segunda-feira, setembro 22, 2008

É engraçado pegar esses livros de turismo. Me sinto pequeno. O mundo que é imenso. Eu nunca vi neve, na verdade nunca nem saí do Brasil. Vendo as fotos estampando as páginas, eu lembro do meu Pai. Ele saiu lá de Marrocos e se matou de trabalhar aqui no Brasil. Nunca teve tempo de ver coisas, de ver o mundo. Foi direto de um país lá na África pro Brasil. Invejo, porra, cresceu em Marrocos foda. Mas depois que atracou em terras brasileiras nunca mais pode fazer nada. Eu quero viver tudo que ele não viveu. Eu e minha garota vamos pra Patagônia, mas não pense que no conforto, arranjamos a passagem mais barata pra Buenos Aires e de lá, é pé na estrada, dedão pra cima e mochila nas costas. Vamos encarar América do Sul adentro. Soltar o parapeito e cair em queda livre. Mais vale nós dois no constante porre de se embebedar de vida do que um casal preso a tosca realidade. Eu devo isso, eu devo isso a ele. Devo uma vida que muitos tem medo de viver. Devo isso a mim mesmo.

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