Atrás do centro velho, em um emaranhado de ruas pequenas, uma multidão cria um zumbido alto e constante por toda a parte. Bem ali, do lado da avenida principal, próximo do rio, dorme o albergue de Paraty, e mais próximo do que se pensa, pessoas comemoram de forma fervorosa as eleições. Das janelas dos sobrados, acima das calçadas, rostos cujos corpos não faziam-se visíveis alimentavam mais ainda o pequeno caos instalado ali.
Foi ao longo de horas e curvas, deslizes pelas serra abaixo e risadas perdidas que chegamos a esse pequeno paraíso dantesco. Primeiro se avista o caís, e todos seus barcos luxuosos, imponentes, uma visão cinematográfica. É a sala de visita da cidade.
Sentado no vaso sanitário do pequeno quarto que nos arranjamos, um pensamento ecoava na minha cabeça: “sou um homem feliz”. Aquela puta cidade linda, uma mulher maravilhosa me esperando ali no quarto, um fim de semana perfeito. Estava um pouco nervoso com a iminência de algum passeio a barco, sou homem da terra, um puta medo de enjoar e alimentar o peixinhos.
Posso dizer que foi foda, depois de sair fora daquele banheiro, deitar e fazer amor com minha raposa, entrei numa montanha russa sem freio. Praia, trilha, pessoas se afogando, mato, ondas, areia, comida boa, barco, tempestade. Só deixamos lá junto com o sol, saímos feito cão molhado. Tristes por deixar o pequeno paraíso para trás. O paraíso feito por nós, para nós.
Foi uma viagem tensa de volta, chuva, neblina, pneu furado, horas de trás do volante. Tudo para regressas a nossa terra da garôa. A felicidade é muito mais gratificante quando compartilhada. Caralho, como é bom sentir-se vivo.
segunda-feira, outubro 06, 2008
Paraty
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