Direção - Ana Muylaert (Assina o roteiro de "O Ano Que Meus Pais Saíram de Férias.")
Uma das características mais marcantes dos antigos Lps era o fato de ter dois lados diferentes, o A e o B, isso é perfeitamente aplicado para esse grande filme nacional de 2002. É muito difícil rotular esse grande trabalho da diretora Ana Muylaert, não é uma comédia, nem um drama, é uma viagem por um reino trágico e onírico, com momentos de uma beleza plástica próxima aos grandes mestres como Tim Burton e David Lynch.
Um trabalho que explora praticamente uma só locação, poucas personagens, porém emoção de sobra, e situações pra lá de inusitadas. A primeira parte apresenta as personagens, Durval, o qual me lembrou muito um amigo, sua mãe, a vizinha, e a empregada que contratam. Tudo num clima leve e bastante gostoso, quando somos apresentados para a garotinha Kiki, é impossível não abraçar o carisma da garota. A atuação mais do que soberba de Beth Fraser é um dos grandes destaques, no papel de Dona Carmita, mãe de Durval.
O roteiro caminha de forma surpreendente da metade para frente, seria um crime apontar qualquer uma das peripécias que bagunçam a vida de nosso anti-herói. Com um clima que lembra muito os romances de Nick Hornby, somos jogados a uma trama bastante original e nos vemos perdidos e com um nó na garganta.
Destaque de arrepiar para a tomada de abertura, que é um longo plano pela Rua Teodoro Sampaio, poucos ousam filmar um plano tão longo e tão elaborado como esse, um deleite. Durval Discos faz parte de uma safra de filmes nacionais ímpar que nos pegou de surpresa no começo dos anos 2000. Filmaço, altamente recomendado.
quinta-feira, novembro 08, 2007
Durval Discos (2002)
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