Todo dia eu acordo e vou para o trabalho logo cedo. Paro o carro na esquina da avenida principal da região, com gosto de laranja na boca. Lá vejo uma banca de jornal e o seu trio mais gostoso de se observar. 8 da manhã e tudo sempre igual. A senhora já com seus 50 anos, é muito vaidosa, sempre bem maquiada logo de manhã. Um misto de vaidade de mal gosto, mas simpático. Parece aquelas tias que todos temos, que aparecem as vezes em alguns aniversários, e sempre estão de bom humor, como se fosse o último dia da vida delas. Essa senhora, gosto de imaginar que o nome dela é Rosangela, ela é a dona da banca. O segundo personagem é o seu marido. Seu Toninho, moreno, forte, bigode, careca, disposição de um bêbado e caminhar de um malandro. Conquistou a coroa, e vive com ela a um bom tempo, só na tranquilidade, porém faz pouco tempo Dona Rosangela botou ele para trabalhar na banca com ela, cansou de sustentar o camarada.
Por essas e outras todos os dias de manhã, Toninho está de tamanho mal humor, um humor quase londrino. Mas o que realmente enfurece Toninho é o dono da escola de Kung Fu que tem em frente a banca. O Senhor Lie, como todo bom chines, é baixinho, semi careca, sempre de muito bom humor. Passa horas conversando com a Dona Rosa antes de começar o dar aulas. Os dois dão muitas risadas, coisa que provavelmente o casal não faz a séculos.
Uma angústia descontrolada toma cada dia mais Toninho, ele procura por todos os dias evitar que use a pá para redimir seus pensamentos. Afinal, nunca se esforçou mas ele conseguiu muitas coisas. A troca de olhar dos três é intensa, digna de um belo farotes dirigido por Sergio Leone.
Infelizmente a história sempre para por ai, pois o semáforo sempre abre antes de alguma solução mais drástica. Esses são meus cinco minutos parado de manhã na esquina da avenida principal do bairro.
terça-feira, junho 05, 2007
Imaginação é tudo.
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