Respiro com um pouco de dificuldade, o cheiro forte de cigarro misturado com o gelo seco nunca me fez bem, o som pesado das batidas do Chemical Brothers martelam meu ouvido e meu corpo dança quase que por osmose com a maça na pista. Garotas e garotos me encaram, o clima é uma total farra e poucos não estão curtindo a noite a dois de forma no geral bastante intensa. Talvez meu jeito perdido e distante de dançar chame a atenção deles. Com certeza poderia beijar aquela guria com tinta no cabelo, ela é bonita, tem traços fortes, lembra algo meio árabe, a roupa tem todo um estilo clássico e é bastante sensual, ela me olha descaradamente. Não, não faço nada. Me sinto tonto e procuro um pouco de ar longe da pista de dança. Penso em mil coisas e apenas uma me volta o tempo todo a cabeça.
Um silêncio, o gosto do álcool barato descendo pela minha goela. A adrenalina subindo devagar conforme as batidas ficam mais forte no andar de baixo. Flashs, pessoas, parede, corredor, escada, tropeço, me apoio na parede, pessoas, cigarro, seios, dificuldade de andar, pista, movimentos descontrolados. Ahhh falta de ar. Meu corpo doi e estou como um animal, sem sentimentos ou razão aos beijos com a guria de tinta no cabelo. Estalo!
Sento em algum canto e fico por horas fitando a parede....
Volto pra casa.
sábado, junho 23, 2007
Madame Satã - Relato.
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Um comentário:
porra, legal o texto ... saudade daquele buraco, rs
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