No fundo nós nunca mudamos. Posso estar um pouco mais gordinho, um pouco mais acabado, estragado mesmo, mas no fundo sou o mesmo moleque maluco que botava terror no colegial. Não existe constância. Existe um tudo muda, e tudo é mesmo só que diferente. Tipo esse rio aqui do lado de onde eu trabalho. É sempre a mesma morte em forma de cicatriz aberta. Eu vou fazer 24 em breve. E nesse ritmo frenético da cidade antes que me toque, terei 25. Aí, meu apartamento vai estar pronto. Vou me mudar pra ele, eu mais minha garota. Estou feliz, acho que ando mais equilibrado que antes. Deixei os tempos modernos para trás e não tomo mais remédios, acho que finalmente me regrei por mim mesmo. Ou me regrei por ela.
Acho que faço mais as coisas por mim agora do que antes. Antes fazia teatro pra mudar o mundo. Hoje faço música pra existir. Não existiu música mais sincera do que as que venho fazendo. São minhas, no máximo para pessoas próximas. Acho que o George me entenderia. Não quero tornar isso burocrático. A música já tentou por várias vezes me derrubar. Mas eu insisti. Primeiro foi minha total falta rítmica. Hoje, concentrado toco até um jazz se quiserem, guardada as devidas proporções claro. Depois veio a total falta de memória, eu não conseguia decorar nenhuma música. Hoje elas fazem sentido e eu apenas toco. Acho que antes eu lesava pelos excessos. Eu posso até demorar anos com a minha banda, só não quero morrer sufocado. A hora que tiver que ser será. Eu sinto que vai ser em breve. Vamos torcer, mas deixem minha alma respirar.
E será que músico lá tem porra de alma? Não sei, mas apaixonado tem, então deixem eu cuidar da minha porra de alma, que é pouca coisa mas é o que eu tenho. Me tranquei muito tempo no meu mundo, sem deixar ninguém entrar nele. Preguiça, descaso e medo. Principalmente medo de repetir tudo aquilo que tinha me fundido a cachola. Agora eu ando pra frente, mãos dadas com um futuro muito melhor e orgulhoso de um passado vencido.
Que merda mais pastosa. Não gosto de retratar essa boa fase. Na verdade estaria fudidamente puto de ler que o garoto tá feliz. Mas, nem tudo é felicidade. Tem muito chão pra comer até as coisas estabilizarem da forma que desejo. Então peço a ajuda de vocês. Para a futura casa, alguém sabe aonde encontro: posteres de filmes antigos, tamanho grande e de qualidade minimamente aceitável e puffs simpáticos?
terça-feira, setembro 16, 2008
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