terça-feira, novembro 13, 2007

pó de alma.

Sinto muita falta da época que era eu, meus sonhos e ideologia furada contra o mundo todo. Uma fúria descontrolada e desmedida, ganancioso, de traz da minha guitarra e sobre meu palco achando que o picadeiro do mundo mudaria com duas notas ou um monologo. Saudades desse vigor juvenil que se esvaiu e que nunca mais consegui encontrar em um eu dilacerado e perdido. De um eu quem talvez nem eu seja mais. Sinto tanta falta desse eu.
As notas enfurecidas deram lugar ao ritmada batida marcante, e os sonhos... é triste, tenso e triste demais. Tensão descabida de motivo e implacavelmente cruel. E essa falta de vontade de sair? Aonde está toda a sagacidade que levava esse sonhador para noites perdidas em porões do submundo paulista? Agora, como um zumbi tenho que comer e dormir para levantar no dia seguinte, no máximo tendo sonhos de uma época que se foi.
Rebelde sem causa? James Dean ilustrava uma juventude sem causa mas com muito sonho. Hoje ícones sem face representam uma juventude sem causa nem sonho. Me sinto mais um no meio da multidão, sendo levado pela inércia que move a massa. Mesmo querendo ser joio no meio trigo, os sonhos que não passam de memórias, me acorrenta num passado que pode ter sido em vão. Me enlouquece acordar e sentir que o ontem talvez tenha sido um sucesso perante ao eminente fracasso do hoje. Falo como um derrotado, porém penso como o povo, apenas jogo o pão na cara do Senhor e não rio das palhaçadas do circo.

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