Mas e agora? Tenho certeza que você me pergunta isso, e agora? Eu não sei, escorrendo de bar em bar eu me conformei que a felicidade é irritante. Se o Luido de antes já tinha uma pré disposição para a melancolia e solidão, o de hoje é mais credor desta fé. Acabei de fazer vinte e quatro anos, vai me dizer que sou jovem pra cacete, mas é mentira, se você chega nessa idade fodido porque nunca viveu com o sangue bombando a mil no corpo, você não viveu, sobreviveu feito um zumbi durante um quarto de século. Quando falo de solidão, falo do meu quarto, meus discos, meu cigarro e meu canto. Depois de três facadas fulminantes no coração, viver sozinho é reconfortante. E isso é uma opção consciente. Um desafortunado não deve ser confundido com um anti social, eu apenas cansei. Sou um descrente. O que é amor se não a porra de uma faísca? Quer coisa mais irritante? Eu vou sair de casa, preciso do meu canto, da minha solidão real. Preciso fugir. Chegar sozinho em algum canto, apenas com meus sapatos. Meu medo é o frio. Um apartamento por menor que seja vazio deve fazer um frio do inferno. O inferno astral nunca passa. Essa guerra eu já perdi de fato, me resta fumar meu cigarro e beber meu uísque.
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Um comentário:
Perfeito!
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