sexta-feira, setembro 19, 2008

Nossa Geração?

Existem outros milhares idênticos a mim. O que me diferencia do resto? Porra nenhuma, a juventude hoje é uma grande colagem de idéias e clichês batidos. Uma juventude pelada. Qualquer um é a mesma cópia em tons pastiche do outro. A arte é fastfood. Os sonhos são vendidos em um plano que ninguém escapa. Por mais outsider que eu gostaria de ser, sonho com a mesma porra que os palhaços na sala ao lado sonham. E pior é tudo nivelado por baixo.

Vivemos numa época que o mediano, ou porque não mediócre, tem tudo ao alcance. Claro, não vou ter um notebook da Apple, nem viajar para Dubai. Mas vou para a Argentina e compro um notebook de segunda mão. A banalização tá tão grande, que os ditos contra cultura de hoje, não passam de palhaços e sombras do passado. Ninguém se salva. O que eu quero? Um apê, viajar uma vez por ano, degustar os melhores livros e whiskeys, tocar minha música. Quantos não querem isso?

Não estou desiludido, é o mundo que vivemos, é o mundo que nossos país e avôs criaram. O nosso Band a Part virou uma família quadrada com dois filhos, um carro bacana, uma viagem por ano e que diferencialmente do resto, se acha especial, mas não é. Somos essa baciada de gente, geradas fielmente em moldes made in china. Ninguém escapa do consumismo. Ninguém escapa do capitalismo, que é mesmo um Câncer moderno. Tivemos a peste negra, a tuberculose, a Aids e agora o consumo. Aonde está o artista? Poderia citar por horas constelações inteiras de estrelas falsas.

Pão e circo mais forte do que nunca. Me sinto uma vaca num enorme pasto. Como a mesma grama que você, rumino igual. Meu cérebro atrofiado enxerga apenas a cerca infinita que limita meu mundo. Somos a geração do conformismo. Alguém quer mudar isso? Eu sinceramente mais me importo com a minha garota, minha viagem nas férias, meu apê sendo construído e meu pequeno pasto particular sendo irrigado. A pergunta é, tem como fugir? O sonho acabou galera. Apague a luz o último que sair.

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Depois de poucas horas de sono veio a luz. Acho que o que restou é achar alguém, compartilhar a realidade e aproveitar o gozo. Sim, pensando melhor, somo a geração do livre gozo. Muito melhor do que parece. Se somos completamente descartáveis, que aproveitemos da melhor forma nossa curta estádia.

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Encoleirado no trabalho. Entro nessa mesma sala todos os dias. Pra que? Por que? Quero um bar. Quero fazer algo estúpido e perigoso.

Cacete, é isso! Todos fazemos a mesma merda. Importa quem faz com estilo. A loucura nada mais é do que a oposição a realidade. Quero ser louco. Quero um porre e ser louco. Quero me entrelaçar com minha garota, perdido e doente de amor. Não podemos despertar desse quase sono em que se encontra tudo. Mas temos que continuar.

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