quinta-feira, janeiro 28, 2010

Amor sem escalas - Up In The Air (2009)



Eu gosto desse novo cinema que teima em destacar o lado mais amargo das relações amorosas. O ponto positivo do filme para me fisgar logo no começo foi a rotina das pessoas que viajam a trabalho com freqüência. Como me encontro em período da vida que faço isso com uma freqüência até maior do que gostaria, foi bem gostoso ver as cenas filmadas de uma maneira tão gostosa. Fazer as malas, check-in, inspeção de bagagem, e por aí vai. Para começar, ignorem a tradução do título. Só atrapalha.

O protagonista é esse personagem que vive mais em aeroportos do que em sua casa. Que se orgulha de ter passado apenas 47 dias do último ano em casa. E seu trabalho não é nada simples, ele é contratado por empresas para fazer o anúncio de corte de funcionários. O personagem está tão acostumado com a solidão que só ele mesmo para manter a frieza de encarar pais de famílias ou idosos em um momento tão difícil como o de uma demissão.

É engraçado como no início o que ostenta o personagem são seus cartões de fidelidade e vantagens. Tanto é que esse é o mote para o encontro com a charmosa mulher que leva uma vida parecida com a dele. Parece ideal, entre agendas cheias, a possibilidade de um ou outro encontro sem laços mais fortes une os dois.

Tudo se abala mesmo quando a empresa de nosso personagem passa por uma reformulação brusca que irá suspender por completo essas tantas viagens. Com a chance real de ter que se fixar o personagem sente pela primeira vez o que é de fato ficar sozinho. O trabalho de Clooney como protagonista convence. Por ser um trabalho pós Juno, eu acho que não existiu uma real evolução. A verdade é que em questão de envolvimento com as personagens e desenrolar das emoções, Juno era bem mais refinado. Não tirando a boa trama, boas atuações, excelente trilha sonora e mergulho na vida da classe média americana que tanto me encanta.

Nota: 8,5

LUTO OFICIAL
Salinger - Um dos monstros sagrados da literatura.

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