quarta-feira, agosto 26, 2009

E se foram meus dias nos Estados Unidos. Minha opinião sobre eles mudou bastante. Se antes eu tinha um pouco de desprezo ou talvez inveja mesmo. Agora admiro e respeito um povo trabalhador e orgulhoso de seu país. Tem muita merda que turista não vê. Eu tentei estar com o povo e não apenas circular pelo lado bonita coisa. Sabendo por onde andar qualquer cidade do Brasil é primeiro mundo, aqui o negócio é um pouco diferente. Tem muita desigualdade e existe um preconceito imenso com novos estrangeiros. Eles se esquecem que um dia todos foram estrangeiros. Hoje, os latinos, chineses, os que vêm do leste europeu, sofrem com o estigma de serem eternamente colocados em subempregos. Raramente vemos um imigrante ocupar um lugar bom na sociedade. Talvez porque a América é a terra dos sonhos e das oportunidades. Talvez porque a chama da estátua da liberdade ainda seja um guia no firmamento de muitos. Não vou entrar no mérito do assunto que muitos deles, estão melhor aqui do que em seus países. Isso sem dúvida é verdade. Mas a que preço?

quinta-feira, agosto 20, 2009

Glimpse of San Francisco

Acordei no meio da noite com o som da escória sendo varrida lá fora. Estou no meio de um buraco onde um bando de viciado em pedra tenta se reabilitar, porém, quando voltam pras ruas caem logo no vício novamente. Então no meio da noite a polícia passa varrendo eles da rua para não espantar os turistas. Nem Deus sabe o que acontece com esses perdidos. Parece o som de um caminhão pesado, da janela não consigo ver nada. O quarto está quase escuro, com exceção do piloto azul da televisão. Luz suficiente para que eu sempre acorde achando que estou sendo abduzido por alguma porra de alienígena.

Acontece que essa porra de America só serviu pra comer porcaria. Fiquei meio puto com minha saúde que despencou alguns pontos por aqui. Por mais que você tente, os americanos não tendem ao saudável. Tentei jantar uma salada com frango hoje. Que é exatamente o que se imagina por uma Chicken Salad. Sem molho era uma lástima, com molho deve ser tão calórico como um hambúrguer. Sem falar que o frango veio frito. Preciso urgente entrar na linha.

segunda-feira, agosto 17, 2009

Entre Boston e San Francisco

Estou cruzando a América do Norte de costa a costa em um avião cheio de chineses e crianças birrentas. Nada contra os chinas, o problema é que os filhas da mãe trouxerem duas malas grandes para cada membro da família de sete. E enfim, as pessoas deviam aprender a despachar as malas, deve ter bastante espaço no compartimento de carga.

Lá se foi uma semana em Boston. A saudade aperta, sinto falta da minha garota e da minha casa. Acho que sinto mais falta ainda da casa que ainda está por vir. Meu canto, meu teto, minha mulher lá dentro. Fiquei literalmente no meio do nada durante essa semana. Em uma cidade chamada Acton. Quarenta minutos de Boston, suficientes para tornar o lugar chato, parado, e completamente sem vida.

Durante o treinamento minha cabeça ficava longe: hora na minha mulher, hora na minha futura casa, ou vezes em qualquer bobeira mesmo. Pouco fiz que realmente acrescentasse em algo. E mesmo assim passei com louvor na prova. Os caras lá não sabem de nada. Se tivesse medido meu esforço em aprender, eu estaria perto de zero. Enfim, o Phil é um cara bacana, durante muito tempo viveu de música, hoje vende segurança de computador, tem uma harvley e parece viver uma vida boa ali no meio do nada.

Uma das piores coisas de viajar de avião é dividir o apoio de braço. O chicano de merda sentado ao meu lado, faz questão de botar o braço lá e tirar o meu. Se as leis fossem mais favoráveis eu dava um tiro na cara dele.

Ao chegar em Frisco quero ver se começo alguns hábitos mais saudáveis. Quero fazer um pouco de exercício, uma caminhada é um bom começo. E quem sabe comer mais vegetais e coisas do tipo. Ainda faltam três horas e essa lata velha não para de sacudir. O idiota ocupa o apoio de braço e eu realmente quero voltar pra casa e para a minha garota. Vou tentar dormir um pouco.

quinta-feira, agosto 13, 2009

New York - Central Park - O Centro de tudo.

Saltei do metrô imundo na 72 e ao encarar a luz do dia um arrepio percorreu minha coluna. Logo ali, na minha frente, repousa imponente o edifício Dakota. Última casa de Lennon, cena do crime que tirou a vida de um dos maiores compositores da história. Não deixa de ser emocionante caminhar até o memorial do Lennon, ver pessoas chorando e flores sendo diariamente entregues ao ídolo.

Caminhando sentido uptown com a alma pesada, um peso carregado de tristeza e angústia, outra construção toma conta da cena. O museu de história natural guarda entre diversas atrações os fósseis de alguns dinossauros. Você entra lá, observa uma ossada gigante em uma pose heróica e dá de ombros, não tem muito mais o que ver ali.
De passo lento e desmedido de firmeza atravesso o parque, observando as pessoas correrem, os jovens amantes se declarem, a paz no meio da ilha de caos, diretamente do outro lado do parque fica o outro grande museu. O MET. Para quem quer gastar pouco é uma boa opção, a recomendação é $20, mas você paga quanto quiser, eu paguei $1.

O passeio começa pela área da Roma e Grécia antiga. Armaduras, estátuas de mármore, túmulos, armas e mais um monte de coisa. Entretenimento bom. Depois temos a sessão da idade média e muito barroco, muita criado mudo trabalhado, e alguns quadros. Pra impressionar, me deparei com uma estátua de matar. Fiquei horas admirando a escultura, na minha ignorância que mais me aproxima de um gorila do que um ser humano. Não sei o nome ou o artista, só sei que fiquei horas encarando aquele pedaço de pedra.

Em seguida encarei mais arte européia, mais barroco, mais tapetes, móveis e entalhos na madeira. Até chegar à sessão dedicada ao Egito antigo. Impressiona. Um templo inteiro ali, pra você entrar e se perder. Na real, você gasta seu tempo, sem se sentir um inútil. Mas quando para e pensa por um segundo, a gente só continua o passeio por falta de perspectiva.

No segundo andar encarei a sessão dos grandes pintores europeus. Puta que pariu, quase cai de quatro. Encarei pela primeira vez, ao alcance dos meus dedos, um Van Gogh, ou um Picasso. Ou tantos outros. Existem algumas pinturas de cair o cu no chão. De olhar e soltar uma exclamação qualquer. Não sei explicar, mas você olha, e percebe tudo que o cara tentou expressar naquela porra. É foda. Se tiver tempo posto alguma das pinturas que me ferraram a cabeça.

Encarei ainda rapidamente o pedaço de arte moderna. Lixo. Odeio.

Ao sair do museu, já passava bastante do meio dia. Ou melhor, estava mais para as seis do que outra coisa. Deitei na grama do parque, descansei, olhei o tempo passar. Desci a quinta até a parte das grifes, o Rockfeller Center, peguei uma cerveja e sentei ali, onde o natal é celebrado com fervor. O dia caia rapidamente, meu tempo na grande maçã estava perto do fim. Uma passeata celebrando os imigrantes do Panamá fazia algo próximo de um carnaval causando um barulho infernal. O inconfundível cheiro de urina do metrô me recebeu de braços abertos, pronto para encerrar esse final de semana em NYC.

quarta-feira, agosto 12, 2009

New York - Midtown - Coração do Mundo

Quinta avenida, gente se empurrando por todos os lados. Japoneses, indianos, americanos, mexicanos, brasileiros e europeus. Praticamente qualquer ser humano da terra representado ali. Fiquei zonzo e as pernas reclamaram novamente da caminhada forçada. O pescoço quase quebra ao encarar o Empire State Bulding. Meio que movido as cegas e sem muito sentido, entrei no edifício mais alto da ilha e logo me vi numa fila interminável de gente querendo chegar ao topo. Tive que deixar oito dólares na portaria e para a minha surpresa, a cada novo corredor que a fila dobrava, maior parecia o caminho até o topo.

No elevador, uma senhora passou mal, e eu cada vez me sentia mais perdido e sem rumo naquela tarde ensolarada. Chegando ao observatório, você tem uma vista total da ilha. Bonita. Seria perfeito sentar sozinho no parapeito e ficar bebendo alguma coisa, violão no colo, mas a realidade é mais um monte de turistas se acotovelando para tirar a foto perfeita.

Depois de encarar a decida do prédio, novamente na quinta avenida, alcancei a biblioteca pública de NY. Estava em obras e tudo que pude apreciar foi um tapume azulado. Aos poucos aquela caminhada se perdia num mar de sentimentos. Uma saudade doente apertava o peito. Por vezes uma falta de perspectiva, saber que em breve teria que encarar novamente a rotina. Acordar cedo, trabalhar, viver numa cidade que engatinha tentando ter o glamour e brilho mas sem nunca sair da lama.

Sem muito saber o que estava fazendo, dobrei na 42 e cheguei na estação central de NY. O prédio como quase tudo nessa cidade, é imponente, alto e te faz sentir insignificante, talvez o lugar que um cara de fora da cidade deve se sentir. Insignificante e sem a menor chance de fazer parte desse mundo. Era hora do rush, as escadas da estação pareciam uma cachoeira de engravatados. Sentei pra um café ali, um pianista de jazz fazia uma versão tímida e melancólica de Life On Mars.

Mandei o tédio à merda e voltei para o meu caminho, agora rumo a Time Square. Lá eu encarei todos aqueles anúncios, toda a luz do mundo brilha ali. Arranjei um ingresso barato nas barracas de desconto. Queria assistir alguma peça na Broadway, mesmo sabendo que não seria grande cosia.

De certa forma me surpreendi. Tudo extremamente sincronizado, as vozes e as danças. A peça era uma ferida aberta no peito da mãe America. Nada de incrível, um enlatado para matar a fome e nada mais. Mesmo assim, foi saboroso e valeu o momento. Em seguida resolvi jantar uma pizza e sentado ali, no balcão sozinho, novamente me senti um nada no meio daquela cidade imensa. Voltei para o hotel, pensativo, o sono aquela noite foi pesado, mal consigo me lembrar de como cheguei à cama. Definitivamente eu gostaria de fazer parte desse mundo um dia. Eu e minha garota. Quem sabe?

terça-feira, agosto 11, 2009

New York - Villages – Charme e vida.

Cai um tanto quanto torto da cama, a cabeça flutuava perdida entre a terra dos sonhos e meu velho hotel em Tribeca. Com uma tosse chata peguei um resto de cerveja já amanhecida e quente, o gole seco me serviu de despertador. Observei as pessoas se acotovelando pela saída do metrô, o sol forte era um verdadeiro porre. Depois de vestir as primeiras peças de roupa que achei, sai e me enfiei no mar de gente que escorria em direção ao metrô.

A grande maçã iria me engolir mais, e hoje era hora de conhecer os Villages e quem sabe me aventurar na Midtown. Na própria estação, suja como a Central do Brasil, comprei um Bagel e logo estava sacudindo no labirinto de túneis que correm por debaixo da cidade. Desci logo ali na 1st Ave e fiz um passeio agradável pelo East Village.

Os parques, as pessoas correndo e esquecendo a vida, os veteranos de guerra:

“eu lutei por você no Vietnã, tem um centavo sobrando?”

Tudo coexistindo com uma harmonia delicada. O Tompkins Square Park é pequeno, extremamente arborizado e melancólico, acho que foi esquecido ali, os poucos visitantes são outsiders. Me senti bem ali, a essa altura com sede, tive que buscar mais uma cerveja e continuar o passeio.

Depois de arranjar uma gelada na St. Marks Street dobrei a 4th Av e segui até a Union Square, absorto pelo movimento, acabei caindo em uma feira de rua simpática, logo ali na University St, e foi ali que me perdi por horas em barracas de CDs usados e novos. Fiquei literalmente horas vendo CDs do Dylan, da Billie, do Bowie, do Velvet, horas perdido.

O melhor estava guardado para alguns passos a mais ao sul. Ao chegar na Washington Square simplesmente desabei. Jazz de ótima qualidade, ao vivo ali na praça, esqueci da vida e sentei, curtindo as dores nas minhas pernas.

Ainda tive tempo de esfriar os pés na fonte central da praça, e depois passando pelo grande arco, mais uma surpresa, um coral de gospel, ali, fazendo valer cada suor derramado na caminhada. Fodido.

A 6th Ave se transformou na minha trilha rumo ao norte da ilha. Caminhei com o espírito renovado até a 23rd street e dobrei rumo a 5th Ave, com fome já pensava em me descolar um hambúrguer e tomar mais uma cerveja. E aos poucos começava a encarar a NY frenética da Midtown.

New York - Lower Manhatan – O começo

Lower Manhantan

Se começar logo cedo, pegue uma rua menos balada como a Church Street e caminhe sem pressa. Comece ali pela altura da Canal St. e vá sentido downtown. Aproveite o clima, comece a entender o fervor da cidade. Você vai chegar aonde outrora ficava o imponente World Trade Center, hoje um imenso jardim de obras que ainda atraí um bocado de turistas.

Dobre na Vessel St. acompanhando as obras e sentido rio Hudson, logo mais você chegará no World Financial Center, e se for horário de almoço, procuro pelo PJ Clark’s sente-se no balcão, peça uma boa cerveja (eu recomendo Blue Moon) e relaxe, em breve provará um dos melhores hambúrgueres da cidade.

Após a refeição, procure o Battery Park City e siga por sua bela margem. Um dos cartões postais da cidade logo estará a vista, a estátua da liberdade, e é logo no final do parque de onde partem as balsas para as visitas.

Na saída do parque é possível deslumbrar o começo da Broadway. Estique as pernas e prepare-se para uma longa caminhada, Passando pelo famoso búfalo de bronze, a Wall St, diversas igrejas e por fim o City Hall. Aqui é possível se desviar pelo parque e seguir rumo a ponte do Broklin. São dois quilômetros de uma caminhada agradável, com uma das mais belas vistas da cidade.

Do outro lado, vale um passeio pela região abaixo da ponte. A Water Street, por exemplo, abriga alguns cafés estilo europeu e os deliciosos chocolates de Jaques Torres. Na volta, pegue o metrô ali perto da Washington Bridge, ou melhor ainda, caminhe pela ponte vizinha e acabe tendo vistas privilegiadas do bairro chinês ao cruzar o rio.

Caminhe, sentido uptown, como quem não quer nada pela Bowery e observe o movimento frenético desse bairro que muito lembra a nossa velha 25 de março em São Paulo. Na altura da Delancey dobre a direita e descubra uma nova faceta da cidade. O lower east side é um bairro alternativo. Casas de show, restaurantes em buracos inimagináveis, e bastante gente na rua. Aproveite e pare para um cupcake na Babycakes NYC (248 Broome St.)

Eu sei que deve estar cansado, mas force um pouco mais as pernas e não deixe passar a oportunidade de caminhar pela Houston sentido Soho. Tome um café na Lafayet Street. É um bairro universitário, muitas opções para beber ou comer, por ali ficam os cinemas mais alternativos e na 4th street a renomada loja de música Other Music.

Se você teve fôlego para tudo isso, relaxe por essas ruas, descanse e pegue o metrô para seu hotel. Lembre-se que na próxima etapa, começamos da 4th street e vamos conhecer os Villages, Chelsea, e a Midtown que é onde tudo acontece.

New York fucking city.

Estou em um trem, deixando Nova Iorque para trás e um pedaço do meu coração com ela. A cidade simplesmente me engoliu, cheguei e foram pouco mais de dois dias aonde conheci praticamente tudo ao sul dos dois grandes museus.

Enquanto o trem serpenteia vagaroso pelos subúrbios várias coisas me surgem n a cabeça. Minha garota lá em São Paulo, meu pai em seu fim de vida, minha mãe firme e fiel ao lado dele. Tudo fica distorcido como o meu reflexo na água da fonte após minha moeda mergulhar na forma de um desejo.

Eu não sei se consigo falar de NY sem ser emotivo demais, de certa forma me senti em casa, não precisei de mapas, não precisei de guias, nem de planos. Planos eu até tinha, partindo de lower manhantan conhecer tudo que fosse possível.

Agora, algumas boas milhas de distância já me separam da grande maçã, observo sua imponência se tornar cada vez menor no horizonte. Não foi possível ir até o Apollo Theater, ou outros inúmeros lugares, haverá uma próxima vez, e com certeza minha garota, minha mulher estará ao meu lado.

“I’m going to San Francisco, where the Sun keeps shining /
but for sure I left my heart on New York”

segunda-feira, agosto 10, 2009

Top - New York

Top 5 – NY

1 - Washington Square Park – Música ao vivo e uma fonte maravilhosa.
2 – Battery Park City – Um lugar agradável, comida muito boa perto (PJ Clarks) e sempre tem algo acontecendo.
3 – MET – Museu no central park, tem tudo. Egito, Roma,Grécia, Picasso, Van Gogh, só para ficar em alguns.
4 – East Village – Lojas alternativas, CDs que você nunca imaginou, sebos de livro, lugares absurdos pra tomar ou comer algo.
5 – Dakota Bulding – Pode parecer bobo, mas é de soluçar lágrimas ver aonde Lennon foi assassinado, e em seguida, prestar homenagem no Strawberry Fields.

Top 5 – CDs comprados

1 – Nick Drake – Bryter Layter- $5 na feira. Mais hein?
2 – The La’s - The La’s - $5 na feira. Duas vezes: Mais hein?
3 – Radiohead – In Rainbows
4 – Grizzly Bears – Veckatimest
5 – MGMT – Oracular Spectacular

domingo, agosto 09, 2009

Duas coisas que SP ganha bonito de NY.

1 – Comida – Ok, com certeza alguém vai me tacar predas, mas é verdade, nossa pizza é melhor, nossos lanches são melhores e até nosso sushi é melhor. Mas não estou falando mal, se SP é a número 1 em gastronomia, NY está em segundo.

2 – Cinema – Perguntando pelo reduto dos filmes independentes e europeus me indicaram o melhor cinema da cidade, que está anos luz do nosso velho reduto na paulista.

De resto, o lugar é foda demais, a cidade te engole, você tenta e quanto mais tenta mais vê que não chegou a uma lasca do que ela tem a oferecer, como vai ser foda elaborar todas as coisas boas, só dou esse aperitivo que é o que SP ganha de NY.

sábado, agosto 08, 2009

EUA - 0.1

27 mil pés de atitude, lá em cima, com o tempo horrível e o avião sacudindo demais eu achei que ia morrer. Era caminho de Minnesota para Nova Iorque, os dias ali na pacata cidade de Minneapolis tinham sido curtos e bucólicos. Me perdia olhando para o rio Mississipi, logo ali, onde ele nasce e ainda é extremamente limpo. Pensava em como seria bom estar no mesmo lugar em companhia especial que ficara no Brasil.
Tomava uma ou outra cerveja, por hora, Blue Moon a minha favorita. E caminhando a esmo por uma pequena praça me deparei com uma banda tocando, sol, pessoas sentadas, crianças brincando, e porra, é disso que eu sinto falta. É verdade, os americanos, venderam um sonho, the american way of life, porém eles não querem empurrar uma besteira qualquer, eles simplesmente em alguns aspectos sabem muito bem o que é viver de forma boa, você sua família e seus amigos.
Fiquei realmente meio emotivo enquanto aquela lata velha se debatia nos céus e ameaçava mergulhar em uma última e vertiginosa queda. Pensei várias vezes que ainda quero eu, minha garota, e um lugar assim.
O avião fez seu pouso, como esperado, em La Guardia, um aeroporto para vôos locais em NYC. E logo que coloquei o pé pra fora, pude sentir o ritmo pulsante da capital do mundo. Tomei o Q33 ali mesmo na frente do aeroporto, joguei alguns cents numa espécie de funil e a luz verde. Sentei ali perto da porta e comecei a ver uma cidade com casas bonitas, ruas limpas, mas ainda não era NYC. Peguei o metrô no ponto final e sacudi naquele clássico tantas vezes representado no cinema. Sem muita noção das coisas, saltei na Canal St. e quando alcancei as ruas estava no meio do que vemos todos os dias na TV. Prédios de entortar pescoço, os taxis amarelos e as pessoas andando apressadas, com grandes copos de café na mão. Mais uma vez um aperto no peito, eu ali, e minha garota longe, porém sem muito tempo para pensar, avistei meu hotel do outro lado da rua. E então comecei meu primeiro dia na capital do mundo...