segunda-feira, janeiro 14, 2008

Era Uma Vez O Amor Mas Tive Que Matâ-lo - Efraim Medina Reyes

O que podemos tirar de lição de gente como Kurt Cobain e Sid Vicious, dois malucos que viveram de forma rápida e intensa? O fato de serem dois poetas, não no sentido literário e cheio de tradição, mas de maneira dura e real de serem sobreviventes até o dia em que a pressão foi demais.

Contando sua própria história, de forma violenta, suja e direta, Efraim Medina Reyes despeja toda a dor nesta prosa visceral. Usando o amor como trampolim para mergulhar nesta espiral de auto conhecimento e porque não auto flagelo, temos uma série de contos rápidos que se ligam de forma sutil e transporta o leitor a um estado de espírito que poucos desejam chegar. E mesmo assim não se consegue desgrudar os olhos do livro até que se chegue ao final.

Depois de ler um clássico e um livro de tamanho impacto como O Estrangeiro me vi numa situação difícil, qualquer que fosse o livro que entrasse como próximo da fila estaria injustamente sendo comparado, ao menos em ritmo de leitura e capacidade de prender o leitor ao grande livro do Camus que me destroçara um dia antes. Porém não teve hora melhor para pegar um livro como este, que é um verdadeiro esporro e que fará com que todos se identifiquem, ao menos por um minuto, com Rep (personagem principal da obra).

Para quem gosta do velho Bukowski, ou gostou de livros como Doze, Hell, Apanhador no Campo de Centeio, entre outros que tratam de forma crua e cruel sobre a juventude perdida em uma selva suja de concreto, Reyes é mais do que recomendado.

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