ontem
eu matei um homem.
com a mais sútil e fria das armas. uma punhalada nas costas atravessando-o até o pulmão. deixei-o sufocar-se na própria essência da vida.
mas ele não vai ser enterrado, cremado ou qualquer que seja a pífia cerimonia de passagem que escolham para ele. isso só ocorrerá daqui a muitos anos. quando a ignorância dele baixar.
porque? me sinto um incêndio, que indeliberadamente consome a tudo. não vou apagar de uma vez, vou queimar aos poucos.
todo domingo é a mesma coisa, mato o homem que nasceu na segunda-feira só para ver o dia raiar novamente.
e não derramo uma sequer lágrima em luto a este fadado recém-nascido que lhes escreve.
segunda-feira, maio 28, 2007
100101
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