domingo, janeiro 03, 2010

Abraços Partidos e Ervas Daninhas

Primeira sessão cinéfila do ano. Percebi que ano passado fui bastante ao cinema, assisti muita coisa e perdi rastro completamente. Este ano quero fazer diferente, quero saber o que eu assisti, o porquê eu gostei ou não e posso fazer isso compartilhando aqui no blog que já estava mais pra lá do que pra cá.



Comecei o ano com Abraços Partidos. Assistindo pela segunda vez, o filme cresceu mais ainda. Pra mim desde já um dos maiores da década. Cinema como não se fazia há muito tempo. Tem suspense, tem uma atmosfera, têm cores, vida, personagens. A verdade é que tem mistério. Como em o Matador lá do início da carreira do diretor.

O personagem principal é muito bom. Um ex-diretor de cinema que largou a profissão depois de ficar cego. É interessante como toda a história da personagem vai se desenrolando durante o filme. O filme se passa em dois planos distintos. Um atual com nosso protagonista cego e outro quatorze anos atrás com a história aparentemente desconexa de Lena, uma jovem vivida por Penélope Cruz, que sofria com um pai com câncer e uma dupla vida de prostituta.

Aos poucos essas duas histórias vão se amarrando, tudo mantendo sempre um detalhe oculto, nunca estamos com a história em mãos. O diretor literalmente brinca com seu público e conduz como bem quer por trama trágica e bela. Um clássico desde já.

Nota: 9



Em seguida, pude conferir Ervas Daninhas, o qual não consegui ingressos na mostra de cinema porém nem tive que esperar tanto assim. Admito desde já que devo muito a este considerado gigante do cinema Francês.

O que logo de cara me chamou a atenção foi a beleza das imagens. Desde as cores saltadas do Cinema iluminado por néon, até os campos franceses, tudo no filme tem uma beleza única. Acho que indo um pouco além, Alain busca nos mostrar que o despojamento e a simplicidade que o cinema francês introduziu ainda funcionam e ainda podem ser argumento para um ótimo filme.

O filme até que demorou pra me fisgar, ao mesmo tempo em que em nenhum momento me fez querer desistir. Ficou ali nesse meio termo, cansativo, porém atraente. Talvez o que fisgue sem chamar a atenção seja o narrador que nos conta a história de maneira bem informal. Esse despojamento singelo, só os franceses conseguem. Muito bom.

Engraçado é como a trama é simples. Uma mulher tem a carteira roubada. Um senhor encontra a carteira no chão. Ambos entram um turbilhão incrível a partir deste fato banal. No começo, praticamente nada acontece. Temos uma brincadeira de postergar a ação ao máximo.

Talvez uma das coisas mais incríveis foi a jovialidade. É difícil dizer que o filme foi dirigido por um cara com mais de oito décadas de vida. Chega a ser ousado até para os diretos mais jovens. Fácil de rejeitar. Mas quem aceita a brincadeira acaba por se divertir muito. Recomendado.

Nota: 8

2 comentários:

Ana Carolina disse...

Quanto tempo eu não venho aqui! Caro amigo, assisti Ervas Daninhas e tenho de assumir que foi um dos piores filmes que vi.
Não gostei do modo como o diretor satirizou a paixão - por ser uma comédia romântica. Ele contou o óbvio (uma paixão que nasce indevidamente e atrapalha a vida de muitas outras pessoas)de modo diferente, coisa que muitos por aí fazem sempre. O filme foi entediante e cansativo.

John disse...

Sabe que vi bastante gente com essa opinião... mas enfim acho que se eu mesmo tentasse ver novamente, iria perder um pouco a mágica, foi bom no momento

Valeu pela visita.