São poucos os filmes de guerra que não são patriotismo piegas ou ação testosterona. Da mesma forma que algumas imagens ainda não me saíram da cabeça, o filme conseguiu algo complexo. Não tomou partido. Não me trouxe uma mensagem do tipo os americanos estão salvando o mundo ou o país de terceiro mundo sofre com a guerra. Nade de mensagens políticas ou mensagens de moral.
De uma forma sutil o filme se aproxima de clássicos absolutos do cinema como Apocalipse Now. Estamos falando da guerra e da maneira doente que ela meche com a cabeça dos soldados. Premissa quase tão simples quanto ao do clássico do Coppola. Se lá o objetivo era: suba o rio e mate o coronel maluco. Aqui o objetivo é, sobrevivam uns dias mais desarmando bombas e voltem para casa.
O protagonista entra em cena logo depois de uma cena de abertura eletrizante, e se mostra avesso ao estereótipo soldado americano. Na verdade é um viciado. O filme alerta, a guerra é uma droga e vicia. Esse é um pobre coitado, que vive em função da adrenalina de desarmar bombas sem proteção ou em situações adversas.
É intenso, chocante e perturbador. Nunca uma câmera de mão foi tão bem utilizada. Aquela filmagem tremida, com cortes rápidos e sem delimitar exatamente o foco da cena é perfeito para compor a atmosfera do filme. É minucioso o trabalho que a diretora faz. Ela procura pintar detalhes na tela a cada segundo, construindo um clima de tensão fantástico. Seja um iraquiano suspeito escondido na janela, ou mesmo uma bomba que definitivamente vai explodir e o protagonista tenta até o final.
A tradução do título não podia ser pior, não existe guerra ao terror, não existe lado ruim e lado bom. Existe um objetivo claro, desarmar bombas. O final quase desanda, mas consegue se recuperar de forma incrível. Não conhecia o protagonista. Jeremy Renner, mas merece as honras de uma atuação soberba. Vale também salvar a cena dos atiradores de elite. Western em sua essência e dirigido a punho de ferro. Talvez se torne um clássico atemporal. Mesmo porque deixa marcas. Merece todos os prêmios e mais.
Nota: 10
terça-feira, fevereiro 09, 2010
Guerra ao Terror
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Um comentário:
legal voce citar o testosterona haha... sei lá... um cara dizendo isso .. engraçado!
STEla
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