sábado, fevereiro 13, 2010

A Fita Branca




Acho que o primeiro ponto a destacar desse filme é a belíssima fotografia preta e branca. Não existe como imaginar o filme de outra maneira. Parece que o branco da neve fica ainda mais forte, os personagens ganham ar mais imponente. Tudo conspira a favor tomando como mote de partida a escolha pelo preto e branco.

Quem está acostumado com os filmes de Haneke sabe que ele sempre tende a abordar temas sobre violência de uma forma bastante direta e crua. Neste novo trabalho não poderia ser diferente. Ainda que ganhe uma nova forma de explorar o tema, a velha tentativa do diretor de explicar a origem do mal continua ali.

Veja bem, essa é uma forma de olhar o filme. Não deve se restringir a isso. O filme caminha em um ritmo bastante próprio por mais de duas horas. A construção do clima da aldeia é meticulosa e envolve. O desfecho instiga. Méritos mesmo para os personagens que são ao mesmo tempo fortes e marcantes. O tímido professor, a mais tímida ainda babá, o barão e sua mulher, o pastor e os grandes astros: as crianças da aldeia.

Parece que o povo alemão nunca vai se livrar do fantasma do nazismo. De certa forma ainda procuram se retratar ou pelo menos justificar o que foi talvez o pior momento da história humana. Ainda que o filme seja muito mais que isso. Em nome de uma idéia bonita, de uma ideologia superior, não existe certo ou errado. O filme leva a questionar se o juízo do bem e do mal é certo, e se as conseqüências são justas.

Sobre a trama pouco vou falar. Vale mais aproveitar o filme em um bom cinema e mergulhar nessa tortuosa história que o diretor nos conta. O filme cresce e muito quando assistido na tela grande, é bom não perder a chance.

Nota: 9,5

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