêncio casado e música do avesso. Acabo por sentir o tempo todo o peso da luz, o peso da música, o peso da recordação não vivida ou da frase nunca pronunciada. O peso imaterial da solidão devassa que toma conta quando ela se vai. Tudo até que ela volte e recomece este ciclo vicioso.

segunda-feira, janeiro 28, 2008

Quarto 1064

Foi no quarto 1064 que conheci o quão selvagem pode ser o amor, a ambição e o desejo incontrolável de se viciar na mais perigosa das drogas. Faminto de vida, histérico e totalmente desgovernado, sem rumo, jogado de lá pra cá. Me sinto sugado pelo buraco negro da noite paulistana, em busca de mais um pico dessa doce droga. Frutos da minha mente louca, não param de nascer a cada instante, tudo envolto da fumaça de um bar decadente do centro. É nesta engenhosa noite que as engrenagens quase não se fazem girar, onde teimam em girar mesmo contra a vontade destes dois que desafiam a própria física. Me sinto miserável e ao mesmo tempo sagrado. Doente e sem ar. Contemplativo a mais dissoante das notas de um Jazz enraivecido que toca no fone de ouvido. Queria viver algo que nem Joyce conseguiu imaginar.

Naquela noite, deitado na cama de um hotel na Consolação, quase no centro de São Paulo, era uma noite importante em minha vida, tinha uma decisão a ser tomada. Ou eu pagava a conta e sumia do mapa como sempre meus demônios me aconselharam a fazer, ou eu encarava de frente o que estava por acontecer. Fiquei para ver, e vi. E agora costumo pensar o tempo todo na garota que estava naquele quarto comigo aquela noite. Jovem, faminto, fora do comum e tentando ser alguma coisa. Mesmo constantemente achando que nada tem relação comigo, talvez eu, tenha errado.

terça-feira, janeiro 22, 2008

GTUP 2008: Grupo apresenta “Bailei na Curva” e abre novas turmas

Meu grande amigo Bruno Siffredi escreveu um release a respeito do GTUP neste começo de ano. Fica aí o texto e dica.

O Grupo de Teatro Universitário da PUC começa 2008 com muita efervescência. A estréia da peça “Bailei na Curva”, de Julio Conte, esta marcada pra 13 de fevereiro e vai ficar em cartaz até dia 23. As apresentações, que fazem parte da comemoração pelos 25 anos da montagem original, vão rolar às quartas, sextas e sábados, na R. Marques de Paranaguá, n. 111, próximo a Praça Roosevelt. Trata-se de um clássico da dramaturgia gaúcha, que conta a história de sete personagens cujas vidas são marcadas pelo golpe de 64. Seguindo esses personagens, a partir de sua infância, antes do golpe militar, até os anos 80, época que marca o início do fim da ditadura, a peça mostra as transformações sofridas pela sociedade brasileira durante os anos de repressão e perseguição política.

Novas turmas

Outra notícia do GTUP para 2008 é a abertura de novas turmas, que vêm para dar continuidade ao trabalho desenvolvido no ano passado e se integrar aos próximos espetáculos do grupo. As novas turmas serão abertas em fevereiro, mas é bom ficar ligado no site http://gtup.blogspot.com para saber das últimas novidades. E vale a pena avisar aos “aspiras”: O GTUP é uma iniciativa sem fins lucrativos e não precisa pagar nada para participar. É exigido somente comprometimento, seriedade e dedicação. E bom humor, claro!

Mais informações no site http://gtup.blogspot.com

segunda-feira, janeiro 21, 2008

Bob Marley and The Wailers - Catch A Fire (1973)

Será que a visão otimista de Bob sobre um futuro melhor, longe da repressão, um dia vai se realizar? Este que é um dos grandes discos da história da música é um trabalho visceral, cru, direto e violento. Não é apenas um disco de Marley, é um trabalho de uma banda em completa sintonia e com uma visão unida por um mesmo ideal e som.

Tudo que faz um disco permanecer maravilhoso durante os anos está aqui. Instrumentais minimalistas e muito bem colocados, tudo para manter o clima passional das letras politizadas. Sem contar as harmonias vocais agradabilíssimas. O que é o solo de guitarra em Concrete Jungle?

Contêm o clássico que nove em dez pessoas no mundo já ouviu alguma vez: Stir It Up. É uma aula de como tocar Reggae de forma criativa, coesa e muito gostosa de se passar horas ouvindo. Fique bem ao som de 400 Years.

Destaques: 400 Years, Concrete Jungle, Stir It Up e Kinky Reggae.

domingo, janeiro 20, 2008

100 livros que toda criança deveria ler.

Sabe, algo que tenho a agradecer ao meu pai foi o hábito de ler para mim desde bem criança antes de dormir. Não se foi isso que me despertou o gosto imenso, a paixão, o vício pela leitura, mas deve ter ajudado. Agora lendo a versão Online do jornal inglês Telegraph me deparei com uma matéria excelente sobre os 100 livros que todas crianças deveriam ter contato. Acho que algo assim deveria ser feito aqui no Brasil também pois nossa realidade é outra e mesmo porque devemos valorizar a ótima literatura brasileira.

Não vou falar dos 100 livros, mesmo porque a lista está aqui.

Vou comentar alguns desses que realmente considero grandes livros:

Eles separam os livros em três sessões por idade, vamos lá.

Crianças mais novas:

Dos gringos me chamou a atenção, Ursinho Puff, mesmo porque não conheço talvez por nome as obras britânicas ali apresentadas, porém a idéia é óbvia: João e Maria, Branca de Neve, Sítio do Pica Pau Amarelo, contos de fada em geral.

Crianças dos 7 aos 12:

O Castelo Animado da Diana Wynne Jones é um ótimo livro, ganhou uma linda versão animada que não me recordo o nome agora, porém creio que é o mesmo diretor de A Viagem de Chihiro.

Tintin: Antes de se tornar o ótimo desenho animado, Tintin era uma série ótima de livros ilustrados.

O Homem de Ferro de Ted Hughes é outro clássico maravilhoso. Lindo mesmo.

Peter Pan de JM Barrie, esse foi um dos meus preferidos. Maravilhoso.

Harry Potter. Sim porque não? Para aprender a ler a criança tem que desenvolver gosto pela história e hábito, e as histórias do bruxo são pra lá de cativantes e empolgantes.

Crônicas de Narmia. Outro universo fantástico que prende a criançada na leitura.

A Bússola Dourada e os outros dois. Grande história, na mesma linha dos anteriores.

Adolescentes:

Alice No País das Maravilhas. Lindo, até hoje vez ou outra pego pra ler novamente.

O Hobbit do Tolkien também tem um universo fantástico. Vale a pena.

E muitos outros. Eu achei que deixaram de fora: O Senhor das Moscas e o Apanhador no Campo de Centeio.

Isto não é um guia propriamente dito para a criança crescer e gostar de ler, e sim recomendações de grandes livros que tem como intuito desenvolver o gosto pela leitura. Essencial em uma sociedade aonde cada vez mais o gosto pela leitura é tachado como chato.

quinta-feira, janeiro 17, 2008

Impossibilidade?

É neste meu amontoado de letras
Que se encontra a impossibilidade
É o motivo de minha busca eterna
Por este campo de batalhas sujas.

Achei-a jogada em letras formosas
Mesmo sem o calor do toque sutil
Renascida em cada frase libertina
Assim minha impossibilidade chega

O barulho ensurdecedor do metrô anuncia sua chegada
Seca da garoa, ela podia entrar em meu quarto amanhã
Roçar seus seios rijos em minha alma despretensiosa

Minha insaciabilidade de poesia é prosa ao lado dela
Essa brisa soprada da boca tenra da impossibilidade
Bem que podia ser um beijo ou palavras de amor.

quarta-feira, janeiro 16, 2008

14 Linhas de Não Sei.

A verdade é que desverdadeou
Ou você acha que eu não sei?
Mesmo estando em Abbey Road
Passando o dia em branco

Eu não sobrevivo celularmente
pra que tudo seja sociedade
Eu somente, escrevo, descrevo
Sinceramente, ligo o foda-se

E justamente essa contradição
E o eu largado no meio da rua
que vai sofrer a consequência

Será que esse eu na verdade não é?
Não é? Quem não é quem?
Nem sei ao menos quem foi.

terça-feira, janeiro 15, 2008

Wolf Parade - Wolf Parade (2005)

Fuçando em alguns artigos que escrevi no passado, redescobri essa indicação de uma banda que fazia tempos que não escutava. Ainda vale muito a pena, o texto é antigo mas a recomendação continua de pé. (PS. Agente aprende com o tempo a escrever melhor, muita coisa aí eu não faria mais. Engraçado ler novamente coisas de anos atrás.)

"Wolf Parade é como um cão retardado com quatro cabeças" é assim que o líder da banda os define. Formada em Montreal, Canadá em 2003, tiveram o primeiro show abrindo para o Arcade Fire. Uma bela maneira de começar uma banda. Em 2004 eles gravaram e lançaram por conta própria um EP com quatro musicas que fez um bom sucesso local. Não demorou muito para os empresários da Sub Pop os perceberem e contrata-los. Em julho de 2005 eles lançaram o EP pela gravadora, era uma forma de introduzir a banda oficialmente. Logo em setembro, foi lançando o primeiro álbum da banda. Era um dos lançamentos mais esperados na terra natal.

O disco conseguiu manter a energia e beleza de seus eps anteriores. A banda usou muito bem o seu produtor, buscando nele detalhes e informações sobre como soarem mais vivos e atingirem um patamar maior na cena Indie Pop. Spencer King e Dan Boeckner ambos cantam de uma forma que lembra bastante bandas recentes como The Shins, Clap Your Hand And Say Yeah e Hot Hot Heat. Um modo que muitas vezes lembra o David Byrne do Talking Heads.

“You Are A Runner And I Am My Father’s Son” e “Shine a Light” são as duas musicas aproveitadas de seus eps, receberam um tratamento diferente, uma nova produção porém sem mostrar grandes modificações na estrutura mostrando que as musicas já estavam prontas mesmo a muito tempo.
As baladas do disco ficam por conta de "Modern World", "Dinner Bells" e "Same Ghost Everynight", destaque para essa ultima cantada de forma emocionante. As três baladas são muito bem colocadas no disco, fazendo com que o pique não caia de forma alguma.

"Grounds For Divorce" é um dos grandes destaques do disco, com uma guitarra bastante cativante, e um vocal divertidíssimo. Impossível não se apaixonar pelo som da banda ao ouvir essa faixa.
"We Built Another World" e "Fancy Claps" são duas faixas agitadas, que completam o album sem deixar o nivel cair. "Dear Sons And Daughters Of Hungry Ghosts" abre a seqüência final de musicas que é de sensacional. A faixa tem uma melodia alto astral, impossível não querer sair cantando a musica depois de algumas vezes que voce ouve. Com direito a back vocals e uma bateria com uma levada deliciosa.

"I’ll Belive In Anything" é uma faixa mais lenta mas mais uma vez com uma melodia sensacional. "It’s A Curse" tem uma guitarra muito interessante, combinada com o teclado.
A ultima faixa é "This Heart’s On Fire", que chega quando voce acha que a banda já não tem mais o que mostrar. A musica é contagiante, pulsante, cativante e muitos outros entes. O vocal gritado no final vai anunciando o fim de um dos mais felizes lançamentos de 2005.

A banda admite o seu amor pela musica dos últimos 30 anos. De Bowie a Pixies, passando por Talking Heads, e sem esquecer coisas mais recentes como o próprio Arcade Fire. Se voce ainda não ouviu, vale a pena dar uma conferida nesse inicio de 2006 antes dos grandes lançamentos desse ano.

Download de Sandman #1 gratuíto.

Se existe algum quadrinho que me desperta um real e imersivo interesse é a série Sandman escrita por Neil Gaiman. Olhando o enredo por cima, um feiticeiro busca capturar a própria Morte para barganhar a vida eterna, sem sucesso em seu plano, aprisiona o irmão da Morte, o Sonho e este passa décadas preso, quando solto passamos a acompanhar seu trajeto nas elaboradas tramas de Neil. A editora Vertigo, disponibilizou gratuitamente a primeira edição desta excelente HQ em PDF. Excelente iniciativa. (Em inglês)

Link para download

Aproveitem!

segunda-feira, janeiro 14, 2008

Era Uma Vez O Amor Mas Tive Que Matâ-lo - Efraim Medina Reyes

O que podemos tirar de lição de gente como Kurt Cobain e Sid Vicious, dois malucos que viveram de forma rápida e intensa? O fato de serem dois poetas, não no sentido literário e cheio de tradição, mas de maneira dura e real de serem sobreviventes até o dia em que a pressão foi demais.

Contando sua própria história, de forma violenta, suja e direta, Efraim Medina Reyes despeja toda a dor nesta prosa visceral. Usando o amor como trampolim para mergulhar nesta espiral de auto conhecimento e porque não auto flagelo, temos uma série de contos rápidos que se ligam de forma sutil e transporta o leitor a um estado de espírito que poucos desejam chegar. E mesmo assim não se consegue desgrudar os olhos do livro até que se chegue ao final.

Depois de ler um clássico e um livro de tamanho impacto como O Estrangeiro me vi numa situação difícil, qualquer que fosse o livro que entrasse como próximo da fila estaria injustamente sendo comparado, ao menos em ritmo de leitura e capacidade de prender o leitor ao grande livro do Camus que me destroçara um dia antes. Porém não teve hora melhor para pegar um livro como este, que é um verdadeiro esporro e que fará com que todos se identifiquem, ao menos por um minuto, com Rep (personagem principal da obra).

Para quem gosta do velho Bukowski, ou gostou de livros como Doze, Hell, Apanhador no Campo de Centeio, entre outros que tratam de forma crua e cruel sobre a juventude perdida em uma selva suja de concreto, Reyes é mais do que recomendado.

domingo, janeiro 13, 2008

1001 motivações para você começar a escrever hoje mesmo.

Outro dia me perguntei porque me meto a escrever? Se é que isso pode ser chamado de escrever. Então imerso em universo fantasioso encontrei algumas respostas filhas duma puta. Eu escrevo porque não fui macho de chegar naquela ruiva de vestido vermelho. Porque não fui sensível de ter amado uma certa garota como merecia. Porque não tive culhões para mandar a merda aquele chefe que me fez de trouxa. Porque não fui homem suficiente para admitir o erro e remediar o que agora está quebrado. Porque sonhamos que somos como De Niro em Taxi Driver, ou seja machos pra cacete, mas vivemos nossa vidinha de merda acorrentados com colarinhos brancos. Cheio de regras e tendo que aceitar a tal lei da gravidade.

Acho que meti a escrever pelo mesmo motivo que me meti a atuar, ou mesmo a tocar algum instrumento. Por ser um cagão que tem um medo desgraçado de encarar essa doideira aí fora. Me meti a escrever porque sou um débil que age feito um robô paranóico e acredita feito religião que todos estão fudendo com mulheres maravilhosas menos eu. Escrevo porque as vezes a vida bate mais forte o Ali.

Escrevo porque gostaria de correr todas as manhãs mas não tenho força de vontade para isso. É de manhã que os peitos vazios correm em busca de alívio. Já que não corro nem nada, escrevo. Acho que faço uso destas palavras pra imitar gente muito foda como Fante ou Camus. Se é que se pode chegar lá.

Escrevo porque não sei jogar futebol, porque não sei lutar boxe e não levo o menor jeito pra conquistar as vagabundas da Augusta. porque não sei o que é emoção sem insulto. Me meto a escrever até os dedos cansarem porque não vivo a vida que posso colocar no papel. Porque a vida que colocamos no papel não existe.

sexta-feira, janeiro 11, 2008

Albert Camus - O Estrangeiro (The Stranger)

O que pode ser pior do que a total falta de sensibilidade? Pior do que um mergulho em uma alma absolutamente desprovida de sentimentos e razões de existir. Uma arma que poucos conseguem compreender e muito menos conseguem conviver com algo assim. Talvez esta seja a mensagem mais forte que este grande livro de Albert Camus tenha me passado.

Fiquei um tanto quanto conturbado com este livro, pois como uma obra de arte, pode ser a manifestação do não-sentimento? Até então sempre tinha tido a visão limitada e ortodoxa de encarar a arte como reações exteriorizadas de nossos sentimentos, seja na forma da escrita, música, teatro, pintura ou qualquer forma de arte. Arte pra mim era o sentimento registrado de alguma forma. Então este tapa na cara me faz sentir uma criança de volta as fraldas. Arte como mostra do não sentimento.

O primeiro ponto que nos salta aos olhos é o a frieza e a tal falta de sentimentos do protagonista. Chega a nos causar um certo mal estar, e é incrível quando paramos para pensar no feito realizado pelo escritor. Esse mergulho ao mar vazio que é está obra só nos leva a refletir sobre nos mesmos, atingindo um objetivo fundamental que é o questionamento de si mesmo, por meio de uma personagem totalmente relapsa ao que hoje ousamos chamar de vida. Quem está errado? Ele? Nós?

Será que realmente somos apenas animais irracionais e que criaram alguma piada de mal gosto que é achar que temos mais a fazer do que simplesmente vivermos nossas pacatas vidas?

O enredo deste, que talvez esteja entre os livros mais sensacionais que já li, pouco interessa. Um sujeito qualquer, com uma vida qualquer, sujeito a inércia que o leva aos fatos mais diversos. Leia.

Como conquistar garotas (Segundo Brando).

Aqueles dentes reluzentes e de um branco pérola insistentemente forçavam minha conturbada consciência a elaborar miraculosas respostas aos mais infames comentários. Tudo começou com uma pergunta bastante simples que havia feito: “Qual é seu nome?”. Isso bastou para que a quase melodiosa resposta me encantasse: “Bianca”. Sentindo o suor em minha nuca e o silêncio afundar um vale entre aquele ser angelical e eu, que de santo não tenho nada respondi de bate e pronto: “É o nome mais bonito que eu já ouvi!”

A música recomeçara e nesses dias de contexto branco e ideologia fraudada, a música mais parecia um produto descartável feito para ser idolatrada hoje e esquecida amanhã. Não era mais como nos tempos de gente como Neil Young, Nick Drake, Jeff Buckley ou Leonard Cohen espremiam suas almas até a quase se esvair para tirar canções que falassem de suas dores, sentimentos e idéias sobre o mundo. Tocava o som de alguma banda sensação do momento, pouco me fazia diferença, não existe mais o puro e simples fato de se cruzar oceanos atrás de um coração de ouro.

A batida da música era incansável, e Bianca se movia suavemente, parecia estar em outro mundo, dançava como se não houvesse amanhã e mesmo assim mantinha a paz de celibato casto. Castidade era algo que passava longe de minha imunda mente. Apenas o pequeno balançar de seus seios rijos e o pequeno movimento de sua saia curta, que vez ou outra revelava uma curva mais ousada era suficiente para arrancar suspiros de aprovação dos idiotas que tentavam vulgarmente dançar e agarrar a primeira garota que desse uma brecha.

Eu devaneava, cerveja em mão.

Mal percebi que a música cessara e que Bianca tinha sentado-se em um sofá velho e mofado no canto da parede cheia de rabiscos dos propensos frequentadores deste porão sujo e cheio de perdição. Tomei um longo gole e me aproximei, novamente senti o fio de suor correndo como rio nuca abaixo. “Você se importaria se eu senta-se aqui?”. Acho que a resposta foi um murmúrio meio incompreensível, que devia significar que não mudaria nada a minha presença ou não ali.

Sentei-me e reparei no decote que tanto me masturbava a imaginação, tentei logo disfarçar e percebi seu lábio inferior, saliente, grosso, convidativo. Devia estar com a expressão de um idiota perante a algo totalmente desconhecido. “De onde você é? Daqui mesmo?”. Perguntei em meio aquele desespero familiar que são os poucos segundos de silêncio entre você e a garota desejada e a resposta veio com um ar de desconforto em meio ao quase levantar dela para buscar outro lugar menos infectado com a presença de um cara como eu provavelmente: “Sou.”. Me senti fora de contexto e decididamente convencido que ela não queria papo, meu sexo quase saltava para fora da calça em pensar como ela ficaria fora dessa roupa ousada.

Lembrei-me de Brando no cinema e sabia o que fazer. Tomei um ar mais decidido, olhei pra ela, bem no fundo daqueles olhos imensos e líquidos. Acho que nunca desejei tanto como naquela pequena fração de tempo. Aproximei um pouco o rosto e disse no ouvido dela de forma sucinta e meio enrolada com sabor de álcool: “Então nossa transa será em tua casa ou na minha?”.

Ela sorriu de canto.

quinta-feira, janeiro 10, 2008

Ike & Tina nos falantes do quarto.

Se eu pudesse escolher um quarto ideal para morar, seria algo mais ou menos assim: nas paredes haveriam pôsteres do Apocalipse Now, dos Beatles e do Neruda. Nada de fotografias, e um criado mudo que iria deixar sempre empoeirado, só para brincar de desenhar algumas bobagens na falta do que fazer. Uma estante, meus livros, algum aparelho que fizesse música sair pelas caixas o tempo todo, uma cama, uma máquina de escrever daquelas bem antigas e uma caneca constantemente alimentada de café puro. Por mais que belas mulheres desfilassem seus traseiros de lá pra cá, seria um quarto marcado pelo assassinato do tempo. A garrafa de uísque faria companhia permanente as alegorias desenhadas na poeira. Acho que um dos grandes prazeres seria depois de uma noite insone tomar uma dose do velho Jack e ver a luz do sol invadir as frestas da persiana velha e em estado de decomposição avançado.

Mas eu queria mesmo é ver uma bela morena rondando pelo quarto depois que eu a tivesse dado um belo trato. Depois de fazer ela gemer e falar puta merda a noite toda. Afinal trepar é como uma boa música, começa devagar, e num crescendo vibrante e descontrolado termina em um suspiro e uma urgente necessidade de beber algo. Nesse momento que o quarto se enche com o desfilar de uma mulher nua e meu copo de uísque cheio, o cheiro de sexo entupindo as narinas e o sol escorregando pela janela mal tapada me sinto perdidamente vivo e com um delírio eufórico de liberdade a custa de muito suor, gozo e álcool.

quarta-feira, janeiro 09, 2008

Um dia no trabalho.

Quarta de manhã, o sol cozinha a cidade lá fora. A pacata cidade do feriado colide com o ritmo frenético e cotidiano usual. O som do exaustor, a luz branca, as paredes de metal tudo me oprime um pouco neste ambiente burocrático, até me sinto um pouco perigoso aqui dentro. Acho que meu cérebro não funciona mais como devia, a química perfeita que traz a próxima idéia revolucionária deve estar inoperante. O barulho do exaustor aumenta e já é quase ensurdecedor, demônios arcaicos rastejam nas sombras de minha mente conturbada.

Tento me manter imóvel e talvez buscar concentração para realizar alguma das tarefas pelas quais sou pago. Porém um homem careca, trajando um sobretudo negro como o abismo mais profundo, surge no reflexo da janela. Devo mergulhar para debaixo de minha mesa, botar minhas costas contra o canto e ficar atento. O Diabo assume diversas formas e não deixarei que me pegue.

Volto a tentar o foco no trabalho iminente e cada vez mais assustador. Esse escritório parecia envolto em névoa, com sombras dançando ao som de um melancólico tango norteño. Era impossível enxergar a tela do computador, mesmo estando a três palmos de distância.

Um relapso de terror me fez a espinha gelar e as pupilas dilatar. Mais alguém adentrara a sala. Logo assumi uma postura de auto-defesa, talvez mais parecesse uma criança acuada no primeiro dia de escola. Nessas horas rezo em todos os altares, para qualquer Deus vivo ou morto. Creio em alucinações e me obrigo a buscar em mim mesmo a consciência que se esvaiu.

Mandar tudo a merda? É uma opção certa, este lugar está fudendo com a minha cabeça. Minha vida já é repleta demais de esquisitices para receber mais esta. Preciso de um lugar aonde eu não escute som algum em quilômetros, com exceção de minha própria lucidez.

Mas que bosta, todo mundo trabalha em um escritório assim, será fraqueza minha ser tão facilmente reprimido por tal ambiente? Em alguns dias eu até que sou bem bom nisso que faço. Pode apostar, mesmo que hoje não seja um dia desses, em outros sou o cara aqui dentro. O telefone tocou, eu ergui o gancho e não havia ninguém na linha. Preciso de um groove, Coltrane me salvará.

A música pelo menos serve de calmante, a constante linha de baixo já acalma meu sangue. É, acho que tá certo, música é meu combustível. Pode chamar do que quiser, inspiração, barato ou diversão, mas pra mim é mais do que tudo isso. É combustível e vital para sobrevivência.

E olha que se formos comparar, acho que sou um daqueles carros a la americana, antigos e possantes que bebem litros e litros de combustível para rodar poucas milhas. É a mesma coisa, quando Patti Smith debulha versos de poesia visceral ao som de uma banda doente que culmina em um orgasmo musical, são esses momentos que alimentam uma alma perdida.

É isso mesmo querido leitor, isso aqui é meu legado e minha herança. Vou comprar alguma música ilícita e sair dirigindo até a Patagônia, lá vou devorar um belo pedaço de queijo e beber algum vinho barato. Depois volto pra cá e termino meu trabalho.

terça-feira, janeiro 08, 2008

Descontruindo o Sgt. Peppers

Como um bom Beatlemaníaco manda, achei esse vídeo genial, de alguma forma algum doido conseguiu separar em 3 faixas separadas a musica Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band.... é bem legal para ver a genialidade do quarteto de Liverpool, na primeira temos a base, na segunda guitarra solo e algumas orquestrações e por fim temos os vocais. Fantástico.

segunda-feira, janeiro 07, 2008

As 4 leis da simplicidade, e como aplica-las em sua vida.

“A vida é realmente bastante simples, e agente teima em complica-la.”

Parece auto ajuda, e na verdade é um pouco mesmo. Se existe algo que tento é estar sempre de certa forma organizado, e nada melhor do que simplicidade na hora de buscar organização e uma melhor maneira de encarar essa loucura que é a vida.

Quando se tenta organizar algo, tem que se ter em mente quatro conceitos básicos:

1 – Reunir tudo em um lugar só;

2 – Escolher o essencial;

3 – Eliminar o resto;

4 – Organizar o restante.

Pode se usar um exemplo simples para ilustrar essas leis. Como arrumar uma gaveta.

1 – Reunir tudo em um lugar só: Retire tudo de sua gaveta, e vá colocando de forma fácil de visualizar em uma mesa.

2 – Escolher o essencial: Faça duas pilhas, as coisas que você realmente gosta e as que não fazem parte deste seleto grupo. Seja seletivo.

3 – Eliminar o resto: Não seja materialista, jogue fora o resto, manuais de produtos com mais de anos na sua gaveta, convites para festas de meses atrás, recados, canetas... tantas e tantas besteiras que deixamos por vezes se empilhar em nossas vidas. Se acha que são coisas ainda úteis, de pra alguém, doe.

4 – Organizar o restante: Agora organize novamente tudo na gaveta, tentando fazer ligações lógicas, formando grupo de coisas similares e etc.

Isso não se limita de forma alguma a uma gaveta, você precisa tomar um costume de ter sua vida organizada, seus desejos, suas metas, seu quarto, seu e-mail e por aí vai. Resolvi compartilhar isso com vocês pois descobri que tenho um talento natural em organizar as coisas, mesmo família e amigos costumam pedir para que eu tente dar uma organizada em coisas para eles. É isso.

sexta-feira, janeiro 04, 2008

22 Filmes que não se deve perder em 2008

Como de costume, procuro fazer uma seleção dos filmes interessantes que vão pintar nos cinemas esse ano. Como muitos ainda não tem lançamento nacional agendado ou mesmo título em português, vou deixar os nomes originais em inglês mesmo. Alguns eu não achei a previsão de estréia, porém é mais ou menos cronológica a lista.

- Be Kind Rewind (Começo de 2008)
Direção: Michel Gondy (Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças e a Ciência do Sono)
Sinopse: É sempre interessante acompanhar as tortuosas histórias de Gondy, pouco sei do filme. Parece que será algo em volta de um pessoal que perde todos os filmes da locadora e para não desapontar sua fiel cliente velinha, começam a gravar filmes para manter o único hobbie da senhora vivo.

- Synecdoche, New York (Começo de 2008)
Direção: Charlie Kaufman
Sinopse: É o primeiro filme dirigido por este excelente roterista (só para citar alguns, ele escreveu: Adaptação, Quero Ser John Malckovick e Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças) e traz o grande ator Philip Seymour Hoffman no papel de um diretor de teatro que quer montar a qualquer custo uma peça dita por muitos impossível.

- The Other Boleyn Girl (Fevereiro de 2008)
Direção: Justin Chadwick
Sinopse: Duas irmãs brigam pelo amor do Rei Henrique 8. Bobo? As irmãs são Natalie Portman e Scarlett Johanson.


- 10.000 BC (Fevereiro de 2008)
Direção: Roland Emmerich (Independence Day, O Dia Depois de Amanhã e Godzilla)
Sinopse: Um jovem caçador de mamutes na pré história busca salvar o destino de sua tribo. Bom? Não sei, cinema pipoca que vale uma sessão divertida talvez.

- 21 (Março de 2008)
Direção: Robert Luketic
Sinopse: Seis estudantes do MIT passam anos estudando a teoria dos jogos para poder ir em Las Vegas e ganhar uma boa grana.

- Speed Racer (Maio de 2008)
Direção: Irmãos Wachowski
Sinopse: A direção de quem fez Matrix e V de Vingança merece ser prestigiada sempre.

- Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal (Será que vai ser esse o título? Maio de 2008)
Direção: Steven Spielberg (Quase todos os grandes filmes da sua infância.)
Sinopse: Indiana Jones.

- Righteous Kill (Inverno de 2008)
Direção: Jon Avnet (Tomates Verdes Fritos)
Sinopse: Al Pacino e Robert De Niro.

- The Lovely Bones (Inverno de 2008)
Direção: Peter Jackson (Senhor dos Aneis, King Kong)
Sinopse: Pouco sei desse filme, só que uma garota de 14 anos depois de brutalmente assassinada conta sua história do céu.

- The Happening (Inverno de 2008)
Direção: M. Night Shyamalan (Sexto Sentido, A Vila, Corpo Fechado, Sinais)
Sinopse: Que os últimos filmes dele me desapontaram, é fato. Mas é um diretor que costume me despertar o interesse.

- Wall-e
Direção: Andrew Stanton (Procurando Nemo)
Sinopse: Uma animação sobre quando a humanidade foge do planeta Terra, porém esquece de desligar um robo, que passa séculos trabalhando no planeta desolado.

- Valkyrie
Direção: Bryan Singer (Superman, esse novo)
Sinopse: Tom Cruise faz o papel de um general que tentou matar Hitler.

- Hell Boy 2
Direção: Guillerme Del Toro (Labirinto de Fauno)
Sinopse: Continuação de um bom filme de ficção fantasia.

- Dark Knight
Direção: Christopher Nolan (Batman Begins)
Sinopse: Continuação da volta as origem do homem morcego.

- Where The Wild Things Are
Direção: Spike Jonze (Adaptação e Quero Ser John Malcovick)
Sinopse: Um garoto que com sua imaginação cria um mundo fantástico. Esse diretor até hoje sempre nos reservou boas surpresas.

- James Bond (Sem título ainda)
Direção: Marc Forster (Mais Estranho Que A Ficção e Em Busca da Terra do Nunca)
Sinopse: Meu nome é Bond, James Bond. Ótimo diretor.

- The Changeling
Direção: Clint Eastwood (Meninos e Lobos e Menina de Ouro)
Sinopse: Porque não assistir a mais um filme, deste diretor que tem sempre nos reservado ótimos filmes?

- Harry Potter e o Príncipe Mestiço
Direção: David Yates
Sinopse: Pra quem já leu todos os livros e viu todos os filmes não vou parar agora né?

- The Curious Case Of Benjamin Button
Direção: David Fincher (Clube da Luta, Seven e Zodiac)
Sinopse: Esse diretor sempre me agrada. O roteiro é baseado em um conto de F. Scott Fitzgerald.

- The Box
Direção: Richard Kelly (Donnie Darko)
Sinopse: Eu adorei Donnie Darko, e a história desse me chamou a atenção. Um dia um casal encontra uma caixa de madeira na porta de casa. Desde então o destino deles é alterado bruscamente.

- Bruno: Delicious Journeys Through America for the Purpose of Making Heterosexual Males Visibly Uncomfortable in the Presence of a Gay Foreigner in a Mesh T-Shirt
Direção: Dan Mazer (Borat)
Sinopse: Mesmo ator de Borat. Risada na certa.

- The Fighter
Direção: Darren Aronofsky (Requién Para Um sonho, Pi e A Fonte)
Sinopse: Grande diretor narrando a história real de um boxeador rumo ao topo do mundo.

quarta-feira, janeiro 02, 2008

Casa de Campo

Como numa casa de campo, passei meus dias de repouso. Casa cheia, cheiro de comida aguçando os sentidos o tempo todo. Ah, e a cerveja, a cerveja regada ao bem dará como os Deuses pedem. A paz e o silêncio existiam mesmo em meio a degladiações das incansáveis linguas. Lá, meus amigos, discos e livros faziam compania perfeita ao corpo cansado de seus limites. O anfitrião, soberbo de si, orgulhoso do lar construído, bigode anos oitenta, coração anos sessenta, talvez outrora um hippie desprendido da família em busca de aventura, agora um comandante do lar de mão cheia. A mãe era a mãe, bastava dizer isso, mulher de coração e alma, entregue ao bel prazer do lar, divertida e diversão. O cara, puro coração, uma flor no pantâno paulistano e porque não mundial no qual nos encontramos. Não tão falador ou tão chamativo, porém de presença magnética. A caçula, meiga... a caçula, dona do encanto mistérioso que cerca esse tempo já distante nas brumas do passado, a caçula foi uma grata surpresa. Esses foram dias felizes.