Existem pessoas que fazem nosso coração pular uma batida, algo tão simples e tão intimamente vulgar como 119 batidas por minuto no lugar de 120; fazem toda a diferença. Em sua vida toda você irá perder algumas batidas por causa desse tipo de gente, uns mais outros menos, eu já perdi duas vezes. Pouco? Vinte e dois anos de vida, uma faculdade – merecidamente vencida - nas costas, três bandas que já falecem em seus caixões, um promissor grupo de teatro que ainda vai mostrar ao mundo a arte de sentir e mostrar vida, incontáveis noites em porões do rock ou inesquecíveis tardes risonhas onde o samba rola com felicidade... ou mesmo empregos e vida vivida intensamente como um bebe busca pela vida no peito da mãe. Apenas duas vezes pessoas me roubaram uma batida do coração.
A primeira vez foi algo quase invasivo, me senti totalmente dependente da pessoa sem nem saber o porque. Não compreendia na época que ela tinha me roubado o pulso que rege nossa vida durante toda nossa passagem por aqui. A fração de segundo que ela tomou pra si nos tornou um por muitos anos, porém a vida passa, tive que quebrar todos os meus discos do The Doors, olhar pra frente e retomar o rumo. Consumir como fogo na madeira os preciosos segundos que me deram para gastar por aqui.
Me apaixonei pela vida, pela arte, me tornei um homem apaixonado por mim mesmo. Com todas as minhas batidas por minuto devidamente e ritmicamente no lugar. Tutu, Tutu, Tutu, Tutu. A vida pulsa como um rio que busca o mar para morrer e nem se quer por um minuto me deixei preso ao saber que a qualquer momento, puf, o Tutu, Tutu, Tutu, Tutu... podia virar Tutu, , Tutu, Tutu... o silêncio, não existe banda, é tudo imaginação, não, não é. Aconteceu de novo, me roubaram uma batida do coração, só me resta ter nervos de aço bater no peito e chamar a vida para um passeio a beira mar.
quinta-feira, agosto 23, 2007
Roubando Batidas do Coração.
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