Existem artistas que as vezes resistimos por diversos motivos a gostar da música deles, por vezes negamos sua qualidade ou simplesmente ignoramos os pontos positivos e buscamos as falhas. Pois aí, ainda mais para um cabeça dura como eu, é difícil que essa música conquiste seu devido espaço. Porém, as vezes, a qualidade do cara vem na forma de um tapa tão feroz na sua cara que você só consegue responder com um tímido e concordante balançar da cabeça; de fato você foi muito burro durante o tempo em que negava ele três vezes ao dia.
Beck teve exatamente esse efeito em meu universo musical. Eu sempre torci o nariz para esse "americano metido a revolucionário da música". Quando certo dia escutando uma rádio online, ouço um folk acústico carregado por um arranjo de cordas de chorar. Algo que não se via desde Space Odditty ou Nick Drake. Doido para saber o que era, quando vi meu mundo desabou. Beck. Não entendi nada, corri atrás e descobri esse álbum, essa pérola, perdida. Sea Change, como o próprio nome sugere, mostra um Beck em constante mudança, constante evolução, constante busca pelo novo, pela sonoridade perdida.
A música que me arrasou foi Lonesome Tears, quarta faixa deste álbum, que é um glossário definitivo de como produzir um disco Folk, levado por uma guitarra acústica e arranjos sublimes de cordas, efeitos, pequenos ruídos, detalhes que compõem um todo perto da perfeição.
Acabei por depois reconhecer a qualidade deste cantor e descobri uma discografia cheia de trabalhos interessantes.
Corram atrás desse disco. É de uma magia linda. Algo triste, profundo, que toca.
Destaques: Lonesome Tears, The Golden Age, Paper Tiger, Guess I'm Going Fine e Round The Bend.
quarta-feira, julho 18, 2007
Beck - Sea Change (2002)
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