terça-feira, fevereiro 09, 2010

Guerra ao Terror



São poucos os filmes de guerra que não são patriotismo piegas ou ação testosterona. Da mesma forma que algumas imagens ainda não me saíram da cabeça, o filme conseguiu algo complexo. Não tomou partido. Não me trouxe uma mensagem do tipo os americanos estão salvando o mundo ou o país de terceiro mundo sofre com a guerra. Nade de mensagens políticas ou mensagens de moral.

De uma forma sutil o filme se aproxima de clássicos absolutos do cinema como Apocalipse Now. Estamos falando da guerra e da maneira doente que ela meche com a cabeça dos soldados. Premissa quase tão simples quanto ao do clássico do Coppola. Se lá o objetivo era: suba o rio e mate o coronel maluco. Aqui o objetivo é, sobrevivam uns dias mais desarmando bombas e voltem para casa.

O protagonista entra em cena logo depois de uma cena de abertura eletrizante, e se mostra avesso ao estereótipo soldado americano. Na verdade é um viciado. O filme alerta, a guerra é uma droga e vicia. Esse é um pobre coitado, que vive em função da adrenalina de desarmar bombas sem proteção ou em situações adversas.

É intenso, chocante e perturbador. Nunca uma câmera de mão foi tão bem utilizada. Aquela filmagem tremida, com cortes rápidos e sem delimitar exatamente o foco da cena é perfeito para compor a atmosfera do filme. É minucioso o trabalho que a diretora faz. Ela procura pintar detalhes na tela a cada segundo, construindo um clima de tensão fantástico. Seja um iraquiano suspeito escondido na janela, ou mesmo uma bomba que definitivamente vai explodir e o protagonista tenta até o final.

A tradução do título não podia ser pior, não existe guerra ao terror, não existe lado ruim e lado bom. Existe um objetivo claro, desarmar bombas. O final quase desanda, mas consegue se recuperar de forma incrível. Não conhecia o protagonista. Jeremy Renner, mas merece as honras de uma atuação soberba. Vale também salvar a cena dos atiradores de elite. Western em sua essência e dirigido a punho de ferro. Talvez se torne um clássico atemporal. Mesmo porque deixa marcas. Merece todos os prêmios e mais.

Nota: 10

Um comentário:

Anônimo disse...

legal voce citar o testosterona haha... sei lá... um cara dizendo isso .. engraçado!
STEla