segunda-feira, julho 28, 2008

Acabou meu dinheiro. Como sempre, cacete pra onde vai todo o salário? Eu sempre acabo usando o limite e me enrolando numa bola que vem a séculos. Qual seria a solução, viver feito monge até as finanças se estabilizarem? Pelo menos eu encontrei perdido no computador minhas musicas da Nina Simone, com todo o respeito, negra filha da puta. Chega a ser uma ofensa tentar fazer música sem ser negro. Eles são foda. Jazz. Jazz é foda, parece que vai sair um filme chamado Os Desafinados, com o Santoro e o Selton Mello, meio mega produção brasileira, mas vai mostrar aquele momento legal que a música brasileira nacional sem medo de ser feliz flertou com o jazz fodido americano. O que mais dizer? Quando estamos bem, tudo fica mais fácil, e tão o tão foda abismo que se encontra os desesperados não é tão excitante e nem tão inspirador. Mas mesmo assim a ânsia por escrever não muda, é um bichinho, uma vez mordido, dificilmente se consegue parar. Vício bom! Dois vícios muito bons: jazz envenenado e literatura desenfreada. To acabando Minha Querida Sputnik. Foda! Puta livro, esse japonês sabe fuder com tudo sem nunca parecer entregar sua alma. Digo isso porque tenho uma tendência franca de adorar autores que parecem rasgar um pedaço da alma vagabunda e bandejar para nós em páginas datilografadas na madrugada. Haruki escreve claramente uma ficção parece que nos transporta para outro mundo e ao mesmo tempo entrega a alma de um mundo inteiro. Eu não tenho dinheiro nem sapatos, uso os mesmos a um bom tempo, não tenho nem cultura nem amigos. Queria nem ter nome. Porém tenho um coração e dedos, por isso vou continuar escrevendo qualquer seja as letras, e eu tenho um coração. Um coração preenchido. Eu tenho a mim mesmo e a ela. Estou praticamente sem beber esse ano, coincidência ou não, ano dela. Não estou fazendo nada de errado. Alguns amigos com certeza matemática acham que eu fui abduzido, que é um clone E.T.. Se fui ou não, nem ligo, só não quero que mudem nada. Quanto ao dinheiro, uma hora dá certo. Foi gasto com ela, com a banda e com coisas que tem meio feito feliz, então, pra que chorar? To com a barba por fazer, cara de menino-mendigo, alias outro dia um mendigo gostou da minha barba e ficou feliz se identificando com minha pessoa. É, acabei de descrever minha vida sentimental. Ouvindo Nina Simone e gastando meu tempo no único lugar que pode cobrir as dívidas. Ainda bem que minha querida só se importa comigo, diria Nina.

Um comentário:

Ana Carolina disse...

não há nada que compre a nossa felicidade.
:)