quinta-feira, julho 23, 2009

Minha garganta tá chiando. Deixei a tv ligada porque caiu um puta silêncio por aqui. Me deu uma puta vontade de beber conhaque ou uísque como eu bebia. Ficar um pouco em silêncio, sem dever nada a ninguém. Esse frio tá convidativo, yeah baby, ando meio estático. Claro, tem muita coisa que tá dando certo e que quero muito, mas de resto, não sei se anseio por algo além. At every occasion one brilliant day funeral... peço tanto o inverno que ele veio forte hoje de noite. E olha que tá uma puta lua vacilante sobre a paulista, minha garganta chiando e a música que tá entalada aqui dentro que não sai. Deve ser o frio.

segunda-feira, julho 20, 2009

Nova música do Radiohead

Não sei, assim só enche o saco hahaha mas radiohead é radiohead melhor que 99% das coisas atuais.

terça-feira, julho 14, 2009

Tava curtindo o som do Reed. Entrando no clima de um cara que representa New York da melhor forma possível. Baby, you are so vicious! Cacete e as madrugadas que me comem vivo, quando eu sei que ela está por perto eu durmo feito pedra, agora essa saudade mata a ferro. Mas voltando a música, fiquei imaginando, essa baby do Lou, devia ser putinha punky, junky, tatuada, trespassada por alfinetes, suja, depravada e promíscua. Não sendo machista, mas a música tem esse clima. E só assim pra ser esse puta rock fodido. É muitos tentam, e o homem com três acordes detona.

segunda-feira, julho 13, 2009

Ouvindo a Billie cantar This aching heart of mine is singing / Lover come back to me no meu computador gago. Estou levemente blue, uma puta saudade da minha garota. Na pia do banheiro, a torneira pinga e lá fora um vento silencioso esfria a madrugada. É, soft madrugada.

domingo, julho 12, 2009

Perplexo. Tenho algumas coisas a falar, e não sei direito por onde começar. Estava discutindo possíveis lugares para tocar com o pessoal da banda, e eles falaram, você é que costuma ir a baladas, você que sabe dos esquemas. Parei e fiquei assim, perplexo, não querendo parecer velho, mas na minha época, era eu, o Uidol e o Vítor, as vezes o Alain ou o Marcelo. Nós ficávamos bêbados, vez ou outra um era encontrado do lado de fora deitado na sargeta, conhecíamos meio mundo, e sempre era do caralho. Hoje eu realmente não sei mais o que rola. Passei na porta de algumas baladas, e filas, pessoas estranhas e tudo parecendo destoado. Se alguém souber de um lugar que uma banda de Indie Rock possa tocar, me avise por favor, porque vou começar a caçar. Indie Rock, não fui eu que inventei isso, pra mim, nossa banda toca Rock, mas como eu prefiro evitar quem ainda vive de Raul e Born To Be Wild, acho que é válido uma abordagem mais atual. E bom, em menos de uma semana, acredito que teremos em mãos o nosso EP. Como um grande apoiador da música livre (mp3 de tudo pra todos), estará disponível aqui, acolá e em todos os lugares possíveis.

quinta-feira, julho 09, 2009

Dia treze eu e os caras entramos no estúdio. Vamos gravar seis músicas nossas. Quem me conhece sabe o quanto isso significa pra mim. Vai ser do caralho, vamos sentar lá e fazer o melhor. Mas o que eu não consigo tirar da cabeça é a atmosfera que eu já antevejo. O ambiente neblinado com cigarro e maconha. As latinhas de cerveja se empilhando pelos cantos e toda atenção ali, no som. Posso antever a voz amarga do Edu, aleitada em uísque barato, pouco sono e angústia no peito. Se tem uma coisa que rola e é foda é essa química, esse momento único que é botar uma música sua num pedaço de plástico. Agora na verdade isso é romantismo, na real é jogar sua música ali, num arquivo, para qualquer um escutar.

Pela música, pelas vozes, pelo clima sério de fazer um trabalho bom, imagino que vai ser um grande passo para nós. Acho que lá pelo fim dos cinco dias de gravação, estaremos os quatro sentados, uma lata gelada na mão, na boca uma tensão quase imperceptível disfarçada pela cerveja, nos ouvidos o prazer de ouvir nosso som soando como sempre devia ter soado.

quinta-feira, julho 02, 2009

Achei que depois de velho, ou algo assim, eu romântico assumido teria aprendido. Mas não, não mesmo. Coração burro, nasce tapado e morre cego. É isso aí, eu prometi, jurei de pé juntos que nunca mais me apaixonaria. Amaldiçoei o amor. Salivei feito porco raivoso quando me falavam disso. E hoje, ela me faz ficar cada vez mais perdidamente apaixonado por qualquer bobeira que faz. Seja um beijo despercebido ou carinho despretensioso, tudo me faz ficar cada vez mais perdidamente apaixonado.
Eu me enrolo nos lençóis desejando que fosse em seu corpo. Eu faço a barba, ostentando orgulho no espelho sabendo que vou vê-la. E na verdade, eu nem sei como tudo começou. É continuo sendo eu. Só que dessa vez o cupido vesgo por sorte acertou os dois.



Agora preciso desabafar um medo tenebroso que me assola. Cacete, em menos de um mês, pego um avião para os Estados Unidos, terra do Fante, do Salinger, do Dylan e do Velvet. Mas uma angústia do cão não deixa de me foder. To perdidinho, entalado até a garganta, eu não confio nada nessas latas voadoras, deixo claro. Se pudesse, iria de carro.

quarta-feira, julho 01, 2009

Em janeiro agora eu e a Fer fizemos uma viagem pela Argentina e Chile. Muito ainda está colado na memória, e eu sempre me prometi escrever algo mais detalhado sobre a viagem. Pena que muito do que tenho prometido para o blog esteja indo para no limbo. Porém, é quase impossível, todos os dias me vem cenas dessa viagem foda. Desses deliciosos 26 dias a esmo, perdidos ao sul de nosso continente. Não quero botar ordem, começar do começo e terminar no fim, quero brincar com as lembranças.

A idéia veio no meio de 2008, planos, roteiros, pesquisa de preço, desejos e por fim escorregamos para o Sul. Por um acaso financeiro, qualquer fosse a viagem seria mais barata indo para Buenos Aires, e de lá dar o rumo desejado. A Fer já conhecia a capital portenha, eu não, então resolvemos resumir em alguns dias e depois partir para o vazio do interior argentino.

A capital argentina tem seu charme, é impossível esquecer nossa primeira refeição, um bife ancho com papas fritas genial. Foi de lamber os lábios, em plena avenida nove julho, próximo ao albergue milhouse, até hoje sinto vontade de voltar lá e repetir a dose. Mas dando um pequeno passo atrás, vale lembrar o quanto de grana você perder se não for esperto no aeroporto. De taxi ou ônibus especial sai quase cem pesos. O segredo é caminhar um pouquinho, ali próximo da agência grande do banco nação, e esperar o circular da cidade. Pouco mais de três pesos e uma hora e meia depois você desce no centro de Buenos Aires, mais demorado, porém os valores são descabíveis de comparação.

Ficamos em um hotelzinho ali no centro mesmo. El Argentino engraçado, ele parecia congelado no tempo, tudo tinha um ar do passado, era aconchegante, ali no coração de Buenos Aires, passeamos, rodamos tudo que tem que de especial, não sei exatamente o porque, mas a cidade estava completamente deserta, digna de um filme de catástrofe. Tivemos momentos lindos, e outros tristes, foi um momento gostoso, sentir o vento na cara do que estava por vir.

A verdade é que nosso roteiro foi totalmente feito no improviso. Tínhamos um plano claro de rumar ao sul, as passagens estavam caras demais, então fomos rumo a Santiago. Nas primeiras noite sofri, no ônibus passei um frio de travar os dentes. A nossa primeira parada era Córdoba, e foi um turismo bem fast food, chegamos pela manhã e partimos pela noite. A cidade é linda, e lembro claramente que tem um meio fio mais alto do que o normal, em um dia inteiro batendo perna, isso faz uma diferença absurda. A cidade tem um charme meio esquecido, do tipo uma roda gigante abandonada, fazia um calor de derreter o cérebro. Dali o próximo destino seria Mendonça. E depois Chile. Muito aconteceu... viajar é foda, escrevi tudo isso só pelo gostinho de relembrar e para deitar a cabeça e quem sabe sonhar com uma próxima...