sexta-feira, junho 29, 2007

Joy Division - Closer (1980)

O que difere o punk do Sex Pistols do pós punk do Joy Division? A forma de expressão e o temperamento são os mesmos, porém a raiva e energia dão lugar a tons mais melancólicos que formariam base para toda uma geração alternativa que começou a nascer pouco antes com o Velvet Underground. A banda ganhou mesmo a diferença quando adicionou os sintetizadores ao som da banda, as letras de Ian Curtis eram um trabalho a parte, beirando o genial.

1980, ano em que o segundo álbum da banda chegava ao público. Unknown Pleasures, primeiro álbum, era mais coeso, mais denso, e funcionava quase como uma peça única. Closer explodia em todas as direções de uma forma caótica e maravilhosa. Uma pena que essa evolução de Ian foi interrompida por seu suicídio prematuro.

Um trabalho de produção muito interessante do Hannett, mesmo produtor da banda e um homem que por si só merece que a história seja contada numa próxima vez. Desta vez existe uma exploração maior de timbres de atmosferas, experiências sonoras. O sintetizador ganhou mais força, e explorou mais o seu poder variando desde um piano forte em "The Eternal" até as camas melancólicas de 24 Hours.

Um recado de quem vos escreve, 24 Hours é uma das minhas músicas preferidas na história.

Destaques: 24 Hours, Heart And Soul, Decades e Colony.

White Stripes - Icky Thump (2007)

Finalmente Jack White voltou a trabalhar no que de melhor ele sabe fazer. Os fãs do Raconteurs que me perdoem, mas era um álbum muito fraco. Faltava criatividade, ou mesmo mais força na maior parte do disco. Talvez com exceção da belíssima balada Together.

Agora em 2007, sem muito alarde, chega as lojas o belíssimo Icky Thump. Meg não está esquecida, e voltou com suas batidas simples, fortes e únicas. Ela está longe de ser uma grande baterista, ou mesmo uma baterista mediana. Mas ela é única neste sentido. A melhor pior baterista. Atendeu nossas preces e está de volta.

O disco abre com a porrada que leva o mesmo nome. Os solos mais inspirados da carreira de Jack, uma base forte cheia de riffs Zeppelianos. Os discos da dupla já demonstraram várias vezes que são um punhado de ótimas músicas misturando blues, rock e country. Tudo bastante retro mesmo, criando um clima que remete totalmente aos anos 60 e 70.

A faixa conquest já é uma das minhas candidatas de melhor música do ano, e talvez a melhor música da dupla. Ela é enfeitada por diversos metais criando uma atmosfera mexicana maravilhosa. A música por si só vale o disco.

Bom retorno da dupla. Espero que Jack mantenha seu foco aqui, onde ele sabe explorar melhor suas ideias, e deixe aquele projeto fraquinho de lado.

Quando a loucura é maior do que pensamos.

Você já acordou algum dia achando que o nível aceitavel de loucura excedeu até os seus próprios limites?

quinta-feira, junho 28, 2007

A revolução é um amanhecer sangrento.

Um tiro no pé da mídia tradicional.

É incrível como a mídia nos vende uma ficção, e nós compramos. A verdade é que tá tudo sendo preenchido por barracões cheios de olhares perdidos. A revolução NÃO existe sem um amanhecer sangrento. Porque o barbudo filha da puta lá em cima, só quer saber de coçar o saco e encher o rabo de grana. Na brincadeira que ele criou, o raio sempre vai cair no mesmo lugar, longe dele, e sobre o povo. Na França cortaram a cabeça de uma rainha, aqui devíamos cortar muito mais.

Abaixo a falsa fraternidade, liberdade e igualdade.

Chega de comerciais de refrigerante.

Abaixo aos proletariados convencidos de sua pífia vida.

A revolução é um amanhecer sangrento.

terça-feira, junho 26, 2007

Grandes Peças. Teatro Mundial.

Outro dia conversando com um amigo, ele pediu uma lista de grandes peças teatrais, e na hora me peguei com uma dificuldade imensa de falar algumas peças, sem recorrer as montagens que eu tivesse visto recentemente. Então sentei com calma junto aos meus livros, reli bastante trechos, lembrei bastante e recorri a conversas com antigos colegas do teatro, para montar essa pequena lista de peças do teatro de mais alto nível.

É claro que seria muita audácia minha definir isso como uma lista definitiva. Porém é sim uma lista de grandes peças que me agradaram muito de ler ou assistir em algum momento. Separei algumas gregas no final. Vale lembrar que qualquer peça do Shakespeare é essencial, por isso nenhuma foi citada.

Todos Eram Meus Filhos – Arthur Miller
Gata em Teto de Zinco Quente – Tennessee Williams
A Morte do Caixeiro – Viajante – Arthur Miller
Casa de Bonecas – Henrik Ibsen
À Margem Da Vida – Tennessee Williams
A Louca de Chaillot – Jean Giraudoux
Nossa Cidade – Thornton Wilder
Um Bonde Chamado Desejo – Tennessee Williams
Anjo De Pedra - Tennessee Williams
A História do Zoológico – Edward Albee
Panorama Visto da Ponte – Arthur Miller
A Alma Boa de Set-Suan – Bertolt Brecht
Dorotéia – Nelson Rodrigues
Seis Personagens Em Busca de um Autor – Luigi Pirandello
A Dança da Morte – Strindberg
Bodas de Sangue – Garcia Lorca
As Três Irmãs – Anton Tchekhov

Um pouco de teatro grego:
Eurípedes – As Troianas (é considerada base do teatro moderno.)
Antígona – Sófocles
Édipo Rei – Sófocles
Os Sete Contra Tebas - Ésquilo

Se alguém conhecer alguma peça destas e quiser comentar, será um prazer.

segunda-feira, junho 25, 2007

Corre, coelinho, corre.

Loucura.

As vezes acho que compro cada vez mais a passagem para fora deste planeta.

Syd Barret, Nick Drake, Jeff Buckley, Neil Young e Miles Davis não parecem mais tão estranhos, ou tão diferentes.

Corre, coelinho, corre.

Vamos cavar o buraco e nós esconder do sol.

O lado mais sombrio da natureza humano é assustador... a vida não tem sentido algum, cabe a nós desesperadamente achar algum sentido nela, tentando preencher as páginas em branco que estão na máquina de escrever.... terror.....

Nos humilhamos por pouco...

sábado, junho 23, 2007

Madame Satã - Relato.

Respiro com um pouco de dificuldade, o cheiro forte de cigarro misturado com o gelo seco nunca me fez bem, o som pesado das batidas do Chemical Brothers martelam meu ouvido e meu corpo dança quase que por osmose com a maça na pista. Garotas e garotos me encaram, o clima é uma total farra e poucos não estão curtindo a noite a dois de forma no geral bastante intensa. Talvez meu jeito perdido e distante de dançar chame a atenção deles. Com certeza poderia beijar aquela guria com tinta no cabelo, ela é bonita, tem traços fortes, lembra algo meio árabe, a roupa tem todo um estilo clássico e é bastante sensual, ela me olha descaradamente. Não, não faço nada. Me sinto tonto e procuro um pouco de ar longe da pista de dança. Penso em mil coisas e apenas uma me volta o tempo todo a cabeça.

Um silêncio, o gosto do álcool barato descendo pela minha goela. A adrenalina subindo devagar conforme as batidas ficam mais forte no andar de baixo. Flashs, pessoas, parede, corredor, escada, tropeço, me apoio na parede, pessoas, cigarro, seios, dificuldade de andar, pista, movimentos descontrolados. Ahhh falta de ar. Meu corpo doi e estou como um animal, sem sentimentos ou razão aos beijos com a guria de tinta no cabelo. Estalo!

Sento em algum canto e fico por horas fitando a parede....

Volto pra casa.

sexta-feira, junho 22, 2007

Nina Simone - High Priestess Of Soul (1966)

Uma das maiores cantoras que já passou por esse mundo. Não é exagero algum ouvir isso a respeito da Nina Simone. Este é o primeiro disco a vir parar neste blog mas com certeza não será o último. Uma cantora que passeia com sua voz única através do Jazz, Soul, Blues, Gospel e Pop sempre consegue nos sensibilizar por um dos vocais mais fortes já gravados.

Talvez este seja o trabalho mais completo dos anos 60. Época que Nina estava no auge, gravava shows marcantes e cometeu este pequeno pecado para as nossas almas. O álbum pode ser divido em dois tipos de material, um mais introspectivo e mais focado no imenso alcance vocal da cantora, o outro está nas canções mais pop e esse ainda que muito bom perde um pouco em impacto em relação ao anterior.

Todos que querem conhecer essa cantora mais do que única, devem também procurar seus trabalhos ao vivo, pois ela era sempre lembrada como uma diva (ou o diabo em pessoa) ao vivo. Todos tentam, ela era a música em pessoa quando tocava ao vivo.

Dos trabalhos de estúdio este é meu preferido. Prepare-se para escutar do mais refinado jazz a influências africanas e arranjos soberbos por parte de Hal Mooney. Outro disco visceral desta cantora é "Nina Simone Sings The Blues", além dos discos ao vivo como "In Concert", "At Carnegie Hall", "At Village Gate" e "At Town Hall"

Destaques: Don't You Pay Them No Mind, Take Me to the Water, I'm Going Back Home, He Ain't Comin' Home No More, Come Ye e Work Song.

quinta-feira, junho 21, 2007

Black Snake Moan (2007)

Direção - Craig Brewer (Ritmo de um Sonho - Hustle & Flow)

Em poucas palavras, é a história de um bluesman típico de uma cidade pequena ao sul dos Estados Unidos que encontra uma garota desmaiada, próximo ao seu rancho, trajando apenas calcinha e uma mini blusa. Roteiro estranho!? Pode ter certeza que sim. Uma bela mistura de Pulp Fiction com um sotaque sulista. Novamente Craig emplacou um bom filme.

Sammel L. Jackson em uma de suas melhores interpretações, faz o papel do bluesman e dá um show durante o filme todo. Ele está envelhecido, não parece o durão que estamos acostumados, está cansado, sofrido, uma volta total as grandes interpretações deste ator que andava devendo nos últimos anos. Christina Ricci faz a jovem sexy garota e prova que está evoluindo e que ainda tem muito o que mostrar. Depois de grandes filmes como Ghost World e Penelope, ela mostra mais uma vez sua facilidade em transitar entre diversos estereótipos.

A trama se desenrola de maneira bastante interessante, e ainda temos a surpresa que Justin Timberlake é sim um bom ator, ainda mais se conferirmos Alpha Dog.

Ponto Alto: Quem vai negar que ver a Ricci com pouquíssima roupa, acorrentada não é um fetiche de altíssimo nível? Gurias que me desculpem, mas a garota sabe esbanjar sensualidade. Fora as atuações já citadas, a trama interessante e uma ótima trilha sonora baseada no melhor do antigo e novo blues. Deve pintar na minha listinha de melhores do ano.

Em breve deve estrear por aqui. Posto qualquer informação quando achar.

quarta-feira, junho 20, 2007

Jack Kerouac - On The Road

É uma das combinações mais perfeitas entre Jazz, Sexo e Liberdade. Talvez um dos clássicos maiores da geração beat, On The Road, é tenso, chega a ser um belo de um tapa na cara da vida. Um romance protagonizado por anti-heróis genuinamente vagabundos.

Impulsionados pela falta de perspectiva, falta de grana e o saco cheio, eles pegam a estrada como a única solução contra crescer e viver no padrão de vida da época. É um livro atual, pois fala de sentimentos, de vontades.

O livro é claramente a visão mais sombria da vida até então super bem vendida dos americanos. No enredo dois jovens, Sal Paradise e Dean Moriaty, atravessam os Estados Unidos de leste a oeste como podem, sem dinheiro, dando um jeito para tudo. É considerado uma das obras mais influentes na literatura, música e cinema. Inclusive muitos consideram influência primordial ao movimento punk.

Literatura de alto nível.

Francis Ford Coppola vai produzir a adaptação para as telas do livro. Ele escolhe Walter Salles como diretor, diz a lenda que depois que Coppola assistiu Diários de uma Motocicleta, fez o elo na hora e moveu os palitos para que a coisa começasse a funcionar. A previsão é que o filme chegue em 2009.

segunda-feira, junho 18, 2007

Uma noite no Buena Vista Social Club

O calor me faz acreditar que estou em algum lugar entre a vida e a morte. Os prédios são na maioria antigos e a cidade acaba tendo aquele visual de que voltei aos anos 50. As construções grandes, com portas grandes, o desbotado da tinta que harmoniosamente contrasta com as ruas de pedra envelhecida. Havana é uma cidade cativante, já fazem duas semanas que cheguei. Estou fazendo uma espécie de recluso de mim mesmo, algo como uma busca por tudo que não faz parte e ao mesmo tempo pode ser a peça fundamental pro todo.

Uso uma boina preta, presente de Manolo Segundo, a camisa ao longo do dia vai perdendo os botões e se entregando ao clima árido, não temos muita opção de roupa, sou um deles agora, começo pelas vestimentas. Marianita é uma dona de casa prendada, é daquelas senhoras que já viveram mais de cinqüenta invernos e ainda sim voltam a sorrir no verão. Rosto redondo, vestido vermelho simples, cabelo tingido de loira, pele preta como o piche e calos como montanhas na mão. Logo de manhã começa a arrumar a casa, preparar o café, e só para na hora do por do sol, quando gosta de sentar no requebro para desfrutar de um belo crepúsculo cubano.

Manolo é um senhor daqueles que nem o mais violento dos generais conseguiria declarar guerra, veste todos seus dias uma boina branca e suas camisas floridas, passa horas do dia sentado em sua varanda olhando o mar e tocando seu violão, tem o rosto marcado pelo sofrimento e mesmo assim nunca o vi com uma expressão triste. Quando me vê acuado pelos cantos logo me fala:

- Chan Chan, garoto, não existe tempo para ficar para baixo.

De noite me vou ao Buena Vista Sucial Club, bebo daiquiri, uma bebida típica feita com rum. Observo a banda tocar o melhor de sua música, me lembra muito o Samba de Raiz da minha terra, gente sofrida, cantando suas dores para o povo dolorido. Quase todas as noites acabo a noite com Tula, uma prostituta muito charmosa apesar de ter todo um ar melancólico ao redor dela. Mesmo que a hora fatal para todo esse povo ainda não chegou, está iminente e ainda sim eles cantam com fervocidade e Tula me canta com vontade. De manhã acordamos ambos satisfeitos, e ela me conta de seu falecido marido, morto em Guantánamo. Pago o que devo e saio pelas ruas caminhando em meio aquele povo, por vezes quase me sinto em casa, porém sei que a viagem apenas começou, talvez não exista uma casa.

domingo, junho 17, 2007

PJ Harvey - Rid Of Me (1993)

Lick My Legs I'm On Fire, Lick My Legs Of Desire.

Quem nunca se perguntou quais discos levaria para uma ilha deserta? Respondo de prontidão Rid of Me da PJ e outros. Não sei se é pelo drama a flor da pele do disco, pelo sentido de emergência que passa, pela sonoridade unica ou pelo trabalho com as letras excepcional.

Obrigatório é pouco para um disco como este. Polly Jean Harvey, mostrou em plena revolução grunge, como se faz música de verdade. Sem tirar o mérito do cenário de Seatle que também nos trouxe muitas coisas boas.

É bem claro PJ entrega um manifesto feminista (ou pós-feminista) com fortes flertes com o punk. O disco pode ser considero um trabalho levado ao extremo. Forçando o trio que acompanha Harvey e ela a buscarem as mais diversas sutilezas a cada faixa. Sutis como guindaste sim, mas ainda sim sutis.

Não é um disco de fácil audição, ele é por muitas vezes tortuoso e complexo. Muitas vezes simples ao ponto de ter mundo por trás. É um disco que nos convida para um passeio que poucos vão querer fazer. Mas que vale cada passo.

Destaques: Rid Of Me, 50th Queenie, Snake, Man-size e Missed.

quinta-feira, junho 14, 2007

Quebra de Sigilo - Breach (2007)

Direção - Billy Ray

Segundo longa do diretor. Estou atrás do primeiro: Shattered Glass, que também é baseado em fatos reais.

Um roteiro bastante interessante, as revelações chegam na dose certa e conseguem prender durante toda a duração do filme. Ponto interessante, é que Billy também escreveu o roteiro de Volcano - A Furia, que cá entre nós não é grande coisa.

O clima do filme é delicioso para quem curte Thrillers sobre FBI e a CIA.

Vale ressaltar a atuação soberda de Chris Cooper. Estou seguindo a carreira deste ator, que desde Beleza Americana me chamou a atenção, ainda teve boas atuações no Capote e Adaptação. Nesse filme ele demonstra muito controle do papel e faz um dos pontos fortes.

A história, baseada em fatos reais, é do maior espião que os EUA já tiveram. Um agente que trocou de lado com os Russos e passou diversas informações secretas, além de entregar mais de 50 espiões americanos em solo russo.

Boa pedida para os fãs do gênero.

Los Hermanos - Bloco do Eu Sozinho (2001)

Quem lhes escreve é sim um dos que acha o rock nacional extremamente fraco. Se considerar que minha juventude foi quando despontaram bandas como Raimundos, Charlie Brown Jr., Skank e tantas outras fica realmente difícil ouvir algo nacional depois de ouvir Smiths, mesmo Buckley (já citado neste blog), Stone Roses, Gang Of Four, Pearl Jam e tantas outras bandas boas que surgiram no final dos 80 começo dos 90. Além que temos que considerar que o Rock andava meio parado e morto depois que o Radiohead desconstruiu qualquer parâmetro criado até então.

O primeiro disco do Los Hermanos é bacana, quando muito um ótimo álbum pra deixar rolando durante um churrasco. Agora nesse segundo disco, que por ironia do destino, foi bastante criticado na época, rotulado como melancólico e sem a mesma “energia” que o álbum de estreia. Pois aqui está o grande momento do Rock Nacional, não é exagero, mas a muito tempo que não surgia algo inventivo e instigante como este disco.

É um disco que sem vergonha alguma mostra influência de samba e mistura de forma atual. Um olhar nostálgico, quase que um tributo aos nossos sambas dos anos 30, que ainda embalam muitos relacionamentos de hoje em dia.

Não tem como enganar, o disco começa dando o recado certo “Todo Carnaval Tem Seu Fim”, é um disco pra ouvir em casa, sozinho, curtindo uma melancolia, um disco para momentos certos e para quem aceita esses momentos. “Pra quem voltou sozinho do carnaval pra casa”.

Vale ressaltar os arranjos, que são de uma beleza a muito não vista no Brasil. Detalhes em quase todas as faixas, os metais são destaque a parte, o disco não seria o mesmo sem o som profundo da tuba ou dos metais pontuando os momentos certos.

Não vou destacar músicas, quem nunca pegou esse disco para ouvir por inteiro. Vá atrás. Ouça, aproveite e aproveite a tristeza de saber que por hora não teremos outro disco do Los Hermanos novo tão cedo. (sim acredito na volta deles.)

quarta-feira, junho 13, 2007

Relógios Chineses.

3:30 AM refletidos no LCD do relógio vagabundo que comprei no centro, cinco reais, por dez eu levava três relógios, o que eu faria com tantos? Controlaria mais ainda o pouco tempo que tenho, e que teimo em gastar com nada? De modo algum. Me recuso a me lembrar tão constantemente o quão solitária tem sido essas noites. Algo fica me remoendo por dentro e eu não consigo pregar os olhos.

Olho pro relógio; 3:33 AM refletidos também na janela em frente ao relógio, amanhã preciso mudar isso. O fato de ter algo refletido em dois lugares me incomoda muito. Olho pro teto. Meus olhos parecem duas lentes capturando tudo e qualquer movimento, mesmo que nada mais importe muito.

Me levanto, sinto minhas costas doerem. Respiro com dificuldade e tento tatear no escuro em busca do lençol ensopado de suor que joguei longe, faz frio e já são 3:34 AM no meu relógio vagabundo, que de certo corre mais devagar do que os Rolex de ouro dos bem sucedidos. Não encontro meu lençol, e não quero levantar, e também não faz tanto frio assim.

Procuro algum livro na cômoda ao lado. Lispector e Artaud: aposto que esses dois passaram várias noites assim. Penso em mil coisas e não me concentro em nada. Sinto que não me contento com nada e saio correndo, mas quando percebo ainda estou na cama.

Me viro para o lado, busco o controle remoto e coloco para tocar o cd player. É ao vivo, não tenho muitos discos ao vivo. É Wilco, mais uma punhalada certeira no orgão central do sistema circulatório.

Desligo, faço sexo com garotas que não vou conhecer, tudo no fantástico mundo imaginário. Parece que tem vermes andando em mim, me sinto sujo, podre, decadente. Começo a tentar programar meu dia, e obviamente entro em desespero, vai ser a mesma merda que o dia anterior, talvez melhor do que será daqui dois dias.

De súbito me levanto puxando todo o ar do quarto para dentro dos meus pulmões, como se estivesse tomando o melhor pico de Cocaína no mundo. É agora, lágrimas escorrem do rosto e o peito sobe e desce como uma locomotiva, vieram me buscar e tudo acabou. Não, nada acabou, são 3:37 AM e desligo o som antes mesmo de chegar na minha parte preferida da música, aquela que diz que ela é tão mal compreendida.

Se ligar a TV, terei que me subordinar aqueles canais maravilhosos de leilão de gado, ou talvez as maravilhas científicas que pouco mudarão minha vida. Viro para a parede, começo a imaginar como seria tomar um tiro e cair no chão, ver tudo sair pelo buraco da bala, meus sonhos, minhas vontades, meus amores, meus ruídos e minha alma. Abro um pequeno sorriso. Imagino como seria se eu voasse.

Canso. Muito cansado, pouca vontade de continuar acordado, nenhuma vontade de dormir, vontade alguma de acordar. Logo, durmo.

terça-feira, junho 12, 2007

Marie Antoinette - Maria Antonieta (2006)

Diretora - Sofia Coppola (Encontros e Desencontros e Virgens Suicidas)

Demorei bastante pra assistir esse novo filme da Sofia, mesmo sendo fã dos dois trabalhos anteriores, o acaso me manteve loge dele. Porém antes tarde do que nunca.

Acho fabuloso como a Sofia teve sensibilidade para primeiro filmar uma pequena e típica cidade americana, depois uma metrôpole como Toquio, e agora a França do século 18. Ponto altíssimo para a fotografia e a trilha sonora, destaque também nos trabalhos anteriores. Um filme é um deleite visual.

Outro ponto que me chamou muita atenção é que o roteiro é super atual. Fiquei na dúvida se ele foi adaptado pro século 18 com maestria ou se nós realmente não mudamos nada.

Agora a Sofia não conseguiu de forma alguma repetir o nível das atuações de seu trabalho anterior. Kirsten Dunst se esforça mas não convence e Jason Schwartzman é um que nunca me convenceu. Achei as atuações bastante sem sal. Porém o filme merece uma revisitada, talvez essa ídeia de atuações fracas seja parte do contexto.

Como admirador da obra de Sofia, considero esse o ponto mais fraco da curta carreira dela, com pontos positivos, ainda muito melhor do que o circuito mais comercial tem mostrado.

Vamos esperar pela próxima viagem ao mundo de Sofia (sic).

segunda-feira, junho 11, 2007

Uma Rua Chamada Pecado - A Streetcar Named Desire (1951)

Diretor - Elia Kazan (Outros destaques: Splendor in the Grass)
Texto Original - Tennessee Williams (Outros destaques: Gata em Teto de Zinco Quente, também adaptado para o cinema em 1958)

Existe uma categoria muito rara de filmes para mim, os filmes que me inspiraram a mergulhar de cabeça na arte da interpretação, pendendo mais pro teatro, mas mesmo assim, foram alguns poucos filmes que acenderam essa chama dentro de mim desde pequenino. Um desses filmes é "Uma Rua Chamada Pecado". Marlon Brando e Vivien Leigh dão uma aula de interpretação, com excessão de Vivien, todos já haviam inclusive participado da versão teatral da peça. E digo mais, o papel de Brando foi um dos que mais influênciou gerações futuras na história do cinema.

Se fossemos escolher um mote principal para o filme seria o desejo, mesmo sendo o turbilhão de sentimentos que o filme é. Quebra de padrões. Um marco no cinema. Um momento importante na luta contra a censura. Uma Rua Chamada Pecado é mais atual do que nunca e vale cada minuto de sua duração.

Cinema da mais alta qualidade, como não se vê mais.

domingo, junho 10, 2007

Um Sonho - Strindberg

É um belo questionamento sobre os valores, sistemas e apegos humanos. Saimos do teatro querendo revolucionar a consciência geral. A peça tem momentos de drama, poesia, comédia e quase te leva numa viagem profundo por um sonho.

Se preparem, quem tem sentimentos, é impossível sair da peça sem se sentir incomodado. Mas vale cada minuto. A mais perfeita lógica sem lógica do sonho.

O que Strindberg faz em "O Sonho" é pegar a lógica incontrolável do sonho e controlá-la no mesmo formato, porém, no terreno controlável da ficção, onde ele é onipotente. O que ocorre é que esta operação de objetivação de algo subjetivo acaba por trair a própria lógica do sonho, trazendo à tona várias questões sobre o texto e sobre o próprio teatro. De quem é este sonho? Quem o sonha? Será a ficção uma forma controlada do sonho do dramaturgo? Quais os espaços abertos pela operação do sonho e da criação ficcional?

Com direção de André Guerreiro Lopes, que também assina a tradução e a adaptação ao lado de Djin Sganzerla, texto de August Strindberg completa em 2007 cem anos de sua primeira montagem. A peça é resultado de dois meses e meio de trabalho, no Projeto de Ocupação oferecido pela UNIDADE PROVISÓRIA SESC AVENIDA PAULISTA, e conta com projeções em vídeo e uma áudio cenografia com 12 pontos de emissão de som espalhados por todo o espaço

UM SONHO – Estréia dia 11 de maio, sexta-feira, às 21h30, no Espaço Décimo Segundo Andar da UNIDADE PROVISÓRIA SESC AVENIDA PAULISTA. Texto – August Strindberg. Direção – André Guerreiro Lopes. Adaptação e Tradução – André Guerreiro Lopes e Djin Sganzerla. Elenco – Helena Ignez, Djin Sganzerla, Renato Dobal, Fabio Herford, Flavia Pucci, Sandro Karnas, Victor Seixas, Ilana Gorban e André Guerreiro Lopes. Criação e Direção Musical – Livio Tragtenberg. Cenografia – Beto Mainieri. Figurinos – Sônia Ushiyama. Figurino Agnes – Simone Mina. Iluminação – Carlos Ebert. Direção de Palco – Michele Matalon. Direção de Vídeo – Carlos Ebert e André Guerreiro Lopes. Áudio Cenografia – Felipe Julian. Assistente de Direção – Ilana Gorban. Duração – 100 minutos. Espetáculo recomendável para maiores de 14 anos. Temporada – Sextas-feiras e sábados às 21h30 e domingos às 18 horas. Ingressos – R$ 15,00; R$ 10,00 (usuário matriculado); R$ 7,50 (estudante com carteirinha, aposentado, trabalhador no comércio e serviços matriculado e dependentes). Até 24 de junho.

SINOPSE – Agnes, filha do Deus Indra, desce a Terra para saber como vivem os seres humanos. Em sua jornada entre os homens, se depara com personagens e situações, que oscilam entre o drama, a poesia e o humor patético, num enredo que reproduz a forma desarticulada, mas aparentemente lógica de um sonho.


UNIDADE PROVISÓRIA SESC AVENIDA PAULISTA – Avenida Paulista, 119 – Estação Brigadeiro – Fone: (11) 3179-3700. Acesso para deficientes físicos. Bilheteria – De terça a sexta das 9 às 22 horas e sábados, domingos e feriados das 10 às 19 horas (ingressos à venda em todas as unidades do SESC). Capacidade do Espaço Décimo Segundo Andar – 45 lugares. http://www.sescsp.org.br/

A Ciência do Sono - La Science des rêves (2006)

Diretor – Michel Gondry (Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças)

Um filme intrigante, bonito e bastante divertido. Em alguns cartazes promocionais na frança, “Feche seus olhos, e abra seu coração.”, dava uma boa indicação sobre o que esperar. Apesar de ser impossível, não sair bastante surpreso depois de assistir essa nova obra do diretor de “Brilho Eterno...”.

É a história de um jovem (Gael García Bernal) que mistura realidade e sonhos o tempo todo, hora para fugir, hora ao acaso. Depois de conhecer sua nova vizinha (Charlotte Gainsbourg) o personagem de Gael entra em parafuso misturando sentimentos, realidade, sonhos, desejos e criando uma realidade distorcida e única.

É engraçado como o filme remete ao Brilho Eterno e ao mesmo tempo difere. A criatividade artistica é o ponto alto em ambos os trabalhos, a sinceridade e apego que é tratado os personagens também está de volta. E ainda sim o filme soa original e distinto de seu antecessor.

Cinema arte. Assista e aproveite essa delíciosa viagem.

sábado, junho 09, 2007

Jeff Buckley - Grace - Essencial

Começando agora uma nova sessão, os discos que considero fundamentais que qq ser humano escute.

A obra prima de Jeff Buckley. Um filho único. O primeiro e ultimo álbum que este talento raro gravou durante a vida. Este talentoso cantor americano, filho da lenda folk Tim Buckley, teve uma carreira rápida, intensa e muito bonita.

As letras são praticamente confissões de um diário e as músicas de uma delicadesa e intensidade mágicas. Jeff morreu durante a gravação de seu segundo disco, que mesmo assim foi lançado. Porém nao repetiu a mágia e mística que esse disco carrega. Destaques: Grace, Last Goodbye, Lover, You Should've Come Over e Dream Brother. O disco funciona como um todo, não se prendam aos destaques.

Quando parei para pensar em um disco para abrir essas recomendações, foi quase automático a resposta. Espero que gostem, revisitem, descubram, engulam essa música feita de alma.

sexta-feira, junho 08, 2007

Camino Real - Tennessee Williams

CAMINO REAL

CAMINO REAL foi escrita por Tennessee Williams oficialmente em 1953. No entanto, sabemos através de textos do próprio Tennessee que esta obra foi escrita e reescrita muitas vezes, mesmo após sua primeira encenação em Nova York, até chegar ao formato original que hoje temos acesso, o que lhe confere um aspecto de obra aberta e experimental.
A peça, inédita nos palcos brasileiros, recebe influência de O Sonho de Strindberg e de todos os outros autores que buscavam no teatro o “não-drama”; portanto, à primeira vista, o público não reconhecerá nesta obra o clássico Tennessee Williams de O Bonde Chamado Desejo, A Margem da Vida e Gata em Teto de Zinco Quente, mas certamente confirmará a sua genialidade. Para tanto é preciso desprender-se da crítica mais conservadora que vê a dramaturgia de Tennessee calcada simplesmente nos problemas psicológicos e familiares do sul dos EUA, tentando enquadrar suas peças dentro dos padrões do gênero dramático. Autor de contos, poeta e romancista, além de dramaturgo, Tennessee Williams não economiza no que diz respeito à transversalidade de linguagens, o que fica claro na inclusão de personagens de romances consagrados dentro de Camino Real e a na utilização de uma linguagem poética e cheia de símbolos.

Sinopse - Uma experiência expressionista de Tennessee Williams . Um sonho de Don Quixote de La Mancha que discute o espaço da integridade, da poesia, do amor e dos ideais revolucionários no mundo atual. Na peça, um lutador, Kilroy, que tem o coração tão grande quanto a cabeça de um bebê desembarca numa cidade povoada por personagens lendários da literatura mundial como: Marguerite Gautier, Lord Byron, Jacques Casanova, Esmeralda e o Corcunda de Notre Dame.

Uma peça cujos valores seriam principalmente plásticos, uma peça menos escrita e mais pintada.Uma peça que é pintada? Por que não?Pelo menos eu poderia tentar. Eu tentei. E aqui está.
Tennessee Williams

Ficha Técnica:
Direção: Nelson Baskerville
Assistente de direção: José Carlos Malafaia
Estagiária de direção: Micaela Altamirano
Preparação corporal: Joana Mattei
Direção musical: Ricardo Monteiro
Produção: Anna Cecília Junqueira, Felipe Schermam e Flávia Lorenzi
Estagiária de produção: Aline Babadopulos
Figurino: Maitê Chasseraux
Cenário: Duda Aruk
Iluminação: Wagner Freire
Projeto Gráfico: Roger Basseto
Consultoria em Direitos Autorais: Eduardo Salomão
Apoio Teórico: Maria Silvia Betti, Iná Camargo Costa e Eduardo Tolentino
Workshop de Bonecos: Grupo Caixa de Imagens

Elenco:
Adilson Azevedo
Anna Cecilia Junqueira
Camila Raffanti
Clodoaldo Dias
Damasio Marques
Fabiana Scaglioni
Fabio Ock
Felipe Schermam
Fernando Fecchio
Flávia Lorenzi
Josias Zanco Junior
Luciana Azevedo
Maria Rita Sodré

Participação Especial: Walter Portella

Temporada de 15 de junho a 9 de setembro
Sextas e sábados às 21h, domingos às 19h
Duração 120 min.
Local Tucarena
Preços R$30,00 (inteira) e R$15,00 (meia)
Ingressos de R$10,00 para alunos, professores e funcionários da PUC-SP

(Texto retirado do site da TUCA)


ALTAMENTE RECOMENDADO! NÃO PERCAM DE FORMA ALGUMA.

quinta-feira, junho 07, 2007

The Good, The Bad and The Ugly

Hoje em dia está um pouco difícil achar fãs de faroeste. Porém, eu sou um deles. E esses dias vagando pelo youtube, acho uma das trilhas que eu mais gosto, tocadas por, bom, não sei explicar, o nome fala tudo. Uma orquestra de Ukuleles. Impressionantem, ficou muito bom.

quarta-feira, junho 06, 2007

E o que é que agente faz?

É, o que é que agente faz quando sente uma vontade imensa de sumir, mas não sumir de casa, ou do trabalho, e sim sumir de tudo, deixar de existir, algo supremo a morte, simplesmente deixar de existir, sem trazer complicações pra quem fica?

As vezes sinto isso, e me sinto mal, pq nao é culpa das pessoas que me cercam, que são maravilhosas, nem da familia, ou do trabalho. Não é culpa de ninguem. Ou de todos.


Essa vontade passa, mas será que vai me acompanhar a distância pelo resto da vida? Sempre vindo dar um alô, de tempos em tempos?

terça-feira, junho 05, 2007

Imaginação é tudo.

Todo dia eu acordo e vou para o trabalho logo cedo. Paro o carro na esquina da avenida principal da região, com gosto de laranja na boca. Lá vejo uma banca de jornal e o seu trio mais gostoso de se observar. 8 da manhã e tudo sempre igual. A senhora já com seus 50 anos, é muito vaidosa, sempre bem maquiada logo de manhã. Um misto de vaidade de mal gosto, mas simpático. Parece aquelas tias que todos temos, que aparecem as vezes em alguns aniversários, e sempre estão de bom humor, como se fosse o último dia da vida delas. Essa senhora, gosto de imaginar que o nome dela é Rosangela, ela é a dona da banca. O segundo personagem é o seu marido. Seu Toninho, moreno, forte, bigode, careca, disposição de um bêbado e caminhar de um malandro. Conquistou a coroa, e vive com ela a um bom tempo, só na tranquilidade, porém faz pouco tempo Dona Rosangela botou ele para trabalhar na banca com ela, cansou de sustentar o camarada.

Por essas e outras todos os dias de manhã, Toninho está de tamanho mal humor, um humor quase londrino. Mas o que realmente enfurece Toninho é o dono da escola de Kung Fu que tem em frente a banca. O Senhor Lie, como todo bom chines, é baixinho, semi careca, sempre de muito bom humor. Passa horas conversando com a Dona Rosa antes de começar o dar aulas. Os dois dão muitas risadas, coisa que provavelmente o casal não faz a séculos.

Uma angústia descontrolada toma cada dia mais Toninho, ele procura por todos os dias evitar que use a pá para redimir seus pensamentos. Afinal, nunca se esforçou mas ele conseguiu muitas coisas. A troca de olhar dos três é intensa, digna de um belo farotes dirigido por Sergio Leone.

Infelizmente a história sempre para por ai, pois o semáforo sempre abre antes de alguma solução mais drástica. Esses são meus cinco minutos parado de manhã na esquina da avenida principal do bairro.

segunda-feira, junho 04, 2007

Patti Smith - Precisa mais?

Demais! Não vou comentar muito. A apresentação fala por si.

Garcia Lorca

Ontem consegui assistir a ultima apresentação da peça Lorca que estava em cartaz no Tusp. Maravilhoso, além de ser um fã de carterinha do Lorca, a peça estava extremamente bem montada, com atores que demonstravam paixão pelas belas palavras do espanhol. Se voltar a cartaz vale a pena ser conferida.

Agora uma poesia do mestre:

Se as minhas mãos pudessem desfolhar

Eu pronuncio teu nome
nas noites escuras,
quando vêm os astros
beber na lua
e dormem nas ramagens
das frondes ocultas.
E eu me sinto oco
de paixão e de música.
Louco relógio que canta
mortas horas antigas.

Eu pronuncio teu nome,
nesta noite escura,
e teu nome me soa
mais distante que nunca.
Mais distante que todas as estrelas
e mais dolente que a mansa chuva.

Amar-te-ei como então
alguma vez? Que culpa
tem meu coração?
Se a névoa se esfuma,
que outra paixão me espera?
Será tranqüila e pura?
Se meus dedos pudessem
desfolhar a lua!!

domingo, junho 03, 2007

Hey Ya

Olhem só que sacada legal o cara teve. Ficou muito legal mesmo. Espero que gostem.

sexta-feira, junho 01, 2007

Smiths + Champagne + Calmantes

Acho que é uma das combinações mais mortais que existem. Tentem ouvir Reel Around the Fountain, tomando um copo de champagne mais algum calmante fraco. Receita:

Smiths - Reel Around The Fountain - 3 Doses.
Champagne - De qualidade - 1 taça cheia.
Calmante - Nada muito forte - 1 comprimido.

Efeito - Assistir o mundo como ele é.
Efeito colateral - O calmante + alcool, talvez não faça muito bem.

Quem se importa?